2 de set. de 2011

Teste: Space Cross é colocada na última trincheira

 Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/CZN e Foto do interior: Divulgação
Teste: Space Cross é colocada na última trincheira
Space Cross é a esperança da Volkswagen para retomar da Fiat Palio Weekend a liderança entre as stations compactas

por Luiz Humberto Monteiro Pereira e Rodrigo Machado
Auto Press


No início dos anos 90, a Parati reinava praticamente sozinha entre as peruas compactas. Até que, em 1997, veio a Fiat Palio Weekend e tomou conta do segmento. A Parati continuou existindo de forma tímida, mas a aposta da Volkswagen para reaver o seu mercado foi na SpaceFox, lançada em 2006.
Porém a vida nunca foi muito fácil para a perua derivada do Fox, produzida na Argentina. O modelo da Fiat se manteve na liderança do mercado, muito por conta da configuração Adventure. Criada em 1999, a station “aventureira” atualmente responde por mais de 50% do share de vendas da Palio Weekend. Mas a Volks parece estar mesmo dedicada a voltar à liderança das stations e acaba de lançar a Space Cross, versão "off-road light" do SpaceFox.

A chegada do "novo" veículo da marca alemã também serve para aproveitar o fim da vida – e as consequentes quedas nas vendas – desta geração da Palio Weekend. Em 2010, a perua da Fiat vendeu 2.644 unidades mensais. Esse ano foram apenas 1.962 Weekend emplacadas mensalmente. Já a SpaceFox, remodelada em agosto do ano passado, está em trajetória de vendas ascendente – emplacou 1.495 unidades mensais em 2010 e 1.725 em 2011. A Volkswagen acredita que a Space Cross é o aditivo que falta para finalmente retomar o posto de perua mais vendida do Brasil.

A estratégia para o desenvolvimento da Space  Cross foi idêntica ao que a marca já havia feito com o CrossFox, em 2004 – retoques estéticos e uma suspensão ligeiramente elevada. Foram 33 mm na dianteira e 35 mm na traseira – os novos pneus 205/55 ainda adicionam mais 5 mm na altura – para ajudar a superar alguns pequenos obstáculos fora-de-estrada. Fora isso, a mecânica continua a mesma. O motor é o 1.6 de 104 cv de potência e 15,6 kgfm  de torque. O câmbio pode ser manual ou automatizado, ambos com cinco marchas.

No campo visual, a Space Cross se equivale à versão “aventureira” do Fox – apenas o estepe pendurado na tampa do porta-malas foi descartado. A dianteira é igual a grade inferior em formato de colmeia e os grandes faróis de neblina tomando conta do espaço. O para-choque ainda integra um discreto quebra-mato. Na lateral, ela ganha caixas de rodas com apliques de plástico preto e um largo friso da mesma cor no meio das portas. Na traseira, a Volks introduziu um novo para-choque com refletores e as lanternas ganharam lentes negras.

Se a tática para adaptar a SpaceFox para um modelo "off-road light" foi muito semelhante a que o Fox sofreu em 2004, os preços pelo menos não mantiveram a "tradição". Enquanto que no hatch a versão Cross custa 18% a mais que o Fox topo de linha, a Space Cross fica 6% mais cara que a perua "urbana" mais completa. O mais novo integrante do que a Volkswagen chama de “família Cross” parte de R$ 57.990 com câmbio manual e R$ 60.690 com o automatizado I-Motion. Com todos os opcionais disponíveis – bancos de couro, ABS, volante multifuncional, pintura metálica e rádio CD player com USB e bluetooth. –, os preços sobem cerca de R$ 4.200

Ponto a ponto

Desempenho:
Com 101/104 cv de potência e 15,6 kgfm de torque, a Space Cross oferece performances honestas, mas comedidas. É necessário usar o câmbio sem parcimônia para arrancar um comportamento mais esperto. Nota 6.

Estabilidade: A Space Cross se mostra equilibrada e com um comportamento nas curvas bem superior ao do CrossFox. Nas curvas feitas em alta velocidade, a perua joga um pouco a traseira, de forma elegante e facilmente controlável. Nota 7.

Interatividade: A posição elevada de dirigir oferece boa visibilidade. O quadro de instrumentos tem boa leitura. A direção é confortável e o câmbio manual tem engates precisos. Nota 7.

Consumo: A Volkswagen fala em uma média de 13,8 km/l em circuito combinado, com gasolina, e 9,3 km/l com etanol. Nota 7.

Tecnologia: A plataforma da linha Fox é uma versão simplificada da usada no Polo brasileiro. Seu motor 1.6 8V chegou ao Brasil a bordo do Golf alemão, de 1995. Em termos de equipamentos, destacam-se o computador de bordo com sete funções, espelho retrovisor interno eletrocrômico, faróis com acendimento automático e sensor de chuva e sensor de obstáculos traseiro, além de ABS e airbags dianteiros. Nada que vá muito além ou aquém da concorrência. Nota 7.

Conforto:
É um carro espaçoso e até no banco de trás é possível viajar com algum conforto. A suspensão recalibrada absorve bem os desníveis e não transmite vibrações. Nota 8.

Habitabilidade:
Os acessos são bons devido à altura elevada do modelo e os vãos das portas são bem dimensionados. Há uma grande quantidade de porta-objetos e porta-copos. O porta-malas acomoda 430 litros. Nota 8.

Acabamento:
A Space Cross caprichou mais nos revestimentos, com diversos e elegantes detalhes anodizados. E os bancos e volante forrados em couro – opcionais – ainda ajudam a refinar o estilo. Nota 7.


Design: Além da novidade dos "adereços lameiros" tão em moda no Brasil, que deram ao modelo um aspecto mais agressivo, preserva bem as linhas fluidas e a frente com o ar de tubarão da linha Fox e as atuais tendências de estilo da Volkswagen. Nota 7.

Custo/benefício: A Space Cross é 6% mais cara que a SpaceFox top. Equipado com todos os opcionais, o modelo manual testado ficou em salgados R$ 62.160. Nota 6.

Total: A Space Cross somou 70 pontos em 100 possíveis.


Primeiras Impressões

Diferentes caminhos

por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press


Campinas/SP -
O circuito escolhido para a apresentação da Space Cross coerentemente misturou trechos de estradas asfaltadas com trilhas leves em estradinhas de terra na periferia de Campinas, no interior paulista. No asfalto, como não houve alteração na motorização, a performance continua a mesma – para conseguir arrancadas mais vigorosas, é necessário acionar o câmbio para manter o motor “cheio” e obter uma aceleração mais convincente. Segundo a Volkswagen, a Space Cross manual acelera de zero a 100 km/h em 11,5 segundo e atinge os 177 km//h, apenas com etanol no tanque. Com a transmissão I-Motion, a aceleração de zero a 100 km/h é meio segundo mais lenta. A única alteração perceptível no asfalto em relação à SpaceFox é que a suspensão parece ligeiramente mais macia, o que torna o rodar mais silencioso e confortável.

Mas é nas trilhas que a suspensão sutilmente elevada mostra a que veio. Além de mais macia que a da versão “não-Cross” da perua Volkswagen, filtra com mais eficiência as trepidações das vias esburacadas. Não permite maiores radicalidades, já que a tração vai apenas para as rodas dianteiras, mas também não se intimida com qualquer buraquinho que surja pelo caminho. E os pneus 205/55 R15 também contribuem para isso – os da SpaceFox são 195/55 R15.
Tanto na versão urbana quanto na aventureira, o destaque da perua compacta da Volkswagen continua a ser o espaço interno. Consegue transportar três pessoas no banco traseiro sem grandes apertos. Agora, a briga entre as stations compactas promete ser dura, até porque a renovação da linha Palio será ainda esse ano. E, desde o ano passado, o segmento de “trilheiros leves” viu surgir um novo competidor – o Citroën Aircross.

Ficha técnica

Volkswagen Space Cross 1.6

Motor: 1.6 a gasolina e a etanol, dianteiro, transversal, com quatro cilindros em linha e oito válvulas. Injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual, cinco marchas à frente e uma atrás. Tração dianteira.
Potência máxima: Gasolina 101 cv à 5.250 rpm e etanol 104 cv à  5.250 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 11,5 segundos.
Velocidade máxima: 177 km/h.
Torque máximo: Gasolina 15,4 Kgfm à 2.500 e etanol 15,6 kgfm à 2.500.
Diâmetro e curso: 76,5 mm X 86,9 mm Taxa de compressão: 12,1:1.
Suspensão: Dianteira independente, tipo McPherson, com braços triangulares transversais, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e pressurizados e barra estabilizadora diâmetro 20 mm. Traseira interdependente com braços longitudinais, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos e pressurizados.
Pneus: 205/55 R15.
Freios: Dianteiros por discos ventilados e traseiros a tambor. ABS de série.
Carroceria: Station wagon em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,18 metros de comprimento, 1,90 m de largura, 1,59 m de altura e 2,48 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série.
Peso: 1.184 kg com 446 de carga útil
Capacidade do porta-malas: 430 litros
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: General Pacheco, Argentina.
Lançamento no Brasil: 2011.
Itens de série da versão testada: Ar-condicionado, direção hidráulica, ABS, airbag duplo, banco do motorista com regulagem de altura, banco traseiro com ajuste longitudinal, sensor de estacionamento, de luminosidade e de chuva, rodas de liga leve de 15 polegadas, brake-light, rack de teto longitudinal, retrovisores elétricos, vidros elétricos e computador de bordo.
Preço básico: R$ 57.990.
Itens opcionais: Banco de couro, freios ABS, volante multifuncional, pintura metálica e rádio CD player com USB e bluetooth.
Preço da unidade avaliada: R$ 62.160.


Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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