Absoluto na Malásia por Rafael Lopes

Para quem estava esperando um equilíbrio maior na luta pela vitória no GP da Malásia, foi uma ducha de água fria. Após arrancar a pole position no último segundo no treino classificatório, Sebastian Vettel mostou a realidade na corrida: dominou desde a largada, um dos poucos momentos em que pode usar o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers) e fez mais um passeio ao longo das 56 voltas no circuito de Sepang neste domingo. A RBR ainda está à frente das concorrentes e o ritmo de corrida do carro de Adrian Newey continua insuperável, pelo menos com o alemão, atual campeão da Fórmula 1. Já são 100% de A McLaren, que muita gente exaltava após o treino classificatório, mostrou que tem um futuro promissor em 2011, mas ainda precisa de mais regularidade.
Na primeira parte da corrida, Lewis Hamilton ficou preso atrás de Nick Heidfeld, da Renault-Lotus, e pouco conseguiu ameaçar o alemão. O inglês, aliás, foi vítima de seu estilo agressivo de pilotagem: gastou demais os pneus e acabou perdendo desempenho mais rapidamente que os demais. Jenson Button, seu companheiro, foi o exemplo oposto: administrou muito bem os compostos e foi o único a dar 19 voltas com os duros no fim da prova. A suavidade do campeão de 2009 será essencial.
Uma boa surpresa da corrida, novamente, foi o desempenho da Renault-Lotus. Nick Heidfeld, após uma corrida apática na Austrália, cheia de problemas, se recuperou em Sepang e se manteve entre os primeiros desde a largada. O terceiro lugar foi um prêmio ao esforço do alemão, que não deu mole aos adversários. Vitaly Petrov, que tinha subido ao pódio na Austrália, também andou bem na corrida, mas errou ao tentar se manter por muito tempo com o mesmo jogo de pneus no fim da prova. O desgaste tornou o carro inguiável, ele saiu da pista e teve de abandonar após um voo e a quebra da coluna de direção. Uma pena para o russo.

Se a Ferrari andou mal nos treinos, a corrida mostrou outra realidade para a equipe italiana. Os carros vermelhos têm um desempenho melhor em trechos mais longos, como vimos no GP da Malásia. Fernando Alonso e Felipe Massa poderiam ter chegado facilmente ao pódio, mas algumas circunstâncias os tiraram de lá. O espanhol vinha até bem para chegar em terceiro, mas exagerou na disputa com Lewis Hamilton no fim da prova e teve a asa dianteira quebrada. Ele acabou em sexto, com uma punição de 20 segundos pela briga nas costas. Já o brasileiro mostrou sinais de reação pela primeira vez em algumas corridas. Massa lutou com os rivais, foi combativo e, não fosse o problema em seu primeiro pit stop, ocasionado por um erro de um mecânico, teria conseguido um resultado ainda melhor. Mas o quinto lugar foi animador para ele e para o time.
Quanto à Williams, a equipe inglesa precisa resolver urgentemente os problemas de seu carro, principalmente nos treinos classificatórios. O FW33 claramente não tem velocidade em volta lançada, o que deixa seus pilotos no meio do pelotão e atrapalha muito as chances de bons resultados. Rubens Barrichello, especialmente nesta corrida, até fez uma boa largada, vinha avançando, mas acabou sendo tocado e perdeu muito tempo para dar uma volta com o pneu furado e finalmente poder entrar nos boxes. Para piorar, Pastor Maldonado claramente não é piloto para ajudar o time inglês: comete muitos erros. É um momento complicado para a Williams.
Para encerrar: é fato que não dá mais para reclamar de corridas monótonas neste ano. Ainda que eu não goste da regra da asa móvel, os GPs da Austrália e da Malásia tiveram disputas em todo o pelotão, à exceção, é claro, de Sebastian Vettel, que não teve concorrência. Os pneus Pirelli, menos resistentes, são parte essencial disso: em Sepang foram muito importantes para determinar os primeiros colocados. Os pilotos com mais habilidade para administrar condições adversas serão os grandes ganhadores neste ano. Com isso, quem aparece bem é Button, que fez uma parte final boa em Melbourne e acabou em segundo neste domingo.

Fonte: voandobaixo/
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