13 de fev. de 2014

Teste: Ducati Streetfighter 848 – Rebelde com causa

Fotos: Divulgação
 Teste: Ducati Streetfighter 848 –  Rebelde com causa
Nas estradas italianas, Ducati Streetfighter 848 mostra que faz jus à fama

por Raphael Panaro
Auto Press


As motocicletas “streetfighter” surgiram na Inglaterra entre as décadas de 1970 e 1980,  presumivelmente criadas por jovens que não podiam pagar pelas motos esportivas japonesas.
Elas se caracterizavam por serem modelos superesportivos “tunados” pelos próprios donos, que ainda se livravam das carenagens e deixavam o guidão em uma posição mais alta. O motor ganhava modificações para extraírem um “poder de fogo” maior em comparação às nakeds. Muitos anos depois, a Ducati aproveitou a “moda” e começou a produzir motos deste tipo. A primeira foi a Streetfighter, lançada em 2008. Mas a marca italiana errou na dose e instalou um potente motor de 1.098 cm³. A enxurrada de críticas levou a fabricante a apresentar a Streetfighter 848, três anos mais tarde. O objetivo era combinar um bom desempenho com um uso prático no dia a dia. O modelo faz parte do line-up da Ducati no Brasil, onde é comercializado por R$ 52.900.

Para se tornar mais dócil, a Streetfighter 848 traz o conhecido motor Testastretta, mas com 849 cc. O propulsor com dois cilindros em “L”, refrigeração líquida e quatro válvulas por cilindros teve o ângulo de sobreposição reduzido de 37° para 11°, para garantir uma emissão de potência fluida, um intervalo de potência muito maior e consumo e emissões reduzidas. Além disso, o bicilíndrico passou por mudanças internas para priorizar a entrega de torque em todas as faixas de rotação. Ele disponibiliza 132 cv a 10 mil rpm e 9,5 kgfm a 9.500 giros.


Na parte tecnológica, a Ducati equipou a Streetfighter 848 com os principais dispositivos que atuam nos modelos da marca. Um deles é o DTC – Controle de Tração Ducati. Ele pode ser ajustado em oito níveis diferentes de intervenção. Além dele, a moto conta com o sistema Quick Shift, que permite as mudanças de marcha sem o uso da embreagem ou sem diminuir a mão no acelerador, minimizando os tempos de troca e contribuindo significativamente para o desempenho. Por fim, o Ducati Analyzer, sistema que consiste no download das informações, como tempo de condução e consumo, durante o seu uso. Já o painel de instrumentos é totalmente digital e tem desenho em alusão ao farol dianteiro. Ele fornece informações básicas de seleção de mapas do motor e a atuação do controle de tração.

No design, a moto conta com um quadro ao estilo treliçado, desenhado com base na Ducati Superbike – assim como os pneus. A geometria de frente, foi redesenhada com o duplo objetivo de tornar a posição para pilotagem mais confortável e o comportamento do garfo mais perceptível. O guidão foi erguido em 20 mm, junto ao alargamento das plataformas em 10 mm, o posicionamento do banco a 840 mm em relação ao chão. O baixo peso, de 169 kg, tornam possível obter uma melhor condução.


Primeiras impressões

Doce veneno
por Carlo Valente
do InfoMotori.com/Itália
exclusivo no Brasil para Auto Press


Vicenza/Itália – Apesar de ser uma naked, a Streetfighter 848 tem uma posição de pilotagem bastante esportiva – com o tronco para frente e peso nos pulsos. O guidão não é grande, mas tem boa pegada e oferece movimentos mais imediatos. As vibrações do motor ecoam por todo o quadro e quanto mais tempo se passa em cima da motocicleta a “tremedeira” começa a incomodar. Porém, com o motor ligado a trepidação se torna o menor problema.

O propulsor, apesar de bicilíndrico, gosta de aparecer. Ele não mostra a que veio antes das 4 mil rpm. Mas depois dos 5 mil giros ele arranca com decisão até os 7.500. A partir das 11 mil rotações entra em cena o controle de tração. Em uma primeira fase, menos invasiva, reduz a entrega de torque do motor. Se o software detecta que a intervenção ainda não é suficiente, a fase dois é iniciada. Após este procedimento, uma vez que se equilibra a diferença de velocidade entre as rodas, o sistema retorna para o mapeamento original da injeção e ignição, dando segurança e controle ao piloto de uma forma muito discreta.

A Sreetfighter 848 não é uma corredora pura, mas sim uma verdadeira “devoradora” de curvas. Ela une agilidade com uma estabilidade digna de nota. A motocicleta é cirúrgica nas trajetórias mais sinuosas, mas também aceita correções. Quem tiver um pouco de tempo para se familiarizar com o modelo, a Streetfighter saberá como recompensar.


Ficha técnica

Ducati Streetfighter 848

Motor: A gasolina, 848 cc,  dois cilindros inclinados a 11º com quatro válvulas desmodrômicas por cilindro. Refrigeração líquida e injeção eletrônica Magnetti Marelli. 
Câmbio: Continuamente variável com transmissão por corrente de 6 velocidades.
Potência máxima: 132 cv a 10 mil rpm.
Torque máximo: 9,5 kgfm a 9.500 rpm.
Diâmetro e curso: 94,0 mm x 61,2 mm x 2.  Taxa de compressão: 13.2:1.
Suspensão: Dianteira - Marzocchi invertida de 43 mm totalmente regulável.
Traseira - Monobraço de alumínio ajustável em três vias por sistema de bielas.
Pneu: Dianteiro - Pirelli Diablo Corsa 120/70 R17. Traseiro - Pirelli Diablo Corsa 180/60 R17.
Freios: Dianteiro -  Duplo disco de 320 mm com pinças radiais de fixação com 4 pistões. Traseiro - Disco de 245 mm com 2 pinças.
Dimensões: Tipo treliça em alumínio. Com 2,10 m de comprimento, 2,10 m de largura, 1,44 m de altura, 1,43 m de distancia entre-eixos e 0,84 m de altura do assento em relação ao solo.
Peso:
199 kg em ordem de marcha.
Tanque de combustível: 16,5 litros.
Produção: Bolonha, Itália.
Lançamento mundial:
2011.
Lançamento no Brasil: 2013.
Preço na Europa:
12.994 euros – equivalente a R$ 42.800
Preço no Brasil: R$ 52.900. 


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