25 de ago. de 2011

do qual você nunca ouviu falar



Tão estranho quanto seu apelido, o 356 B 2000GS GT Coupé Dreikantschaber é um dos modelos mais obscuros e inusitados saídos da geralmente conservadora fábrica de Ferdinand Porsche. Feito exclusivamente para as pistas, o Porsche “DKS” disputou apenas quatro corridas em uma existência mais curta que seu nome. O motivo? Ele foi um mero improviso.

A temporada de 1963 da Porsche nas pistas começou com o 356B/1600 GS Abarth lançado em 1960, mas atualizado com o motor Type 587/2 de dois litros e freios a disco Porsche-ATE do Carrera 2. Esta combinação funcionou bem até esbarrar na produção limitada da preparadora de Carlo Abarth (parceira da Porsche e da Simca antes de ser adquirida pela Fiat em 1971). Os alemães resolveram solucionar o problema “em casa”, a partir do velho modelo 356, então com 15 anos de estrada.

Apesar de ser baseado no 356, muitos detalhes foram trazidos de outros modelos de pista, como a frente em forma de cunha com faróis embutidos do Abarth e o habitáculo do RS61 cupê. Seu motor era o mesmo flat-4 de dois litros alimentado por dois carburadores Weber, que rendia 155 cv a 7200 rpm e levava o pequeno Porsche de 820 kg à velocidade máxima de 235 km/h.
Como o carro já havia sido homologado anteriormente como Carrera 2 – e assim ficou reconhecido pela FIA – a fábrica não deu um nome oficial ao modelo. Por esse motivo os engenheiros, inspirados por suas formas pouco usuais, o apelidaram de Dreikantschaber (pronuncia-se “drraicant-chába“), que é o nome literal em alemão para uma ferramenta chamada “raspador de três lados“.

A primeira competição disputada por este esquisito Porsche foi a Targa Florio de 1963, onde os pilotos Edgar Barth e Herbert Linge terminaram em terceiro lugar na geral e em primeiro na sua classe. O modelo venceria novamente naquele ano nos 1000 Km de Nürburgring, pilotado por Heini Walter e Ben Pon (filho do criador da Kombi). Com o sucesso inicial, a Porsche construiu um segundo carro para disputar as 24 Horas de Le Mans. O pequeno bólido conseguia atingir 225 km/h ao final da Mulsanne, mas ambos os exemplares abandonariam por quebra do motor.

Depois do fracasso na França os carros foram literalmente encostados pela fábrica – embora Herbert Müller tenha usado um deles no Campeonato Europeu de Subida de Montanha de 1963. A última vez que correriam seria do outro lado do oceano, na 24 Horas de Daytona e nas 12 Horas de Sebring, onde já não eram páreo para o novo 904 GTS, que logo se tornaria um dos grandes vencedores daquela década.
As duas únicas unidades construídas do 356 B 2000GS GT Coupé Dreikantschaber sobrevivem até hoje no acervo da Porsche. Uma delas exposta no Porsche Museum em Stuttgart e a outra como parte do “museu itinerante” da marca nas mãos do “curador” Klaus Bischof, que viaja o mundo pilotando os bólidos pelos eventos de carros clássicos como Goodwood e o rali Targa Tasmania, fazendo o que carros de corrida foram feitos para fazer.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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