15 de out. de 2011

Teste: Honda segue reação em cadeia com novas CBR 600F e CB 1000 R

 Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias e Divulgação
Teste: Honda segue reação em cadeia com novas CBR 600F e CB 1000 R
Honda amplia o leque de modelos nacionais com a CBR 600F e CB 1000 R para encarar rivais cada vez mais fortes
por Eduardo Rocha
AutoPress
Na lógica do marketing, a empresa que lidera as vendas em um setor é quem tem mais para perder. Afinal, todas as concorrentes miram tanto nos produtos que a marca dominante oferece quanto nos nichos que ela deixa livre. O papel da empresa líder é minimizar as perdas e retardá-las ao máximo.
Foi exatamente essa a motivação da Honda para apresentar das motocicletas CBR 600F e CB 1000R, produzidas em Manaus. A marca tem uma folgada liderança no mercado em geral, com mais de 75% das vendas. Mas quando se trata de modelos de média e alta cilindrada – acima de 400 cc –, a Honda “amarga” um segundo lugar, com aproximadamente 25% de participação. Os segmentos de média e alta cilindrada representam apenas 2% do total – menos de 40 mil motocicletas por ano. Mas são os mais lucrativos, que emprestam mais status às marcas e, por ter uma enorme variedade de modelos, viram uma brecha para que várias concorrentes entrem no mercado. Casos das conterrâneas Yamaha, Kawasaki e Suzuki – esta com mais de 30% de participação e as outras duas com cerca de 10% cada. Além delas, ainda há as europeias, como Triumph, BMW e Ducati, e a americana Harley-Davidson, com fatias menores.
Nem a CBR 600F nem a CB 1000R são exatamente novidades. Mas, com certeza, vão ampliar o poder de fogo da Honda nos respectivos segmentos. A 600 é uma Hornet com carenagem e regulagens nos amortecedores dianteiros – itens retirados da Hornet 2012, que privilegiou redução de custos. A CBR é uma “esportivação” de um modelo naked – sem que isso, no caso, represente um ganho de potência. Ela manteve o eficiente propulsor de quatro cilindros em linha, com exatos 599,3 cm³, duplo comando no cabeçote, quatro válvulas por cilindros e arrefecido a líquido. Este motor é gerenciado por um câmbio de seis marchas e fornece 102 cv de potência a 12 mil rpm e 6,53 kgfm de torque a 10.500 rpm. Como ocorre em diversos modelos da Honda, ela chega com a opção de ABS, que inclui R$ 3 mil e 5 kg à motocicleta que custa R$ 32.500 e pesa 191 kg.
A familiaridade da CB 1000R com o mercado brasileiro não é tão evidente. Mas o modelo é, na verdade, uma repaginação da antiga superesportiva CBR 1000 RR produzida nos anos 2006 e 2007. Originalmente ele tinha 160 cv, mas foi amansada para se enquadrar na “categoria” street fighter. Além de perder a roupagem aerodinâmica e muitos cavalos de potência, ganhou um guidão mais alto e pedaleira avançadas, que favorecem a pilotagem mais urbana. O motor de quatro cilindros em linha e 16V ficou com 125 cv de potência a 10 mil giros e 10,1 kgfm de torque a 7.750 rpm. Ela também tem a opção de ABS, que da mesma forma adiciona R$ 3 mil nos R$ 37.500 da tabela e 5 kg aos 204 kg originais.
Estes lançamentos marcam também uma nova maneira de a Honda encarar os modelos de média e alta cilindrada no Brasil. Até aqui, a montadora dividia suas motocicletas entre nacionais e importadas. Na prática, isso significava fazer os proprietários de CB 600F Hornet ou de VT 750 Shadow entrarem na mesma fila das dezenas de milhares de donos de modelos mais baratos, como Pop 100, CB 125 Biz ou CG 150 Titan. O tratamento pouco VIP certamente espantou parte da freguesia para outras marcas, que trabalham com volumes muitíssimos menores e podem dar um tratamento mais cuidadoso ao consumidor. A nova proposta, batizada de Honda Dream, é tratar diferenciadamente os modelos pelo tamanho, não por origem, e criar ambientes elitizados dentro das concessionárias de melhor estrutura, exclusivamente para receber os consumidores de motocicletas mais caras. Isso inclui, segundo o projeto, lojas de acessórios mais completas e áreas separadas com poltrona, cafezinho, água gelada e sorrisos desinteressados.


Primeiras impressões/CBR 600F e CB 1000R
Inversão de valores
Águas de Lindóia/São Paulo – Tanto CBR 600F quanto CB 1000R fogem de suas origens. A primeira vai na linha das superesportivas e tem como base a Hornet, uma motocicleta naked, com boa capacidade dinâmica mas com a verve street bem exaltada. A segunda, uma street fighter, tem seu gérmen na feroz CBR 1000RR Fireblade de 2007. Esse movimento diagonal, aparentemente, até aproximaria as duas. Inclusive porque as diferenças na posição de pilotar são pequenas. Alguns centímetros de recuo na pedaleira para a 600 e outros poucos de elevação do guidão para a 1000. E até os pneus são idênticos: 120/70 na frente e 180/55 atrás. Mas, na verdade, a distância entre as duas ficou enorme.
A CBR 600F, com seus 102 cv – 25 cv a menos que a CB 1000R –, se porta muito bem no ambiente rodoviário, onde faz valer sua carenagem e a grande elasticidade de seu motor – que tem potência máxima aos 12 mil giros. A posição mais deitada sobre o tanque e o bom encaixe para os joelhos fazem com que os quilômetros passem rápido, sem muito incômodo para o piloto. Em baixas velocidades, como na cidade, ela até não se mostra muito pesada, pois tem um centro de gravidade baixo e seu equilíbrio é fácil. Não é onde ela fica mais à vontade. De qualquer forma, a CBR 600F confirma a propriedade do uso da letra F, de “fun”, no final de sua denominação. Ela é mesmo muito divertida de pilotar.
A CB 1000R está no lado oposto. Ela é mais pesada, menos dócil e força uma postura mais ereta do piloto. Mas como é herdeira da antiga CBR 1000RR Fireblade, traz algumas virtudes de berço, como a ótima ciclística. Mas também tem pelo menos uma característica que denuncia sua idade: o propulsor é áspero e bem menos elástico que o da CBR 600F. A ergonomia do guidão alto facilita os dribles nos carros em engarrafamentos, apesar de o peso e a elevação do centro de gravidade reduzirem um pouco sua agilidade. Na estrada, ela não instiga velocidades de cruzeiro muito altas. Acima dos 110 km/h, o vento já começa a incomodar e a tensão do piloto ao se segurar nas manoplas acaba provocando viagens mais intervaladas. O próprio enquadramento no conceito street fighter indica que a vocação da CB 1000R é realmente mais urbana, apesar dos 125 cv de seu propulsor.

Ficha técnica
Honda CBR 600F
Motor: A gasolina, quatro tempos, 599,3 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e refrigeração a líquido.
Câmbio: Manual de seis marchas à frente com transmissão por corrente.
Potência máxima: 102 cv a 12 mil rpm.
Torque máximo: 5,53 kgfm a 10.500 rpm
Diâmetro e curso: 67,0 mm X 42,5 mm.
Suspensão: Dianteira com garfo telescópico com 41 mm de diâmetro e 120 mm de curso. Traseira do tipo monochoque com 128 mm de curso e sete regulagens de pré-carga da mola.
Pneus: 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás.
Freios: Discos duplos flutuantes na dianteira e disco simples na traseira. Oferece ABS como opcional.
Dimensões: 2,15 metros de comprimento total, 0,74 m de largura, 1,15 m de altura, 1,43 m de distância entre-eixos e 0,80 m de altura do assento.
Peso: 191 kg (196 kg com ABS).
Tanque do combustível: 18 litros.
Produção: Manaus, Amazonas.
Preço: R$ 32.500 (R$ 35.500 com ABS).


Ficha técnica
Honda CB 1000R
Motor: A gasolina, quatro tempos, 998,3 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e refrigeração a líquido.
Câmbio: Manual de seis marchas à frente com transmissão por corrente.
Potência máxima: 125 cv a 10 mil rpm.
Torque máximo: 10,1 kgfm a 7.750 rpm
Diâmetro e curso: 75,0 mm X 56,5 mm.
Suspensão: Dianteira com garfo telescópico invertido, com 120 mm de curso e 109 mm de diâmetro. Traseira do tipo monochoque com 128 mm de curso e dez regulagens de pré-carga da mola.
Pneus: 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás.
Freios: Discos duplos flutuantes na dianteira e disco simples na traseira. Oferece ABS como opcional.
Dimensões: 2,10 metros de comprimento total, 0,80 m de largura, 1,09 m de altura, 1,44 m de distância entre-eixos e 0,82 m de altura do assento.
Peso: 203 kg (208 kg com ABS).
Tanque do combustível: 17 litros.
Produção: Manaus, Amazonas.
Preço: R$ 37.800 (R$ 40.800 com ABS).

Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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