25 de ago. de 2011

Um passeio off-road com o Jeep Wrangler 2012



Fora o Porsche 911, nenhum veículo preservou sua essência tão bem quanto o Jeep Wrangler, um produto tão típico e essencial quanto o Metallica e o cheeseburger. Agora, seu novo chefe italiano o premiou com uma atualização. Será que a mudança conseguiu deixá-lo melhor?

Ano passado, os estraga prazeres da Consumer Reports  deram ao Jeep Wrangler o título de pior carro à venda nos Estados Unidos, superando o Smart ForTwo. Barulhento! Bruto! – o que, para os fãs da Jeep, são pontos fortes, e não problemas. Mas o pessoal difícil de agradar não estava tão errado.
Desde que voltou da Segunda Guerra Mundial e começou uma vida civil pacata na forma de um implemento agrícola melhorado, o Wrangler atraiu milhares de compradores com a promessa de resistência ao pior dos desertos. Ele sempre cumpriu o combinado, mas por outro lado continuou oferecendo um rodar no asfalto comparável ao de uma mula do semiárido.

Depois que a Fiat salvou a Chrysler da cova, o Jeep passou por uma transformação pensada para resolver suas falhas entre os filisteus, o que nos trouxe isso: um Wrangler com mais potência que um Nissan 350Z entregava cinco anos atrás.
Os verdadeiros fanáticos pelo Wrangler enxergam mudanças com a mesma empolgação e energia do atual Papa. Os fãs nunca deixaram de lamentar o fim do antiquado seis cilindros 4.0 da AMC, e com razão; o surgimento do V6 3.8 em 2007 com o chassi JK – mais pesado – e sua transmissão automática de quatro velocidades cedidas pelas minivans da Mopar transformou os Wranglers em algo que parecia puxado bichos preguiça.
O novo V6 Pentastar 3.6, entrega 290 cv e 35,9 kgfm e pesa 40 quilos menos que o 3.8. As mudanças para uso no Wrangler incluem uma nova admissão de ar, escape e um alternador que pode surpreender alguns mecânicos: para garantir que o motor sobreviva a um mergulho de até 75 cm de água, o alternador não só foi elevado como invertido. Logo atrás está a transmissão automática de cinco velocidades, a que 80% dos compradores deve escolher, além de uma opção manual de seis velocidades, para quem prefere manter a rédea da situação.

No asfalto, o Wrangler agora galopa até os 100 km/h em 8,4 segundos – três segundos mais rápido que a versão anterior. Combinado com as melhorias extremas no interior e um novo revestimento acústico acrescentados no ano anterior, andar com o Wrangler em uma rodovia não lembra mais a dura tarefa de pastorear ovelhas durante uma tempestade de ventos. Ainda é mais barulhento que um sedã familiar, e o contato dos Bridgestones com a pista ainda é transmitida para o interior, mas em um volume mais comportado. A caixa automática combina com o V6, com uma subida leve de giro antes das reduções e deixando o motor girar perto do limite sob aceleração máxima.

O volante ainda lembra mais uma caminhonete que um carro, mas a suspensão não tenta manter os passageiros informados sobre o estado da pista, e tende a um leve subesterço. O ponto fraco são os freios: macios como uma maria-mole, você nota que o pedal precisa ser acionado alguns centímetros antes que comecem a funcionar.
Mas os fãs mais radicais querem sabem sobre como ele se comporta em baixas velocidades e altas dificuldades, em uma trilha na floresta, com a cabeça apontada para os céus e as rodas girando sobre pedras do tamanho de um gnomo de jardim.

É nessas horas que a genialidade dos engenheiros da Jeep aparece. Aos 2.000 rpm, o novo 3.6 entrega cerca de 96% de seu torque máximo. Graças a um novo anel lubrificado na transmissão de cinco velocidades, o Jeep 2012 com o eixo traseiro 3.73 padrão tem um crawl ratio – a medida do quanto o torque é multiplicado pelo eixo às rochas – melhor que o modelo anterior com um eixo reforçado 4.10. Com as barras estabilizadoras dianteiras eletronicamente desconectadas, os pneus só precisavam de um estímulo no acelerador para seguir em frente. Claro, o trajeto foi preparado pela Jeep para o Jeep – mas poucos veículos poderiam sobreviver ao trajeto com buracos grandes o bastante para engolir um Smart.

A boa notícia é que a Chrysler manteve o preço base do modelo anterior. A má notícia é que a versão completa custa quase 50% a mais do que isso, e com os recordes de venda do Wrangler e a dificuldade para atender a demanda, não há planos de adaptar o quatro cilindros diesel usado na Europa ou mesmo de fabricar uma versão picape na fábrica.

Ao domar o comportamento no asfalto ao mesmo tempo em que preservou suas habilidades fora dele, a Chrysler finalmente fez um Wrangler com o qual as pessoas podem conviver ao invés de sobreviver. Depois de sete décadas carregando de implementos agrícolas a rainhas de rodeio, o Jeep Wrangler 2012 é o mais versátil de todos.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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