11 de jul. de 2013

F-1:Contrato de Senna com a Lotus abria exceção para a Globo

Em acordo de 1987, brasileiro era proibido de usar bonés com patrocinadores pessoais, mas tinha liberação da equipe apenas em entrevistas à TV brasileira

Ayrton Senna, da Lotus, durante o GP dos Estados Unidos de 1987Ayrton Senna, da Lotus, durante o GP dos Estados Unidos de 1987

Além das cláusulas já divulgadas no contrato de 1987 entre Ayrton Senna e Lotus, havia outros acordos adjacentes envolvendo o piloto brasileiro, a equipe e a patrocinadora principal daquela temporada, a J.R. Reynolds (por meio da marca de cigarros Camel).

Conforme documento acessado em primeira mão pelo Tazio, no acervo digital da Biblioteca de Documentos da Indústria de Tabaco, compilado pela Universidade da Califórnia, Estados Unidos, a TV Globo possuía um benefício dentro do acordo entre as partes, que liberava Senna de usar bonés dos patrocinadores da equipe em entrevistas exclusivas com a emissora, antes e depois das corridas. Para qualquer outra situação, como já foi revelado, o vínculo entre piloto e time estabelecia a presença exclusiva de marcas apoiadoras da escuderia em seu boné, sendo a da Goodyear nas cerimônias de pódio.
Veja mais sobre os contratos de Ayrton Senna e Nelson Piquet com a Lotus:
O último contrato de Senna com a Lotus na íntegra
Contrato de Piquet com a Lotus também estabelecia tratamento de 1º piloto

A exceção ficou estipulada neste memorando enviado à Lotus e à J.R Reynolds pela Ayrton Senna da Silva Promotions, empresa que cuidava dos contratos e direitos de imagem do futuro tricampeão, no mesmo dia em que o acordo entre as partes foi corroborado, 30 de janeiro de 1987. Nela, está registrado o seguinte texto:
“Você concordaram, em caráter de exceção, com as disposições acerca dos patrocínios contidos nos apêndices deste acordo, que Ayrton Senna da Silva deve usar um boné com desenho aprovado por um patrocinador pessoal para as seguintes entrevistas aqui descritas. Tais entrevistas são quaisquer entrevistas com duração de não mais do que três minutos, concedidas exclusivamente para a TV Globo, porém limitadas a uma entrevista imediatamente antes e uma imediatamente depois de cada corrida. Fica entendido que essas entrevistas poderão ser concedidas fora da área principal dos pits.”
Carta enviada pela empresa que representava Ayrton Senna à Lotus e à Camel, confirmando a exceção feita à Globo (Reprodução)
Carta enviada pela empresa que representava Ayrton Senna à Lotus e à Camel, confirmando a exceção feita à Globo (Reprodução)
Em grande parte das entrevistas de Senna para a Globo naquele ano, se não todas, o paulistano utilizava seu famoso boné do Banco Nacional, patrocínio pessoal por quase toda a carreira. Isso pode ser constatado no vídeo abaixo, de uma das reportagens da Globo antes do início da temporada, em Jacarepaguá:
Já nas declarações dadas às redes internacionais, Senna às vezes aparecia geralmente com peças da Elf, outras sem vestir nada em sua cabeça, conforme nesta entrevista abaixo, realizada logo depois da vitória no GP dos Estados Unidos, em Detroit:

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