12 de nov. de 2011

Willys-Interlagos: ao volante de um mito!


Mantenho uma lista em ordem alfabética com todos os modelos que tive a oportunidade de dirigir até hoje. É um hábito de quem já teve coleção de chaveiro, figurinha e carrinho de ferro. Acredito que isso deve ter soado familiar para muitos de vocês.

Nessa lista estão algumas máquinas interessantes. Aliás, o DeLorean foi uma das últimas e me levou – realmente – ao passado. Na mesma semana tive um encontro com um mito das pistas e, mantidas as proporções, foi como ficar frente a frente com a McLaren que deu o primeiro título ao Ayrton Senna.
Me refiro a um carro que foi mantido em seu estado original, com alguns “ferimentos de guerra” do tempo das corridas e muito orgulho em mais de quarenta anos de história. O Willys-Interlagos amarelinho é um sobrevivente de uma época de ouro do automobilismo nacional.

Tudo começou quando o modelo foi lançado no Salão do Automóvel de 1961. As três versões, Berlineta, conversível e cupê, logo se tornariam objeto de desejo. O estilo europeu era a versão nacional do Renault Alpine A 108, um vencedor de ralis e que sempre é lembrado com carinho pelos europeus de maneira geral.
Nessa época foi fundada a Equipe Willys, comandada por Luiz Greco, e que teve grandes nomes atrás do volante (já falo sobre eles). Seus arqui-rivais eram os bólidos de dois tempos da Equipe Vemag, com Jan Balder e companhia. Os duelos travados entre eles podem ser considerados a época de ouro do automobilismo brasileiro.
Mas vamos focar no Interlagos de número 22. Esse mesmo carro, pilotado pelo Bird, venceu os 500 km de Interlagos, 200 km de Montevidéu e 500 Milhas de Porto Alegre em um único ano. Além disso, outros personagens se sentaram nesses bancos individuais e fizeram o coração do público bater mais forte, como Wilson Fittipaldi, Carol Figueiredo e Luiz Pereira Bueno. Desse modo, quando tive a oportunidade de guiá-lo, foi como reunir vários espíritos da velocidade e um pouco de cada um desses mitos. Em resumo, uma experiência incrível. Como já foi dito, ele mantém as características da época, com volante de aro fino e manopla de câmbio de couro.
Outra coisa bem significativa é encontrada ao longo da carroceria de plástico e fibra de vidro. O dono do clássico teve o cuidado de coletar autógrafos de muitos profissionais que estiveram ao volante. Além de um carro de corrida, é um objeto histórico.

Dei a partida. A versão de pista utilizava o veneno mais forte disponível. O motor de quatro cilindros e 998 cm³ de cilindrada tem carburador de corpo duplo Weber, comando bravo e 70 cv. Ele é mais áspero e tem um ronco fascinante. Vale salientar ainda a suspensão independente.
A primeira é seca e deve ser engatada com o carro completamente parado. E ele sobre de giro, ecoando pela rua arborizada e respirando a plenos pulmões, digo, carburador. No final do vídeo uma saída no melhor estilo Le Mans, deixando minha singela homenagem a esses grandes pilotos que faziam curvas de lado e escreveram seu nome em um lugar especial.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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