
“A persistência é o menor caminho do êxito.” – Charles Chaplin
Foi simplesmente ao acaso. Nada estava programado e em momento algum aquele era tido como o carro dos seus sonhos, mas quando André “Abracadabra” de Lima viu aquele Fiat Brava HGT prateado não teve dúvidas: desfez-se de seu Palio e deu início a uma daquelas sagas.
Com a ajuda de vários membros do Brava Clube, Clube do Marea e Fiat Clube a manutenção do HGT foi posta em ordem sem a necessidade de oficinas ou mão de obra especializada, apenas com dicas e muito cuidado na execução.
Apesar de ser uma série relativamente rara pelas ruas, André começou a observar diversos exemplares exatamente iguais ao seu: HGT e Prata. “Os que me conhecem sabem que gosto de diferenciar as minhas coisas, nem que seja um mero detalhe” diz ele, que tratou de instalar no Brava peças que vinham dos Mareas mais completos, como o console central, volante com comando de rádio, painel com mostradores brancos, retrovisores fotocrômicos e vidros traseiros elétricos.


O Brava já tornara-se o xodó de André, mas algo ainda o incomodava. Era estranho olhar para alguns carros no estacionamento e lá ver o seu, prateado como tantos outros. Então a modificação mais notória chegou: a pintura Blue Jazz, o mesmo tom de azul utilizado nos Audi S4.

Ainda em grande contato com os clubes, conheceu por meio de indicações e vídeos o trabalho daquele que viria a se tornar um fiel escudeiro. Alexandre é proprietário da High Torque, oficina situada em Belo Horizonte/MG bastante renomada junto aos proprietários de Fiats por sua presteza e profissionalismo. Sempre antenado às inovações tecnológicas, Alexandre tem o hábito de apresentar a execução de seus serviços em canais de vídeos na Internet e este foi mais um ponto que o gabaritou junto à André para tomar conta do Brava.
Viajei para Belo Horizonte somente para fazer revisão no meu carro. Muitos não entendem o que isso representa, mas enfim, sempre dou um sorriso quando surge esse assunto e sigo com a conversa. Além da revisão do motor, aproveitei a mão-de-obra da oficina e mandei instalar as barras estabilizadoras (dianteira e traseira) do Fiat Coupé. São mais grossas que as originais do Brava, mas como os dois compartilham praticamente a mesma plataforma, não é preciso nenhuma adaptação.Na High Torque havia algo que fez os olhos de André brilharem. Tratava-se de um teto solar completo de um Fiat Marea. Mas para instalá-lo seria necessário caçar peças – a folha do teto e o forro interno de Brava e Marea são diferentes. E os Brava com teto solar original são raríssimos. Após exaustiva procura, elas foram localizadas e instaladas. Para não correr o risco da cor apresentar diferenças, o carro foi completamente pintado de novo.

A felicidade na cara do proprietário era notória, mas a esta altura as lombrigas da personalização já não estavam satisfeitas. Encontrou em Brasília um Marea Turbo. Após uma longa negociação, o motor 1.8 16v original voltou chorando para casa, pois sabia que seu destino era ficar encostado.
Em seu lugar, o 2.0 20v turbo de 182 cavalos há dois anos adormecido. A adaptação não foi muito simples, e as peças não eram das mais baratas e fáceis de serem encontradas. Com o carro montado e pintado, outra mega-revisão foi feita com a troca da embreagem, bomba de óleo, bomba d´água, válvula termostática, correias, óleos… tudo o que era essencial para a saúde foi substituído.


O Brava conseguiu rodar livre de preocupações e completamente OEM+. Motor novo, pintura azul e turbo. Sem mais o que “inventar”, André começou a pensar em alguns upgrades no que já estava lá. Instalou uma válvula de alívio HKS com flange de alumínio para mostrar aos desavisados uma bravura mais sonora.
E então ele cedeu às perigosas tentações. Colocou seu Brava nas mãos de um “meXânico” de Brasília para a instalação de uma turbina Garrett GT2560R nova que literalmente fritou por falta de lubrificação após meros 50km rodados. Adquiriu outra do mesmo modelo que sucumbiu devido ao mesmo problema. Revoltado com o trabalho medíocre deste preparador, o proprietário recondicionou a turbina original, regulou-a para trabalhar com pressão constante de 1,2Bar, ordenou novos parâmetros à centralina e assim o carro rodou por mais de um ano apenas trocando óleo e filtros, sem maiores dores de cabeça.

O Brava correu em alguns track days no Autódromo Internacional Nelson Piquet em Brasília/DF durante 2010 e seguiu apresentando boas médias a cada evento. Roda diariamente e em viagens com bastante equilíbrio. Méritos das barras estabilizadoras do Coupé, molas Eibach e amortecedores Turbogás da Cofap. As bonitas rodas originais da versão HGT calçam pneus Maxxis Victra MA-Z1 que garantem boa aderência ao conjunto.


Como em qualquer projeto em eterno andamento, algumas surpresas estão acumuladas: turbina GT2871R, bicos injetores Deka-Siemens de 65lbs/h, válvula wastegate e blow-off da Tial, coletor de escapamento feito sob medida e catch-tank, tudo para beliscar as três centenas de cavalos.

Infelizmente os planos tiveram de ser adiados dado uma quebra do motor recentemente a caminho do Encontro Nacional do Brava Clube, quase na chegada em Belo Horizonte, após algumas boas aceleradas. Novamente entra em cena o pessoal da High Torque que acolhe o Brava em sua oficina e deixa-o “novo denovo”. O motor foi completamente revisado e as peças móveis substituidas por novas
O motor de mais de 200 cv voltou à vida saudável e disposto a novas jornada. Agora é ter um pouco de paciência, economizar, abrir o capô e deixar que os upgrades crescam no cofre do motor.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br/
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