23 de jul. de 2013

Prisma automático ganha conforto e (quase) não perde desempenho


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Quando testamos o Onix LTZ, questionamos se ele precisava mesmo de um motor 1.6 para enfrentar a concorrência, pelo fato de o pequeno 1.4 mandar bem. Depois, da vez que pegamos o Prisma, a conclusão foi de que o sedã pouco perdia em performance e comportamento para o hatch.
Mas agora chegou a verdadeira prova de fogo para o propulsor “mil e quatro”: a dupla Onix e Prisma acaba de ganhar câmbio automático, uma versão atualizada da caixa usada pelo Cruze, de seis marchas. Não seria exigir demais dos 106 cv e 13,9 kgfm oferecidos pelo bloco 1.4? A resposta você acompanha agora, a bordo da linha 2014 do Prisma LTZ com a nova transmissão.
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Para início de conversa, a já boa caixa GF6 do Cruze passou por algumas evoluções – tanto que a GM diz que se trata de uma segunda geração. O diretor de engenharia da marca, Paulo Riedel, explica que foram trocados componentes internos para permitir melhor eficiência hidráulica e uma calibração mais eficiente. Um dos benefícios são as trocas até 50% mais rápidas que antes, com 0,5 s de ganho nas marchas acima e 0,7 s nas reduções. Riedel antecipa que os demais modelos que usam esse câmbio (o próprio Cruze, Cobalt, Spin e Sonic) receberão esta versão atualizada no decorrer dos próximos meses.
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A GM também aproveitou para aprimorar a transmissão F1X manual dos Onix/Prisma 1.0 e 1.4. Segundo Riedel, havia reclamações sobre o diferente “peso” dos engates dependendo da marcha – algo nunca notado nas avaliações do CARPLACE, pelo contrário, sempre foi um câmbio elogiado por nós. De todo modo, em toda linha 2014 desses modelos passa a haver sincronizadores triplos na primeira e segunda marchas, duplos na terceira e quarta e, nas versões 1.4, a ré também passa a ser sincronizada, para facilitar o engate. Outra novidade, desta vez estética, é a bela cor Azul Sky que tingia o Prisma testado e está disponível também para o hatch.
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Mudanças apresentadas, vamos ao que interessa: como anda o Prisma automático? A melhor conclusão é: quase igual ao Cobalt 1.8 automático – pelo menos foi o que revelaram nossas medições. O sedã do Onix levou 13,4 s para chegar aos 100 km/h, contra 13,2 s do Cobalt com motor maior e 12,4 s do Prisma com câmbio manual – e foi até melhor que o Cobalt na retomada de 40 a 100 km/h. Sinal de que o casamento do esforçado motor 1.4 com a caixa atualizada foi feliz, sendo perceptível como as trocas ficaram mais ágeis. Além disso, a transmissão se mostrou inteligente: ela segura a marcha em ladeiras e, calibrada para trabalhar com um propulsor pequeno, está sempre fazendo reduções para manter o motor “acordado”. O resultado é uma condução agradável na cidade (a primeira marcha bem curta – relação de 4,449:1 – garante bom arranque mesmo em ladeiras) e confortável na estrada, com o propulsor girando a cerca de 3 mil rpm a 120 km/h em sexta marcha. Assim, o silêncio a bordo característico do Prisma se mantém nessa versão.
As trocas mais rápidas e constantes poderiam ser um incômodo, mas elas em geral são suaves e quase não são sentidas. Somente em reacelerações muito bruscas, quando se pisa fundo, às vezes há algum tipo de solavanco. Fora isso, em algumas ocasiões o câmbio “segura” a marcha mais do que o necessário, mas nada que chegue a incomodar. Outra prova de que o Prisma automático ficou bem acertado é que o consumo piorou pouco na média urbana (7,4 km/l de etanol contra 7,8 km/l do manual) e foi praticamente mantido na média rodoviária, com 11,5 km/l contra 11,6 km/l – onde a sexta marcha longa ajuda. Com gasolina, registramos 9,5 km/l e 14,3 km/l, na mesma ordem.
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A reclamar do novo câmbio, somente o modo manual de trocas. Com botões “+” e “-” na própria alavanca, o sistema é um convite a não usá-lo, pela posição ruim e nada intuitiva dos botões. Nesse aspecto, os rivais com transmissões automatizadas, como Fiat Grand Siena e VW Voyage, mandam bem ao oferecer opção de trocas por borboletas no volante. Mas, no geral, a transmissão do Prisma está bem à frente dos sistemas manuais robotizados oferecidos pela concorrência, principalmente em suavidade de funcionamento. Trata-se do único automático de seis marchas do segmento, lembrando que o Hyundai HB20S tem mais motor (1.6 16V de 128 cv), mas traz um antigo câmbio de quatro velocidades. Há outro 1.4 automático de seis marchas no mercado, o Fiat 500 Multiair flex, mas numa categoria diferente.
Com a nova transmissão, o Prisma ganhou também o controlador automático de velocidade (cruise control) acionado por um botão no volante. Mas ainda não foi desta vez que a direção recebeu também os comandos do som (no caso, o ótimo sistema de entretenimento My Link), uma falta sentida num carro de R$ 50 mil e que preza pelo conforto. Disponível nas versões LT (R$ 46.390) e LTZ (R$ 49.990) do Prisma, o câmbio automático acrescenta pelo menos R$ 3.500 na conta, em relação aos modelos manuais.
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No restante, o Prisma automático segue as qualidades (e defeitos) que o caracterizam. Palmas para o acerto de suspensão (bom de buraco e bom de curva), o baixo nível de ruído e o espaço oferecido, tanto aos passageiros quanto no porta-malas (500 litros). Já a posição de dirigir é um tanto elevada, mesmo com o banco no nível mais baixo, e o puxador das portas dianteiras é ruim e mal localizado. Mas é pouco para arranhar a boa imagem do Prisma, agora com a comodidade que faltava.
Por Daniel Messeder
Ficha técnica – Chevrolet Prisma LTZ automático
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 8 válvulas, 1.389 cm3, comando simples, flex; Potência: 98/106 cv a 6.000 rpm; Torque: 12,9/13,9 kgfm a 4.800 rpm; Transmissão: câmbio automático de seis marchas, tração dianteira; Direção: hidráulica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: discos sólidos na dianteira e tambores na traseira, com ABS; Peso: 1.119 kg; Capacidades: porta-malas 500 litros, tanque 54 litros; Dimensões: comprimento 4.280 mm, largura 1.705 mm, altura 1.484 mm, entreeixos 2.528 mm
Medições CARPLACE
Aceleração
0 a 60 km/h: 5,7 s
0 a 80 km/h: 9,0 s
0 a 100 km/h: 13,4 s
Retomada
40 a 100 km/h em Drive: 10,6 s
80 a 120 km/h em Drive: 11,7 s
Frenagem
100 km/h a 0: 44,0 m
80 km/h a 0: 27,3 m
60 km/h a 0: 15,3 m
Consumo
Ciclo cidade: 7,4 km/l
Ciclo estrada: 11,5 km/l
Números do fabricante
Aceleração 0 a 100 km/h: 11,9 s
Consumo cidade: N/D
Consumo estrada: N/D
Velocidade máxima: 171 km/h

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