Apesar do tamanho pequeno, A1 busca reforçar a imagem de sofisticação da Audi
por Rodrigo Machado
Auto Press
Os números em todo o mundo mostram que a Audi está na melhor fase de sua história. No Brasil, não é diferente. A marca das quatro argolas vendeu 3.266 carros no ano passado, um aumento de 61% em relação a 2009. Mas, se na Europa a Audi está no auge do seu prestígio, por aqui ainda tenta reforçar o seu “status” – abalado desde 2006, com o encerramento da produção local do A3 em São José dos Pinhais, no Paraná.
Para tentar resgatar o carisma no mercado local, a Audi precisa reafirmar o requinte e a exclusividade de seus produtos. Ou seja, não pode usar o preço como grande apelo de vendas. Mesmo no seu carro mais barato, o compacto A1, a tática não muda. Ele sai de R$ 89.900, mas pode superar os R$ 110 mil com opcionais. Algo considerável para um carro do porte de um Volkswagen Polo – alíás ele é feito na plataforma do Polo europeu. por Rodrigo Machado
Auto Press
Os números em todo o mundo mostram que a Audi está na melhor fase de sua história. No Brasil, não é diferente. A marca das quatro argolas vendeu 3.266 carros no ano passado, um aumento de 61% em relação a 2009. Mas, se na Europa a Audi está no auge do seu prestígio, por aqui ainda tenta reforçar o seu “status” – abalado desde 2006, com o encerramento da produção local do A3 em São José dos Pinhais, no Paraná.
Além de reforçar a percepção de sofisticação da marca, o A1 tem outro papel importante. Graças ao seu design e proposta, ele dá à Audi no Brasil, mais uma vez – a primeira foi com o próprio A3 –, um bom acesso ao público jovem endinheirado. A tarefa é essencial, já que muitos acabam ficando fiéis à marca por toda a abastada vida. Apesar de recém-chegado, o A1 já mostra um bom desempenho de mercado. Com quatro meses fechados de vendas, o pequeno alemão acumula uma média de 160 unidades mensais entregues. Em comparação com o Mini Cooper, seu principal rival, o Audi perde por pouco, já que o concorrente vende quase 200 carros por mês.
Se não pode jogar com o preço, um dos principais apelos de venda do A1 é o seu desenho. Para criar seu menor modelo, a Audi resolveu se afastar da proposta visual que tem usado nos seus sedãs. É sem dúvida o carro mais despojado da marca. A frente é tomada pela já tradicional grade dianteira que desce até a base do para-choque e é envolta por um friso cromado. Os faróis são ousados, com desenho irregular e luzes diurnas de leds – cujo desenho remete a bigodes enrolados, no estilo Salvador Dalí – que dão a atual “assinatura” da Audi. De lado, o destaque é para o arco formado pela coluna dianteira, o teto e a coluna traseira. Esse item pode ser pintado na cor da carroceria ou em prata. A parte posterior é mais conservadora. Conta com lanternas com cortes retos, que também são dotadas de leds.
Apesar de já ter um desenho bem resolvido, a Audi aposta alto na personalização de seu veículo. A ideia é passar a impressão ao consumidor que seu carro é único – mais uma vez seguindo a estratégia do Mini. Além da pintura da carroceria e do arco do teto, é possível mudar a cor de painéis internos e das saídas de ar da cabine, além de adicionar rodas e aerofólios. A Audi estima que mais de 90% dos compradores do A1 personalizem os seus carros.
Para mover o A1, a Audi usou um motor 1.4 com turbocompressor e injeção direta de combustível. Assim, o ele desenvolve 122 cv a 5 mil rpm e um ótimo torque de 20,4 kgfm entre 1.400 e 4 mil giros. A transmissão já é conhecida da linha da fabricante – a S-Tronic, automatizada de dupla embreagem e sete velocidades, que joga a força toda nas rodas dianteiras.
De série, o Audi “mignon” vem bem equipado. A lista de equipamentos de série inclui ar-condicionado manual, trio elétrico, direção assistida, volante multifuncional, airbags frontais, laterais e de cortina, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, computador de bordo, banco do motorista com ajuste de altura, controle de partida em aclive, controle de estabilidade e rádio/CD/MP3/Bluetooth com entrada para Ipod. Com isso, o A1 custa R$ 89.900.
Com opcionais como som Bose, arco do teto pintado, aplicações pintadas no interior, ar-condicionado automático, teto solar, cruise control, sensor de estacionamento traseiro, de chuva e de luminosidade e partida por meio de botão, o A1 custa R$ 111.215. Ainda é possível adicionar um desenho mais esportivo, com spoilers, aerofólios e pintura especial no interior por mais R$ 15.500. Tudo por um pouco mais de personalização e requinte.

Ponto a ponto
Desempenho – Na hora de acelerar, o Audi A1 se vale do seu tamanho compacto. Com apenas 1.200 kg, o pequeno modelo da marca alemã acelera com vigor e ganha velocidade com a agilidade de um kart. Além do moderno motor 1.4 TFSI, quem joga a favor do A1 é a ótima transmissão S-Tronic automatizada de dupla embreagem, que faz trocas rápidas e é bem escalonado. Nota 10.
Estabilidade – Fazer curvas com o A1 é definitivamente uma tarefa divertida. Com uma suspensão bem rígida e dimensões compactas, o carrinho da marca alemã se mostra muito ágil, vai com facilidade para qualquer direção que o motorista apontar. A carroceria pouco tende a desgarrar nos trajetos sinuosos. Nota 9.
Interatividade – Para um carro que custa quase R$ 90 mil, o A1 poderia ser melhor em alguns aspectos. Os bancos, por exemplo, não contam com ajustes elétricos, o ar-condicionado não é digital e falta entrada USB para o rádio – embora existam duas entradas SD. A visibilidade não é das melhores, já que o teto é muito pronunciado para frente e as janelas muito pequenas. O motorista se sente um tanto quanto afundado dentro do A1. Fora isso, os comandos são bem intuitivos e bem posicionados. O volante multifuncional é bom e conta com diversos controles do sistema de som e do computador de bordo. O painel de instrumentos é completo e com ótima visualização. Nota 8.
Consumo – A Audi declara um consumo de gasolina de 15,4 km/l na cidade. O computador de bordo mostrou uma medição um bocado maior, na casa dos 11,5 km/l. Mesmo assim, é um bom número. Nota 9.
Conforto – Para quem viaja na frente, o A1 oferece boa dose de conforto. Há espaço suficiente e os dois ocupantes têm apoios de braço e bancos envolventes. Quem vai no banco traseiro, entretanto, encontra dificuldade. Apenas crianças conseguem viajar ali sem desconforto. No caso de adultos, ele serve para uma carona para casa, nada muito demorado. Pelo preço do A1, a Audi também poderia ter disponibilizado bancos com revestimento de couro. Nota 7.
Tecnologia – O A1 é montado na moderna plataforma PQ25, usada pelos compactos do grupo Volkswagen, como o novo Polo europeu. Além disso, conta com um motor moderno, com turbocompressor e injeção direta de combustível e com uma transmissão automatizada de dupla embreagem. A lista de equipamentos é condizente com um carro desta faixa de preço. Nota 8.
Habitabilidade – Por ser um hatch de apenas duas portas, o A1 favorece a vida dos ocupantes dos bancos dianteiros. Os acessos são facilitados e a vida a bordo é tranquila. A oferta de porta-objetos é boa. O mesmo não se pode dizer de quem vai atrás, que sofre com a falta de espaço. O porta-malas também não impressiona: tem apenas 270 litros. Nota 7.
Acabamento – Mesmo em seu menor carro, a Audi não economizou no quesito acabamento. O painel é todo emborrachado, passando uma ótima sensação. Mesmo as partes de plástico duro, como a região que fica em volta dos comandos do rádio, é agradável bem acabada. O volante é de couro com costuras aparentes também é de muito bom gosto. Nota 9.
Design – Um dos principais argumentos de vendas do A1. Para um Audi, marca que vem se caracterizando por fazer carros com desenho muito parecido, o compacto é um veículo bem diferente e chamativo. Os faróis dianteiros em led e o arco que pode ser pintado em cor diferente da carroceria são itens que contribuem bem para o design jovial do carro. É difícil passar despercebido no carrinho da Audi. Nota 8.
Custo/Benefício – Definitivamente não é maior apelo do A1. Apesar de ter um trem de força moderno, o compacto da Audi é caro. Sai de R$ 89.900 e completo – como na versão testada – vai a elevados R$ 111.215. Para se ter noção, o Mini Cooper, principal concorrente do Audi, custa R$ 80.750 com um propulsor com os mesmos 122 cv do A1. E o inglesinho ainda oferece o apelo retrô. Nota 5.
Total – O Audi A1 1.4 TFSI somou 80 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Que nem gente grande
Por fora, o A1 não inspira esportividade. É verdade que o design é chamativo nas ruas – grande parte por causa das diversas opções de personalização que Audi disponibiliza –, mas não incita qualquer tipo de direção mais ousada. Ele tenta parecer mais um carro tipicamente urbano, com dimensões reduzidas e visual requintado – garantido também pela grife das quatro argolas têm. A mesma impressão é passada no interior. O acabamento é excelente, típico de um carro de origem alemã, mas sem grandes invenções. Os equipamentos embarcados também mostram o cuidado da Audi com o seu compacto. O sistema de som opcional da Bose é de ótima qualidade e a tela de lcd retrátil é um dos poucos “charmes” da cabine.
Ao sentar no banco do motorista, no entanto, essa sensação cai por terra. A posição de dirigir é bem baixa, quase afundada no banco e o volante tem ótima empunhadura, bom para pegar uma estrada sinuosa. As críticas no interior ficam para os bancos, não tem revestimento de couro nem ajustes elétricos.
Para sair andando, a tarefa é simples. Só pisar o pé no freio e apertar o botão de partida. E a partir daí o motor acorda. E olhando só para os 122 cv de potência a 5 mil giros do motor, o A1 não deveria ter um desempenho arrebatador. Com 1.200 kg, a relação peso/potência é de 9,83 kg/cv – nada extraordinário. Mas o trunfo do Audi fica no torque. São 20,4 kgfm de força entregues entre 1.400 e 4 mil rotações. Isso significa que basta sair da marcha lenta e o A1 já está na sua faixa de torque máximo. Na prática, o pequeno carro acelera sempre com vontade. O zero a 100 km/h é feito em 8,9 segundos. As retomadas também são boas. Muitos méritos também para a excelente transmissão automatizada S-Tronic de dupla embreagem. Bem afinada com o motor, ela não deixa buracos e escolhe sempre a relação correta.
O comportamento dinâmico do A1 se vale também de suas dimensões. Com 3,95 metros de comprimento e 2,47 m de distância entre-eixos, o A1 tem desempenho semelhante ao de um kart. É só apontar que o A1 vai – e sempre com disposição. As curvas em baixa e média velocidade são feitas com muita agilidade e sempre grudado no chão. Entrar em curvas com um “ânimo” extra com o pequeno modelo é sempre divertido. É um dos fatores que tenta explicar as altas cifras que aparecem na etiqueta de preços do brinquedo menos caro da Audi.

Ficha Técnica
Audi A1 1.4 TFSI
Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.390 cm³, quatro cilindros em linha e quatro válvulas por cilindro. Com injeção direta de combustível, turbocompressor com intercooler e comando variável de válvulas.
Transmissão: Câmbio automatizado com sete velocidades à frente e uma a ré. Dupla embreagem. Tração dianteira. Oferece controle de tração e de estabilidade.
Potência máxima: 122 cv a 5 mil giros rpm.
Aceleração 0 a 100 km/h: 8,9 segundos.
Velocidade máxima: 203 km/h
Torque máximo: 20,4 kgfm entre 1.500 e 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 76,5 mm X 75,6 mm. Taxa de compressão: 10:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais, amortecedores hidráulicos, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira com eixo de torção.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS com EBD e assistência de partida em aclives.
Pneus: 215/45 R16
Carroceria: Hatch em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 3,95 metros de comprimento, 1,74 metro de largura, 1,41 metro de altura e 2,47 metros de distância entre-eixos. Oferece airbags duplos frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina de série.
Peso: 1.200 kg.
Capacidade do porta-malas: 270 litros.
Tanque de combustível: 45 litros.
Produção: Bruxelas, Bélgica.
Lançamento mundial: 2010.
Lançamento no Brasil: 2011.
Equipamentos de série: Ar-condicionado manual, trio elétrico, direção assistida, volante multifuncional, airbags frontais, laterais e de cortina, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, computador de bordo, banco do motorista com ajuste de altura, assistência de partida em aclives, controle de estabilidade, faróis de xenônio com luzes de led, faróis e lanterna de neblina, apoio de braço dianteiro e rádio/CD/MP3/Bluetooth com entrada para Ipod.
Preço inicial: R$ 89.900.
Opcionais: Sistema de som Bose, pintura do arco do teto, aplicações no interior, ar-condicionado automático, teto solar, cruise control, sensor de estacionamento traseiro, de chuva e de luminosidade e partida por meio de botão.
Preço da unidade: R$ 111.290.
Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br
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