2 de mai. de 2011
Um Renault Clio verdadeiramente Sport
O quê você espera de um carro que recebe o título de Pocket Rocket?
( ) Boa aceleração?
( ) Boa velocidade final?
( ) Um conjunto de freios e suspensões que trabalhem perfeitamente harmonizados com o motor?
( ) Um comportamento que lembre mais a direção de um kart do que um automóvel habilitado para o uso diário?
Particularmente eu marcaria TODAS as opções, afinal sempre se espera mais do que aquilo que ele pode proporcionar. O limite é tangível na medida em que se tenha coragem para buscá-lo. É exatamente disso que se tratam os projetos, sonhos e planos que fazemos sobre nossos carros.
Quando comprou seu Honda Civic EG6 VTI lá em 2007, Bruno Ordones não pensava em outra coisa a não ser terminar de montar aquele que seria seu projeto mais bacana. Peças, peças, peças… a lista interminável ia ficando cada vez mais curta à medida em que os dias e as idéias eram coletadas com a ajuda do pessoal do fórum RacingArt. OEM, Mugen, JDM Honda e muitos outros acrômios tornaram-se parte do cotidiano deste projeto. Com um Renault Clio ano 2007 como carro de uso diário, Bruno poderia dedicar-se apenas ao Civic, mas havia “uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho havia uma pedra…” na forma de um motor 2.0 16v que transformaria completamente a história.
O motor herdado de um Renault Megane Sedan 2.0 16v argentino com meros 1.881km rodados capaz de desenvolver originalmente 140cv a 5.500 rpm foi adquirido no final de 2007, e instalado algum tempo depois junto com vários quitutes para melhorar o que já estava bom. O cabeçote F4R 740 foi adicionado ao conjunto por contar com portas de escape maior, mas nada impede que seja retrabalhado futuramente para melhorar ainda mais o fluxo dos gases. Um carro com pouco mais de 900kg e um motor com 140cv originais. Dá 6,43kg/cv. Faça as contas aplicando os dados do seu carro. Parecido?
Mas Bruno não tinha uma boa acessoria por terras tupiniquins, então teve que recorrer aos maiores experts neste tipo de motor, os ingleses. Aí a brincadeira foi ficando séria, séria… até que não teve mais volta: um lote de peças dos Clios RS, F3 Renault, Clio Cup Racer e até do verossímel V6 foi importado. Grande parte dos itens foi comprada pelo amigo inglês Andy Adams, que também é um fanático por pocket rockets, e enviada ao Brasil.
Da F3 RenaultSport veio um coletor de admissão de alumínio, bobina de ignição dos Clios 182 (originalmente equipados com motor 2.0 16v) juntamente com seus cabos de velas. A taxa do motor permanece original em 10,5:1 e consome gasolina à medida que o pé esquerdo pressiona o pedal. A central eletrônica é a original Sirius 32 dos motores do Megane/Scenic e por ser bastante versátil, não exigiu nenhum remapeamento para funcionar com os novos componentes, mas demorou cerca de dois anos para que “conversasse” perfeitamente com os chicotes do Clio 1.0 16v sem que nenhuma função fosse extinta.
O câmbio original dos motores F4R é muito longo mesmo para carros de grande porte. Como um Clio pesa pouco, um câmbio completo JB3 958 original dos Clios 1.6 16v com suas relações imaculadas foi adotado para conferir ao projeto mais agilidade. O câmbio JC5 pode vir a dar as caras nesta preparação caso o câmbio atual não suporte o torque da nova fase. Esta é uma das belezas de se utilizar produtos OEM em swaps e preparações: normalmente é tudo plug & play.
Ainda constam na mini-oficina do proprietário: pistões forjados de 84mm da Wössner capazes de levar a taxa a 12.6:1 (elevando a cilindrada para 2,1L), bielas forjadas H-beam da KTec Racing (o conjunto de pistões e bielas é balanceado, e todos possuem exatamente 1002g com pinos, anéis e parafusos), comandos ingleses ocos (como os originais) CatCams modelo 421 com VVT, central eletrônica MegaSquirt 2 Racing, jogo com todos os retentores, tuchos, pratinhos e molas de válvula da linha RS, bicos de injeção Bosch de maior vazão, filtro de ar em espuma ITG modelo Maxogen, mangas de eixo, rolamentos, pinças, pastilhas e discos de freios traseiros sólidos de 274mm da Scenic 2.0 16v. Tudo está sendo guardado para o próximo estágio da preparação que deverá ultrapassar a barreira das duas centenas de cavalos em um motor naturalmente aspirado para uso diário, afinal esta é a glória de espremer leite de pedra.
Os freios dianteiros já foram redimensionados para o novo conjunto, com discos ventilados de 280mm, mangas de eixo, pinças e pastilhas dos Clios RS182. Os traseiros entrarão em cena quando o setup 2 do motor estiver pronto. A suspensão do tipo regulavel (coil over) é da KW modelo Variant2 Inoxline e conta com inúmeras regulagens, seja para uso diário ou hardcore. Todas as buchas da suspensão foram substituídas por modelos em poliuretano (PU) da Powerflex, exceto as superiores dos amortecedores, que são da KTecRacing em PU sólido.
As raras rodas 5Zigen (fala-se “Go Zigen”) Figther de medidas 7,0×17″ ET +40 calçam pneus 205/40-17″. Na traseira utilizam-se espaçadores de 10mm para que o conjunto possa ter um stance mais apurado. Essas rodas foram fabricadas sob encomenda no Japão com a furação 4×100, enviadas para os EUA, e só depois desembarcaram por aqui. Cada uma delas pesa 6,5kg e não se tem notícia de outro modelo semelhante a este, por isso são utilizadas para passeios esporádicos. No dia a dia Bruno utiliza um jogo de Binno B1000 calçadas com Toyo 195/50-15″, afinal rodas e pneus não nascem em árvores.
Para fugir do comum Bruno optou por utilizar a grade dianteira, maçaneta do porta-malas e frisos laterais dos Clios RS phase2 europeu, além de um spoiler frontal dos Clio Cup Racer para agregar um pouco de agressividade.
O interior está praticamente original. Um “reles” jogo de banco de couro e alcântara OEM dos Clio RS172 da linha RenaultSport foi importado para ocupar o lugar dos originais, enquanto o painel recebeu instrumentos em milhas dos primeiros exemplares equipados com motor V6 com grafia em milhas . As noites ficaram mais claras com o uso de um kit de xenon Philips D2S de 4.300k e ballast (reatores) DENSO de 35w instaladas em faróis Hella do Clio RenaultSport 172 com fundo negro.
Gostaria de uma volta? O proprietário nos descreve como é dirigir “na maciota” e no modo “fuck the hell”:
RenaultSport Clio-First Drive from Bruno Ordones on Vimeo.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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