28 de jan. de 2014

Buraqueira das ruas brasileiras prejudica motos de baixa cilindrada

 Fotos: Divulgação
Buraqueira das ruas brasileiras prejudica motos de baixa cilindrada
Diversidade de cubs e scooters não garante boas vendas no Brasil

por Igor Macário
Auto Press

Enquanto o mercado de motos grandes se deleita com taxas notáveis de crescimento, na base da cadeia alimentar do mercado de duas rodas a briga é bem mais feia. A variedade de oferta é grande, com várias marcas e muitos modelos lutando por um nicho ainda minoritário.
Na grande maioria dos países, o mercado de duas rodas de baixa cilindrada se concentra em cubs e scooters, vocacionadas para o uso urbano. No Brasil, esses modelos são vitimados pela péssima qualidade da pavimentação. As rodas pequenas e a menor agilidade as fazem perder a vez para as motocicletas de baixa cilindrada, melhores para enfrentar a buraqueira. Ainda assim, o segmento é povoado por diversas marcas – que oferecem muitos modelos. As fabricantes chinesas têm participação importante na oferta, mas o mercado ainda é dominado pelas fabricantes maiores, como Honda, Yamaha e Suzuki.
À primeira vista, cubs e scooters são até semelhantes, mas guardam algumas diferenças estruturais importantes. Nas scooters, as rodas são pequenas, de no máximo 14 polegadas, e o motor acoplado à roda traseira. Isso elimina correias ou correntes de transmissão e abre espaço no quadro da moto para porta-capacetes e outros objetos. No entanto, a ciclística é pouco adaptada a asfaltos ruins em função do diâmetro das rodas. Já as cubs são conceitualmente mais próximas às motocicletas. A posição de condução é montada – e não sentada com na scooter –, têm motor central e possuem rodas maiores – por isso são mais estáveis em pisos irregulares.
A brasileira Dafra é a marca que obteve a maior participação no mercado brasileiro depois das japonesas. Ela encerrou 2013 com 1,7% de participação, mas para isso somou as vendas de nada menos que seis modelos só nessa faixa. A gama é montada em Manaus e começa na pequena Zig 50, de R$ 3.990. O “motorzinho” da cub tem um cilindro e produz 3,2 cv a 8.500 rpm, que movimentam os 90 kg do modelo. Já a Smart Joy fica na outra ponta – por assim dizer – desse segmento. A scooter usa um motor de 125 cm³ e 10 cv aliados a um câmbio CVT. Mas usa rodas de 10 polegadas, em vez das de 17 da Zig e custa R$ 6.190. A Traxx, marca chinesa que também monta motocicletas no Polo Industrial de Manaus, tem quatro modelos, todas cubs, três com 50 – como a Star 50 – e uma de 125 cm³, a Sky 125.
Já a Shineray, que traz seus produtos diretamente da China, tem um portfólio ainda maior. Apenas com motor de 50 cm³ são 10 modelos, entre scooters e cubs. A linha contempla desde motos com visual retrô e inspiração na scooter italiana Vespa, como as Retro 50 e Venice 50, a opções com ar mais moderno, como as Jet e Phoenix 50. Acima delas, ainda há duas 125, Jet e New Wave, com motor de 7,2 cv. A Kasinski – controlada pelo grupo chinês Zongshen – também oferece a Soft 50 e a Win 110, ambas montadas em Manaus.
No entanto, esse mercado ainda é dominado por modelos de fabricantes maiores, como Honda, Yamaha e Suzuki. Todas também tem opções nessa faixa  – cujos projetos muitas vezes deram origem a produtos chineses. A Honda Biz emplacou nada menos que 230 mil motocicletas em 2013, enquanto a Yamaha Crypton é a mais vendida da marca nessa “seara”, com cerca de 19 mil unidades em 2013. A Suzuki ainda briga com a Burgman i, de 125 cilindradas remodelada em 2011 e que conseguiu emplacar 5.713 unidades.
O segmento de baixa cilindrada é muito sensível a alterações no crédito, que restringe o acesso ao financiamento e dificulta as vendas dessas motos – com preços entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. Foi o que aconteceu em 2012 e ainda deixou reflexos em 2013, quando o alto índice de inadimplência fez as financeiras elevarem as exigências para concessão de crédito, o que estrangulou as vendas. No entanto, as perspectivas para esse segmento são positivas em 2014, quando a redução do percentual de mau pagadores deve ajudar na retomada do crescimento. Ainda assim, a pujança do mercado brasileiro continua bastante suculenta para novas marcas que veêm no Brasil potencial para lucros.
Participe! Deixe aqui seu comentário. Muito Obrigado! Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br/

Nenhum comentário: