12 de abr. de 2013

Teste: Fiat Grand Siena Attractive - Função estratégica

Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
Teste: Fiat Grand Siena Attractive - Função estratégica
Versão Attractive do Grand Siena ajuda a consolidar a Fiat como líder do segmento de sedãs


Mudanças de conceito geralmente demoram para acontecer. O segmento de sedãs compactos brasileiro passou anos liderado pelo Chevrolet Classic, um carro totalmente espartano, com pouco luxo ou modernidades. Hoje, a história é outra.
O primeiro trimestre de 2013 terminou com o Fiat Siena como o sedã mais vendido do país. Dos pouco mais de 8,4 mil emplacamentos memsais, cerca de metade correspondem ao Grand Siena, um sedã espaçoso e com recheio bem honesto, lançado há exatamente um ano. Mas como o preço continua sendo um argumento fundamental na hora da compra, a versão mais vendida do Grand Siena é a de entrada Attractive 1.4.

Se as vendas do Grand Siena e as do antigo Siena – hoje comercializado sob a configuração EL – fossem contabilizadas separadamente, o sedã maior também não faria nada feio. Ele ficaria atrás de Volkswagen Voyage e Chevrolet Classic, dois veículos que têm variantes mais populares, com motores 1.0 e preços menores. A principal briga do representante da Fiat entre os sedãs mais espaçosos e equipados, portanto, seria com o Chevrolet Cobalt, carro que teve quase 4,3 mil emplacamentos mensais em 2013 e que ficaria virtualmente empatado com o Grand Siena no ranking.



A Fiat estima que a versão Attractive 1.4 venda cerca de 2/3 de todos os Grand Siena comercializados hoje no país. O principal responsável por isso é o preço. Parte de R$ 37.470, R$ 4.590 a menos do que os R$ 42.060 cobrados pela versão superior Essence 1.6. Com essa diferença é possível equipar o Attractive com ar-condicionado, retrovisores externos elétricos e rádio/CD/MP3/USB/bluetooth. Itens que elevariam o valor do Grand Siena Essence para R$ 45 mil. Além desses opcionais, a variante de entrada do sedã da Fiat já vem com computador de bordo, chave tipo canivete, conta giros, faróis de neblina, direção hidráulica, airbag duplo, ABS com EBD, vidros e travas elétricas.

O motor é o já antigo 1.4 Fire flex, que recebeu algumas melhorias e ganhou o apelido Evo, de “evolução”. Atualmente, ele desenvolve 88 cv a 5.750 rpm e torque de 12,5 kgfm a 3.500 giros, sempre com etanol. A transmissão é sempre uma manual de cinco velocidades. De acordo com a Fiat, o conjunto impulsiona o sedã de 1.094 kg de zero a 100 km/h em 12,5 segundos e até uma velocidade máxima de 175 km/h. Números pouco entusiasmantes, ao contrário dos animadores índice de vendas do Grand Siena – que embalaram a arrancada da linha Siena na liderança do mercado nacional de sedãs.



Ponto a ponto

Desempenho – O Grand Siena nem é um carro pesado para o seu tamanho. O problema fica mesmo no motor 1.4, insuficiente para mover os 1.094 kg do sedã. O torque máximo até aparece em rotações médias, aos 3.500 giros, mas é preciso paciência nas acelerações e retomadas e disposição para explorar os giros altos. Nota 6.

Estabilidade – Trata-se de um modelo com estabilidade interessante. Mesmo com um ajuste de suspensão mais voltado ao conforto, a evolução em termos de dirigibilidade em relação à geração anterior – o atual Siena EL – é notável. A carroceria até rola, porém, não há sensação de perda de controle. Nota 7.

Interatividade –  O sedã da Fiat é correto neste aspecto. O interior tem tudo sob o alcançe das mãos e em lugares intuitivos. O único controle mal colocado é o dos retrovisores elétricos, posicionados na coluna dianteira. O câmbio tem engates um tanto imprecisos e “borrachudos”. O banco tem ajuste de altura, mas sua amplitude é baixa. O rádio é completo, cheio de funções. O volante tem boa pegada e traz controles do sistema de som. Nota 7.

Consumo – O InMetro não testou nenhuma versão do Grand Siena. O computador de bordo, no entanto, trouxe números até animadores. O sedã fez média de 10,3 km/l com gasolina no tanque e um trajeto misto. Nota 8.

Conforto – É o principal atributo desta nova geração do modelo. O entre-eixos cresceu e criou um ambiente espaçoso e confortável. Os bancos têm apoios laterais que seguram o corpo nas curvas. A suspensão foi trabalhada para absorver a maioria dos impactos. O isolamento acústico, por outro lado, é apenas razoável. Nota 8.



Tecnologia – O Grand Siena é um carro recente, com cerca de um ano de mercado. A plataforma é nova e usa elementos já adotados no Palio e no Punto. O recheio é correto, com equipamentos como rádio/Bluetooth e sensores de luminosidade, chuva e estacionamento entre os opcionais. Já motor 1.4 Evo é veterano. O desempenho do sedã com ele é abaixo da média. Ao menos, oferece um bom consumo de combustível. Nota 7.

Habitalidade – O painel do sedã não é construído para abrigar muitos porta-objetos. O principal deles fica à frente da alavanca de câmbio, que faz as vezes de porta-copos também. O porta-malas é um dos destaques, com elogiáveis 520 litros de capacidade. Entretanto, como todos os seus concorrentes, traz braços que invadem a àrea das bagagens. Nota 8.

Acabamento – O Grand Siena agrada mais no quesito estético. A faixa central do painel pode ainda receber grafismos exclusivos que melhoram o aspecto geral. Já os materiais em si não são da melhor qualidade. Os plásticos são rígidos e alguns têm extremidades afiadas, com pouco capricho. Nota 7.

Design – O Grand Siena é um carro elegante, com porte e até uma certa presença. As linhas são mais conservadoras, com curvas suaves e alguns vincos na carroceria. Não parece tão moderninho quanto os concorrentes Chevrolet Prisma ou Hyundai HB20S, mas agrada de sua maneira distinta. Nota 7.

Custo/benefício – É um dos principais argumentos do Grand Siena Attractive. Com quase todos os opcionais, o sedã atinge R$ 45.094, valor inferior a praticamente todos os seus concorrentes. Em relação à modelos como Chevrolet Prisma, Hyundai HB20S, Toyota Etios sedã e Volkswagen Voyage, o modelo da Fiat perde em desempenho. Mas oferece bom espaço interno e um preço justo. Nota 8.

Total – O Fiat Grand Siena Attractive 1.4 somou 73 pontos em 100 possíveis.



Impressões ao dirigir

Sedã de cidade

Dá para se dizer que a versão Attractive é a mais “social” do Grand Siena. A Essence 1.6 traz um bom desempenho, só que acompanhado de um consumo de combustível pouco animador. A Tetrafuel melhora este aspecto, mas limita o espaço de bagagens – pela instalação do cilindro de gás no porta-malas – e prejudica também as acelerações. A configuração Attractive 1.4 tenta fazer uma ponte entre as duas. O motor 1.4 Evo certamente não é a maior qualidade do sedã. É preciso saber explorar o câmbio e as rotações elevadas para extrair o seu melhor. Mesmo assim, por causa do peso, se trata de um carro mais “esperto” que o Tetrafuel. E ainda mantém um belo consumo, na faixa dos 10,3 km/l de gasolina.

Em termos dinâmicos, todos os Grand Siena são semelhantes. E isso é boa coisa. O modelo é comportado, porém “ostenta” uma certa desenvoltura ao encarar uma série de curvas. A suspensão é macia, o que implica em rolagem da carroceria. Entretanto, o sedã parece sempre estar na mão, com boa dose de segurança. É claro que não dá para impor uma tocada esportiva, mas é um comportamento que agrada e privilegia quem prefere uma condução mais suave.

Por dentro, intenção da Fiat foi elevar o conforto. O espaço interno sobra para quatro adultos. Um quinto fica ligeiramente apertado, apesar de não sofrer como acontecia com o Siena antigo. O acabamento também melhorou. O design interno evoluiu bastante e a cabine se tornou um lugar agradável de se estar. Os plásticos, no entanto, continuam rígidos e com pontas afiadas. O espaço para bagagens é ótimo. São 520 litros, mas que são atrapalhados pelos braços que invadem a área.



Ficha técnica

Fiat Grand Siena Attractive 1.4

Motor: A gasolina, etanol, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 88 cv com etanol, 85 cv com gasolina a 5.750 rpm.
Torque máximo: 12,5 kgfm com etanol, 12,4 kgfm com gasolina a 3.500 rpm.
Diâmetro e curso: 72,0 mm X 84,0 mm. Taxa de compressão: 12,3:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços oscilantes inferiores, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos.
Pneus: 185/65 R14.
Freios: Dianteiros com discos ventilados e traseiros a tambor. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,29 m de comprimento, 1,67 m de largura, 1,50 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. Airbags frontais de série.
Peso: 1.094 kg.
Capacidade do porta-malas: 520 litros.
Tanque de combustível: 48 litros.
Produção: Betim, Brasil.
Lançamento no Brasil: 2012.
Itens de série: Alças de segurança no teto, apoios de cabeça com regulagem de altura, bancos dianteiros reclináveis, chave tipo canivete, computador de bordo, conta-giros, direção hidráulica, airbag duplo, ABS com EBD, faróis de neblina, vidros dianteiros e travas elétricas, vidros verdes e volante com regulagem de altura.
Preço: R$ 37.470.
Opcionais: Ar-condicionado, rádio/CD/MP3/USB/bluetooth, banco do motorista com regulagem de altura, sensor de chuva, luminosidade e estacionamento, rodas de liga leve de 15 polegadas, teto solar elétrico, vidros traseiros elétricos e volante multifuncional.
Preço completo: R$ 48.791.




Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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