10 de nov. de 2011

Teste: Chevrolet Cobalt - Assim é se lhe parece

Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/ Carta Z Notícias
Teste: Chevrolet Cobalt - Assim é se lhe parece
Sedã compacto Chevrolet Cobalt investe nos detalhes para tentar transmitir imagem de carro médio
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
“O importante não é a relação custo/benefício de um produto. É o valor que os consumidores acreditam que o produto acrescenta em sua vida”. Com essa frase, o diretor de Marketing da Chevrolet, Gustavo Colossi, abriu sua explanação sobre o Cobalt, o novo sedã compacto da marca.
O modelo foi totalmente desenvolvido no Centro Tecnológico da General Motors em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, mas deverá ser produzido em outros três países e vendido na Europa, África, Oriente Médio e América do Sul. No Brasil, ocupará nas concessionárias Chevrolet os lugares dos esquecidos veteranos Astra sedã e Corsa sedã – o Classic, sedã básico ainda mais veterano mas bom de vendas, continua em linha. Segundo Colossi, o Cobalt é voltado para a classe média que melhorou de vida e não se contenta mais com os modelos 1.0 litro. “Esse consumidor busca um valor que possa ser percebido por ele e pelos outros”, defende o diretor de Marketing da Chevrolet.
No Cobalt  – os executivos da marca pronunciam “Côbalt”, com “o” fechado –, o trabalho dos projetistas para ampliar a percepção de valor do carro aparece de várias maneiras. No design externo, é evidente a preocupação em fazer que o carro pareça maior do que é. Com seus 4,48 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 m de altura e 2,62 m de distância entre-eixos, o novo sedã da Chevrolet nem difere tanto dos concorrentes Honda City, Kia Cerato, Ford New Fiesta sedã, Volkswagen Polo sedã, Fiat Linea, Renault Symbol e o também novato Nissan Versa. Mas o aspecto encorpado da carroceria e a linha de cintura alta efetivamente transmitem a sensação de maior tamanho.
A frente proeminente reproduz a atual identidade estilística da marca, apresentada em 2008 no Malibu – com a grade ampla onde uma única barra horizontal na cor do veículo ostenta um vistoso logo da gravatinha dourada. O faróis são grandes, tem formato trapezoidal e ascendente, misturando linhas retas e curvas. O friso lateral cria um ressalto que dá uma impressão de “estufado”, o que também aumenta a sensação de que é um carro maior. Na traseira, lanternas sóbrias ladeiam a tampa do porta-malas, que também parece um tanto “inflada”. O aspecto geral do Cobalt é assumidamente clássico – segundo a General Motors, uma demanda das pesquisas feitas com consumidores do segmento de sedãs compactos. Se não exprime maiores ousadias, o estilo denota alguma imponência e robustez.
No design interno, a preocupação foi a mesma – fazer com que o Cobalt pareça um carro de um segmento superior. O habitáculo é realmente generoso para o segmento de sedãs compactos e todas as linhas internas e revestimentos foram pensados para reforçar a sensação de amplitude. O painel tem estilo moderno e combina contagiros e indicador de nível de combustível analógicos com um velocímetro digital, ambos com uma iluminação azul – similar à do Agile. Informações como autonomia e distância percorrida também estão disponíveis no painel, cercadas de luzes-espia. São 18 porta-objetos, inclusive porta-garrafas nas portas e um amplo nicho sobre o porta-luvas, que se reproduz parcialmente à esquerda do motorista. Alguns cromados espalhados pelo interior reforçam o requinte a bordo. O porta-malas é o maior do segmento – são 563 litros.
O motor 1.4 litro de quatro cilindros Econo.Flex – o mesmo que move o Prisma – teve inovações no sistema de admissão e de escape, segundo a General Motors. Tem potência de 102 cv com etanol e 97 cv com gasolina, em 6.200 giros. O torque é de 13 kgfm com  etanol e 12,8 kgfm com gasolina em 3.200 rpm. O câmbio é manual de cinco velocidades – a versão automática chegará no segundo trimestre de 2012, junto com o novo motor 1.8 Econo.Flex.
Na hora de escolher a faixa de preços do novo modelo, a GM foi ortodoxa: colocou o Cobalt junto aos concorrentes. O preço inicial é de R$ 39.980 na versão LS, que traz ar-condicionado, direção hidráulica, desembaçador traseiro, chave do tipo canivete com abertura à distância, trava elétrica das portas e porta-malas, encosto traseiro rebatível 60/40, encostos de cabeça com regulagem em altura e banco do motorista também com regulagem de altura. Não há vidros elétricos nessa versão básica – são acionados por maçanetas na frente e na traseira.
A versão intermediária LT começa em R$ 43.780 e acrescenta airbag duplo frontal, grade dianteira cromada, coluna de direção com regulagem de altura, freios ABS com EBD, vidros elétricos nas portas dianteiras e alarme antifurto. Já a “top” LTZ parte de R$ 45.980 e, além do que já vem na LS e LT, traz rodas de liga leve, farol de neblina dianteiro, maçanetas internas e comandos do ar-condicionado cromados, barra cromada na traseira, rádio AM/FM com leitor para CD/MP3, Bluetooth e entrada USB, computador de bordo, espelhos retrovisores com regulagem elétrica e acionamento elétrico para todos os vidros. Para todas, a garantia é de três anos, sem limite de quilometragem.
Segundo a General Motors, no ano que vem, quando a produção estiver a pleno vapor, a expectativa é vender cerca de 3.500 unidades mensais no Brasil. Ou seja, o suficiente para liderar com folgas o segmento de sedãs compactos superiores e deixar para trás City – 2.155 unidades/mês esse ano –, Cerato – 1.931 unidades/mês –, New Fiesta sedã – 1.100 unidades/mês –, Polo sedã – 1.076 unidades/mês, Linea – 1.024 unidades/mês – e Renault Symbol – 474 unidades/mês. O Versa, que chega agora ao mercado, também aguarda para entrar na briga, que já promete ser das mais acirradas de 2012.


Primeiras Impressões
Sob nova dimensão
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
Indaiatuba/SP - O conceito do Cobalt é interessante – preço de compacto com espaço e conforto de sedã médio. Embora o design externo seja extremamente formal e conservador, trata-se uma inegável evolução estética em relação aos superadíssimos sedãs compacto Corsa e médio Astra que a General Motors oferecia até agora – e que o Cobalt “aposentou”. Em relação ao Astra de três volumes, o novo modelo é 14 cm mais comprido, 8 cm mais alto, 2 cm mais largo e tem apenas meio centímetro a mais de entre-eixos. O preço do Astra começava em R$ 51.750. Já o Corsa sedã, que era expressivos 30 cm menor em comprimento que o Cobalt, começava em R$ 38 mil. Ou seja, em termos de aparência, tamanho e preços, o novo sedã cumprirá com folgas a tarefa de ser uma opção bem mais atraente nas concessionárias Chevrolet.
No sinuoso circuito do Campo de Provas de Cruz Alta, no interior paulista, o novo sedã compacto da General Motors teve uma pequena oportunidade de mostrar seu valor também em termos dinâmicos. Se, por fora, as diferenças nas medidas em relação ao extinto Astra sedã nem são tão impressionantes, por dentro o Cobalt se revela mais espaçoso e muito mais moderno. A opção de design interno foi bem mais ousada que a do exterior e ainda contribui para a sensação de maior espaço. Na versão “top” LTZ avaliada, os revestimentos são decentes e agradáveis ao toque. Detalhes cromados ajudam a tornar o aspecto geral mais distinto. Quem senta ao volante não tem dificuldades de encontrar uma posição confortável para dirigir. Ao ajeitar os espelhos, é possível notar que a retrovisão é um tanto prejudicada pela traseira elevada – que viabiliza o generoso porta-malas de 563 litros. Pena que sua tampa seja sustentada por grandes alças, que invadem o bagageiro e limitam bastante o aproveitamento do espaço. Um sistema pantográfico resolveria o problema sem amarrotar as malas de ninguém.
Depois de girar a chave, o Cobalt não tarda a apresentar uma de suas virtudes mecânicas: o câmbio. Os engates do câmbio manual de cinco marchas são precisos e bastante agradáveis. Facilitam bem a tarefa de otimizar o trabalho do esforçado motor 1.4 Econo.Flex herdado do Prisma, que foi retrabalhado para o Cobalt. Segundo a GM, ele oferece 90% do torque máximo – de 13 kgfm com etanol – já a partir dos 2.400 giros. Apesar de não permitir grandes arroubos de esportividade, a motorização cumpriu com razoável desembaraço a tarefa de fazer o sedã acelerar pelos aclives, declives e curvas da pista. O conjunto suspensivo também agradou no teste de apresentação. Nas curvas, o carro deixou uma impressão de consistência dinâmica, sem oscilações ou deslizes. O baixo nível de ruído no habitáculo é outra característica amistosa do novo modelo.
Embora a versão LTZ avaliada contasse com vidros com acionamento elétrico nas quatro portas, a opção pelas anacrônicas alavancas giratórias para erguer os vidros dianteiros e traseiros na versão básica LS compromete um pouco o conceito do Cobalt. Trata-se da chamada “versão a partir de”, com aquelas detestáveis “tampas cegas” vedando os nichos onde deveria estar o sistema de som, cujo preço serve de chamariz nas propagandas mas que acaba tendo suas vendas restritas aos frotistas obcecados pela relação custo/benefício. Se a ideia é tentar parecer com um veículo de segmento superior, o consumidor que a própria GM imagina para seu novo sedã coerentemente sabe dar valor à comodidade de acionar os vidros com o simples toque de um dedo. E não abrirá mão dos vidros com acionamento elétrico.


Ficha técnica
Chevrolet Cobalt
Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 102 cv e 97 cv 6.200 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,5 segundos e 11,9 s com etanol e gasolina.
Velocidade máxima: 170 km/h.
Torque máximo: 13,0 kgfm e 12,8 kgfm a 3.200 rpm.
Diâmetro e curso: 77,6 mm X 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com braço de controle ligado a haste tensora, com molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Traseira semi-independente, com eixo de torção, barra estabilizadora soldada no eixo, molas helicoidais e amortecedores pressurizados.
Pneus: 165/65 R15.
Freios: Dianteiros a disco ventilados e traseiros a tambor. Oferece ABS como opcional.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,47 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 m de altura e 2,62 m de entre-eixos. Airbags frontais como opcional.
Peso: 1.072 kg.
Capacidade do porta-malas: 563 litros.
Tanque de combustível: 54 litros.
Produção: São Caetano do Sul, São Paulo.
Lançamento: 2011.
Itens de série:
LS: Ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de aço de 15 polegadas, velocímetro digital, desembaçador traseiro, chave canivete, trava elétrica, banco do motorista e encostos de cabeça reguláveis em altura.
Preço: R$ 39.980.
LT: Adiciona airbag duplo frontal, ABS com EBD, grade dianteira cromada, coluna de direção com regulagem de altura, vidros dianteiros elétricos, alarme e revestimento interno em dois tons.
Preço: R$ 43.780.
LTZ: Acrescente rodas de liga leve, faróis de neblina, barra cromada na traseira, rádio/CD/MP3/Bluetooth, computador de bordo, espelhos elétricos e vidros elétricos nas quatro portas.
Preço: 45.980.

Fonte:motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br/

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