11 de abr. de 2013

Degustação Audi: TT RS, S7 Sportback, S5 Cabriolet e A4

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Por - Juliano "Kowalski" Barata 
Ingredientes: junte numa bacia um cupê, um conversível, um sedã-cupê e um sedã. Adicione nacos de couro, alumínio e Alcantara. Tempere tudo com quatro argolas, pimenta e gasolina podium. Misture tudo com pé-de-chumbo e sirva bem quente. Chega de enrolação: meta a colher neste post e pegue uma carona com a gente nesta degustação de Audi!


Foi uma deliciosa sopa de letrinhas: TT RS, S7, S5 e A4. O pretexto para esta reunião de elite foi o aniversário de 15 anos do Audi TT, que começou a ser vendido em março de 1998 na Europa. A única pena foi o fato da cumbuca ter sido francesa: a rota do test-drive foi curta (até a entrada de Santos), o que significou pouco mais de 50 km com cada carro – em uma estrada movimentada e com uma babá no banco do passageiro. Por isso, no lugar de uma avaliação completa, optamos por apresentar uma pequena degustação de cada carro. Simbora?

 

Audi TT RS

Poderíamos falar sobre o murro que a tração integral permite nas largadas – e o consequente zero a 100 km/h em 4,3 s, tempo exatamente igual ao do Porsche 911 Carrera S e 0,2 s inferior ao do Mercedes-Benz SLK 55 AMG. Ou sobre o pipoco – típico de carro de corrida – produzido nas trocas de marcha da transmissão de dupla embreagem. Talvez poderíamos gastar algumas colheres de saliva (yuck!) elogiando a comunicabilidade e a precisão dinâmica do conjunto de suspensão e direção – ainda que ao custo de rodagem particularmente áspera e seca, mesmo em asfalto bom e com amortecedores magnéticos. Este cara não é para motoristas cheios de frescura.
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Mas o que realmente vai marcar a sua alma é o ronco do motor cinco cilindros turbinado TFSI 2.5 de 340 cv e injeção direta – o mesmo que equipa o RS3. Faça uma retomada de pé cravado dentro de um túnel no modo Sport (nele, um flap no sistema de escape deixa o fluxo mais livre e, para a nossa alegria, mais barulhento) e seja brutalmente teletransportado para a época mítica dos ralis do Grupo B – o ronco é idêntico ao do monstruoso Audi Quattro. O urro rouco e ríspido mais do que instiga você a fazer bobagem com o pedal da direita – ele o intimida a isso. O ronco é a essência do TT RS.
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Outro ponto forte deste míssil nuclear em miniatura é a ergonomia: posição de dirigir extremamente baixa, muita amplitude de regulagens na coluna de direção e comandos de fácil acesso e totalmente intuitivos são alguns dos principais sabores. O que não gostamos? Bem, ele poderia ser mais leve (1.475 kg na versão Coupé e 1.535 na Roadster) e, como todo carro de tração integral, tende a sair de frente no limite de aderência. Em contrapartida, ninguém te pega no piso molhado – o TT RS honra a tradição de seu avô Quattro.

Audi S7 Sportback

Este sedã-cupê classe executiva representa o segundo degrau mais alto da Audi em termos de sofisticação – mas no universo gearhead, ele está no topo da marca. A razão? Bem, digamos que este é aquele tipo de carro no qual você ficaria enciumado em deixar a chave com o Jarbas e ficar no banco de trás. Se você já dirigiu o A7, sabe que ele acelera bem e é o tipo de carro que segura médias de 200 km/h nas Autobahn bocejando de tranquilidade – mas faltava aquela pimenta safada na hora em que seu pé direito inexplicavelmente pesasse mais.
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Bem, o S7 veio para botar ordem na casa: uma esmagada no acelerador é respondida com uma patada de quebrar o pescoço – mesmo com os seus mastodônticos 1.945 kg. O V6 com compressor e 300 cv do A7 deu lugar a um V8 4.0 biturbo de 420 cv a 5.500 rpm e 56 mkgf de torque a só 1.400 rpm. Resultado? 0 a 100 km/h em 4,7 s – e retomadas que podem humilhar esportivos aspirados. De acordo com a sua tocada, o V8 pode desativar quatro cilindros alternados para economizar combustível – a transição é imperceptível ao motorista, até porque o rodar do S7 é particularmente silencioso.
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Lá dentro, a vida é de primeira classe. Ar condicionado de quatro zonas, sistema multimídia com recepção de TV analógica, sistema de som monstruoso da Bose (600 watts e 14 alto-falantes) e espaço traseiro mais que suficiente para pessoas com mais de dois metros de altura garantem distração e conforto de primeira enquanto você dobra os pneus 255/40 R19 em curvas e alças – apesar de suas proporções, a dinâmica do S7 é garantia de diversão. Ele também está recheado de assistentes: fora o tradicional ESP, há assistente para frenagens de emergência, para manobras automatizadas de estacionamento, para avisar a presença carros em pontos cegos e sistema de visão noturna.
A única coisa que não gostamos é o fato de o ronco precisar ser amplificado artificialmente para acrescentar emoção, exatamente como o V8 biturbo da BMW. Enquanto isso, o V8 com virabrequim de dois planos da Mercedes-Benz AMG berra rajado de forma natural e é mais visceral e emotivo. Você até pode pensar nisso como um detalhe. Mas nós pensamos diferente: o TT RS e seu canto de Audi Quattro está aí para nos apoiar.

Audi S5 Cabriolet

Você pode ser fã de superesportivos, de hot hatches, de sedãs executivos, mas no sentido automobilístico e gentleman driver da coisa, cupês são cupês. E conversíveis são conversíveis. O S5 Cabrio combina os dois em um pacote refinado, discreto e esportivo, dando continuidade ao espírito do clássico Audi 80 Cabrio – dos tempos em que Senna começou a importar os carros da marca para o Brasil (1993). A família A5/S5/RS5 tem lugar especial no coração dos Jalopnikers.
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Seu motor é o V6 TFSI 3.0, com 333 cv a 5.500 rpm e 44,8 mkgf de torque a 2.900 rpm – é um conjunto com perfil mais estradeiro, sem tanta violência em rotações mais baixas quanto o V8 do S7 ou o cinco em linha do TT RS. Estique o motor a 7.000 rpm antes de trocar a marcha e seja presenteado com um ronco digno de Porsche Boxster. Seu 0 a 100 km/h é declarado pela Audi em 5,4 s – um bom tempo, mas nada de cair o queixo. Estávamos loucos para ouví-lo com a capota aberta, mas como você viu no vídeo de abertura, São Pedro sacaneou. Ele deve ser fã de carros americanos.
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A proposta do S5 Cabrio não é ser um carro ardido. Este é aquele tipo de automóvel bon vivant que você curte sem compromisso, roda com conforto razoável na cidade, dá umas boas esticadas na estrada e se diverte horrores naquelas estradinhas de serra – sem se preocupar se você vai conseguir acompanhar aquele Nissan 370Z que corta pra lá e para cá. E o melhor: quando o tempo ajudar, é só baixar a capota para viver outro tipo de experiência – aquela que só um conversível permite. Lamentamos apenas a falta da opção de tração traseira – a tração integral é racional demais para o perfil descontraído deste cara.

Audi A4 Attraction

Falando em racionalidade, chegamos ao iogurte com granola de nossa degustação: o A4 – saudável, mas não apaixonante. A estratégia que a Audi adotou para ele é de ser um sedã razoavelmente acessível (R$ 118.900) sem abrir mão do status: bancos de couro, faróis bi-xenônio e controle automático de velocidade estão lá – por outro lado, o sistema de navegação e comandos por voz é opcional.
Seu motor é o 2.0 TFSI, conhecido pelos fãs de Jetta e Passat, calibrado para render 180 cv a 4.000 rpm, combinado ao câmbio CVT de oito marchas simuladas Multitronic. No modo Drive, ele mantém o giro constante mesmo em acelerações mais fortes, funcionando como um CVT tradicional. No modo S (ou no manual), ele simula oito marchas – suas respostas são rápidas, lembrando o automático do BMW 328i. Diferença importante: o A4 tem tração dianteira e o bimmer, traseira.
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É um carro refinado, silencioso e espaçoso, mas não emotivo. Seu alvo, além das versões de entrada do Classe C e do Série 3, são os compradores que querem o status das quatro argolas e que estão dispostos a abrir mão de alguns recursos e do desempenho dos rivais coreanos com motor V6, como o Kia Cadenza e o Hyundai Azera. Em troca, o Audi oferece um conjunto bem econômico: mesmo com os congestionamentos na cidade e eventuais esticadas na estrada, a média de consumo se manteve acima dos 12 km/l.
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Confira abaixo os preços iniciais atualizados dos principais produtos da marca. Como vocês viram , a tabela sofreu uma bela redução graças à habilitação no programa Inovar Auto – o que permitiu uma redução de R$ 33.500 no A8, por exemplo.
  • Audi A1 R$ 79.900
  • Audi A3 R$ 110.000
  • Audi Q3 R$ 130.950
  • Audi A4 R$ 118.900
  • Audi A5 R$ 152.000
  • Audi Q5 R$ 205.840
  • Audi A6 R$ 286.100
  • Audi A7 R$ 345.200
  • Audi Q7 R$ 294.500
  • Audi A8 R$ 530.000
  • Audi R8 R$ 558.000
  • Audi S5 R$ 387.900 (Cabrio), R$ 360.900 (Coupé), R$ 355.900 (Sportback)
  • Audi S7 Sportback R$ 500.000
  • Audi TT R$ 204.500
  • Audi TT RS 399.000 (Coupé) e R$ 419.000 (Roadster)
  • Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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