Gravação comprova que tio e advogado de
 Kevin Beltrán Espada, morto por um sinalizador no jogo Corinthians e 
San José há três meses, quer dinheiro para inocentar, em depoimento, os 
12 torcedores brasileiros presos na Bolívia 
Rodrigo Cardoso
                             
        
                                           
                         
Ouça a gravação:
Em frente ao hotel Eden,  na pequena Oruro, cidade a 3.700 metros de 
altitude, distante 230 quilômetros da capital boliviana, La Paz, há uma 
arborizada praça, a Plaza 10 de Febrero. Lá, em uma tarde ensolarada do 
mês passado, o advogado Jorge Ustarez Beltrán, figura de renome na 
cidade graças aos serviços prestados a senadores e ministros da Bolívia,
 colocou as cartas na mesa para o advogado brasileiro Sérgio de Moura 
Ribeiro Marques, contratado pelas famílias para defender os 12 
brasileiros presos há três meses em Oruro. Os torcedores foram apontados
 como responsáveis pela morte do adolescente boliviano Kevin Beltrán 
Espada, de 14 anos, alvejado por um sinalizador quando assistia a uma 
partida de futebol entre Corinthians e San José em fevereiro. “Estou 
consciente de que os 12 não são culpados”, disse Beltrán, tio de Kevin 
que assessora juridicamente a família, ao advogado brasileiro.