16 de jun. de 2011
A Evolução do Mitsubishi Lancer - parte 2
Desenvolvidos em rápida sequência a partir da mesma plataforma, os três primeiros Lancer Evolution começaram a escrever o nome do modelo na história dos ralis graças a um bom número de vitórias e um vice-campeonato de construtores, abrindo caminho para o domínio absoluto que a marca iria exercer no final dos anos 90.
A Mitsubishi passou batida pela loucura do Grupo B de rali, definitivamente uma briga entre europeus. Com o advento do regulamento do Grupo A, mais voltado aos carros de produção modificados, veio o Galant VR4 e a adoção da tração integral trabalhando junto com o motor 4G63T, um quatro cilindros turbinado de 2,0 litros, 16 válvulas, duplo comando no cabeçote, 241 cavalos e 30,9 kgfm. Cinco mil desses carros foram produzidos, a quantidade mínima para homologação.
Sob os cuidados da sucursal européia que ganharia fama com o nome Ralliart, o Galant VR4 venceu três ralis completos do Mundial entre 1989 e 1991. A Mitsuba chegou ao terceiro lugar entre os construtores, mas já percebera que todos os concorrentes migravam para carros menores, como o Toyota Celica que dominou o início dos anos 90. A solução para isso foi bem simples: transplantar o conjunto mecânico do Galant VR4 para o Lancer, então na sua sexta geração.
O resultado foi o Lancer Evolution I, o primeiro da série, com uma aparência quase inofensiva não fosse a boca do intercooler na frente e o aerofólio atrás. Para a produção das 5 mil unidades obrigatórias, ele surgiu em duas configurações: o GSR, em configuração civil, e o RS, com um alívio de peso de aproximadamente 70 quilos, graças à retirada de vários mecanismos elétricos e de conforto.
Tinha suspensão traseira multilink, freios a disco nas quatro rodas e motor 4G63T (que iria acompanhar o Evo até a versão IX) com um pouco mais de força em relação ao Galant VR4: 247 cavalos e 31,5 kgfm. A partir daí, cada nova evolução traria sempre alguma melhora de rendimento.
A estréia nas pistas de terra do Mundial de Rali ocoreu em 1993. A primeira temporada de um carro no WRC é geralmente um período de testes e desenvolvimento, mas o Evo já chegou impondo respeito. Logo no primeiro evento, o Rali de Monte Carlo, a Mitsubishi alcançou o quarto e o sexto lugares. No Rali da Acrópole, na Grécia, conquistou o primeiro pódio com um terceiro lugar, e foi vice-campeão da etapa inglesa, o RAC Rally. Tudo isso no Grupo A, para derivados de competição. Nas provas do Grupo N, restrita a modelos de produção com poucas alterações, o Evo RS já havia se tornado o carro a ser batido.
Para corrigir algumas limitações de handling do modelo original, os japoneses lançaram a segunda geração do Lancer Evolution na metade de 1994.
Utilizando a mesma plataforma, sua condução foi aprimorada graças a pequenas modificações como o aumento da distância entre-eixos, melhora na rigidez estrutural e na eficiência aerodinâmica de spoilers e aerofólios. Pneus e rodas mais largos também entraram na receita. Além disso, um novo conjunto de turbo e intercooler aumentou a potência do motor 4G63T para 256 cavalos, mantendo o mesmo torque.
O Evo II foi o responsável pela primeira vitória do Lancer no Mundial, no Rali da Suécia de 1995. Não apenas a primeira vitória, mas a primeira dobradinha, com Kenneth Eriksson e o futuramente lendário Tommi Makinen em 1º e 2º lugar, respectivamente. Seria o início de uma coleção de vitórias poucas vezes vista nas pistas de terra, consolidada com o lançamento do Evolution III no meio do ano.
Dessa vez, as mudanças foram mais profundas. O terceiro Evo trouxe o Post Combustion Control System (PCCS), um sistema de gerenciamento anti-lag, e o Active Control 4WD System, nome pomposo para um diferencial central com controle eletrônico que otimiza a perfomance em mudanças súbitas de terreno.
O motor 2.0 teve a taxa de compressão aumentada e ganhou um turbocompressor de diâmetro aumentado. Seus números de força chegaram a 273 cavalos e 31,5 kgfm. Para finalizar, o novo body kit deixou o perfil do Lancer cada vez mais afilado e assentado no chão.
Com o triunfo de Kenneth Eriksson na etapa australiana do Mundial somado à vitória do Evo II no rali da Suécia, no ínicio do ano, o Team Mitsubishi Ralliart terminou a temporada 1995 em segundo lugar entre os construtores, atrás dos Subaru Impreza 555 pilotados por Colin McRae, Carlos Sainz e companhia.
Faltava apenas um título no WRC para firmar de vez a imagem do Evo como ícone dos ralis. Isso ocorreria em 1996 de forma espetacular – e é o assunto do nosso próximo post.
Crédito das fotos: Mitsubishi / Mitsubishi Motorsports
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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