17 de jul. de 2012

F-1-Dirigente de Austin: “Aprendemos com as lições de Indianápolis”


Obras nas arquibancadas do Circuito das Américas, em Austin, no Texas (Divulgação)Obras nas arquibancadas do Circuito das Américas, em Austin, no Texas (Divulgação)
A quatro meses do GP dos Estados Unidos, as obras do Circuito das Américas, na cidade de Austin, no Estado do Texas, continuam a todo o vapor para que a pista esteja pronta para receber a F1.

Esta não é primeira vez que um novo autódromo corre o risco de não ficar pronto para a sua estreia no calendário do Mundial. Recentemente, Coreia e India também enfrentaram problemas e contaram com a paciência e a aposta de Bernie Ecclestone, chefe da empresa detentora dos direitos comerciais da categoria, e da FIA (Federação Internacional do Automobilismo), que esperaram até o último segundo o término nas obras.
O projeto de Austin enfrentou diversos problemas desde o seu anúncio, em 2010. Brigas entre os próprios organizadores, dúvidas sobre os investimentos, demora para aquisição das licenças para a construção, até que o a FIA finalmente oficializou o circuito na temporada de 2012.
Nos últimos meses, finalmente a obra embalou e o sentimento entre os organizadores é de otimismo sobre o término dos trabalhos dentro do prazo para a realização do novo GP dos Estados Unidos, que não faz parte do calendário da F1 desde 2007, quando foi realizado pela última vez, em Indianápolis.
“O projeto superou muitos desafios. Eles ficaram para trás, e estamos ansiosos para sediar com sucesso o evento em novembro”, afirmou Julie Loignon, vice-presidente de relações públicas e com a comunidade do Circuito das Américas, em entrevista exclusiva ao Tazio.
Segundo o site oficial do circuito, o investimento no autódromo é de 400 milhões de dólares, feito totalmente pela iniciativa privada. Porém, Loignon explica que parte deste dinheiro pode voltar aos responsáveis por esta quantia através de um sistema de subsídio de grandes eventos do Estado do Texas.
“Este reembolso é baseado em desempenho e pode ser aplicado depois do primeiro evento em novembro de 2012. Qualquer reembolso do Estado é baseado na quantia de receitas fiscais geradas pelo evento relativas ao que não seria recolhido pelo Texas se o evento não fosse realizado”, diz.

Obras no Circuito das Américas, em Austin, no Texas
A dirigente também não mostra receio de os objetivos dos organizadores do GP dos Estados Unidos nãos serem alcançados, apesar da indiferença do público local em relação à F1 e aos problemas enfrentados pela categoria em Indianápolis, especialmente depois da prova de 2005, quando apenas seis carros largaram por causa de um problema com os pneus Michelin, que equipavam sete das dez equipes dos grid.
“Tivemos conversas com pessoas que estiveram envolvidas na experiência da F1 em Indianápolis e que aprenderam lições valiosas. Na verdade, alguns membros da nossa equipe e alguns dos nossos consultores chave assessoraram o GP em Indianápolis, e nós agora nos beneficiamos do que eles aprenderam lá”, afirmou.
Confira a entrevista de Julie Loignon, vice-presidente de relações públicas e com a comunidade do Circuito das Américas:
A cidade de Austin está preparando alguma programação especial visando os turistas que irão assistir à prova?
Nas próximas semanas vamos anunciar um série de eventos especiais que irão acontecer , incluindo na semana do GP em Austin. Estas festividades irão ajudar a promover a experiência e também a destacar o que faz de Austin e o centro do Texas um destino único.

Quais os benefícios que vocês esperam que o GP levará ao Texas?
Esperamos que o GP dos Estados Unidos de F1 e os seus eventos paralelos irão gerar um impacto econômico entre US$ 400 e 500 milhões, chegando entre US$ 4 a 5 bilhões durante 10 anos para o Estado do Texas. Esperamos que o GP atraia cerca de 300 mil pessoas, sendo 80% do público do GP dos Estados Unidos de F1 vindo de fora do Texas.
O governo está precisando fazer algum tipo de investimento no GP como estrutura em torno do autódromo ou em pessoal para trabalhar na cidade durante a semana do GP, mesmo que seja em eventos paralelos?
Até o momento, o dinheiro do Estado não foi pago aos responsáveis pelo Circuito das Américas e nenhuma comunidade local, incluindo a Cidade de Austin, está promovendo algum subsídio aos responsáveis. Assim como no caso do Super Bowl (final do futebol americano), NCAA Final Four (finais do basquete universitário) e outros eventos de grande escala no Texas, a F1 é elegível a um reembolso de despesas do Fundo de Grandes Eventos do estado. Este reembolso é baseado em desempenho e pode ser aplicado depois do primeiro evento em novembro de 2012. Qualquer reembolso do estado é baseado na quantia de receitas fiscais geradas pelo evento relativas ao que não seria recolhido pelo Texas se o evento não fosse realizado.
O público texano não está muito acostumado com a F1. Que tipo de público vocês esperam na cidade durante o evento e quais as perspectivas de gastos dele durante o evento? Vocês esperam geração de novos empregos?
Novamente, estamos esperando um público internacional para o evento, incluindo entusiastas do automobilismo e fãs de esportes em geral do Texas e todos os Estados Unidos. Nossa venda de ingressos segue esta projeção. Quanto às oportunidades de emprego, o Circuito das Américas projeta criar aproximadamente 300 vagas em tempo integral e, nos dias de grandes eventos, mais de 3 mil empregos temporários para o evento específico serão criados. Além disso, o projeto irá criar 1,7 mil empregos na construção. No total, o Circuito das Américas espera criar mais de 6 mil empregos.
Um dos destaques da temporada deste ano da F1 é o mexicano Sergio Pérez. Vocês esperam um fluxo de mexicanos residentes nos Estados Unidos e de turistas mexicanos para a prova?
Sabemos que Sergio Pérez tem muitos seguidores no México e nosso maior tráfego na internet fora dos Estados Unidos vem do México. Esperamos receber muitos fãs mexicanos em Austin em novembro.
Vocês temem que o plano da realização de um GP em Nova Jersey a partir de 2013 possa reduzir o impacto e a repercussão da prova em Austin?
As duas corridas possuem o mesmo objetivo: promover a F1 nos Estados Unidos e oferecer experiências bastante diferentes. Austin e Nova Jersey são cidades únicas com características completamente diferentes. As pistas são únicas também, já que o Circuito das Américas é um autódromo e Nova Jersey será uma corrida em um circuito de rua. Os fãs vão poder apreciar as diferenças que as duas cidades irão oferecer.
Como é a comunicação entre o governo do Texas e os organizadores da corrida?
Nossa relação de trabalho tem sido boa com as autoridades do estado, do condado e da cidade, e todos têm ajudado muito e apoiado o nosso projeto de trazer a F1 de volta aos Estados Unidos.

Vista da cidade de Austin, no Texas
A organização da corrida em Austin passou por diversos problemas e questionamentos desde que a prova foi anunciada. Vocês temem que um possível fracasso por parte dos organizadores possa manchar a imagem do Texas e de Austin internacionalmente?
O projeto superou muitos desafios. Eles ficaram para trás, e estamos ansiosos para sediar com sucesso o evento em novembro.
O Estado foi em algum momento consultado sobre o planejamento do GP?
O Estado e os líderes do governo local foram envolvidos em muitas discussões sobre o projeto, já que ele terá um grande impacto na economia e infraestrutura da área. A delegação dos líderes da cidade voltou agora de uma visita ao GP da Grã-Bretanha, então, eles tiveram a chance de testemunhar como a comunidade se prepara para uma semana de GP.
A última passagem da F1 pelos Estados Unidos, em Indianápolis, não foi bem sucedida. Por que vocês acham que pode ser diferente em Austin e existiu alguma troca de experiências com as pessoas envolvidas com a corrida em Indiana para se corrigir possíveis erros?
Esta é a primeira pista construída essencialmente para a F1 nos Estados Unidos. Acreditamos que o autódromo, combinado com a localização única de Austin, fará do Texas um evento de sucesso. Tivemos conversas com pessoas que estiveram envolvidas na experiência da F1 em Indianápolis e que aprenderam lições valiosas. Na verdade, alguns membros da nossa equipe e alguns dos nossos consultores chave assessoraram o GP em Indianápolis, e nós agora nos beneficiamos do que eles aprenderam lá.

Fonte: Tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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