6 de jan. de 2013

Infográficos: o Lotus 79, o efeito-solo e a curva de 240 km/h

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Este é um dos monopostos mais importantes e revolucionários da história da Fórmula 1. Foi o Lotus 79 que levou o famoso efeito solo às últimas consequências, com dutos aerodinâmicos extremamente bem desenvolvidos em todo o assoalho (incluindo a parte inferior das entradas de ar), resultando em muita aderência, pouco arrasto e nenhuma chance para a concorrência no campeonato de 1978 da Fórmula 1.
Este infográfico foi feito com a ajuda do principal responsável pelo efeito solo, o engenheiro Peter Wright, e traz muitas coisas bacanas. E neste post, temos ainda mais!

Nesta imagem em destaque, temos destrinchadas todas as forças dinâmicas que agem sobre o monoposto em uma curva contornada a 240 km/h. Os dados são em libras (100 lb = 45,3 kg).

O Lotus 79 (e os carros das outras equipes nas temporadas seguintes) tinha as áreas laterais do assoalho (abaixo das entradas de ar dos radiadores) transformadas em difusores em forma de venturi, com entrada rasa e saída alta (veja ilustração abaixo), para acelerar o escoamento do fluxo de ar sob o assoalho e assim gerar uma enorme força resultante descendente – maior que o downforce do aerofólio traseiro e com o bônus de praticamente não haver arrasto (o preço que as asas cobram). Note que o ponto mais baixo do duto não fica no início, convidando maior captação de ar – que será pressurizado pela redução de altura e acelerado pela curvatura ascendente da saída.
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Mas tinha mais coisa: para selar estes enormes dutos aerodinâmicos e impedir que a entrada de ar pelas laterais atrapalhasse o fluxo e reduzisse o efeito solo, as laterais eram seladas: primeiro, com um sistema de escovas, depois, uma faixa de borracha, e depois ainda, um sistema retrátil, para reduzir o seu desgaste. Veja a imagem abaixo.
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Os carros com efeito solo cobraram um alto preço aos pilotos: apesar da enorme quantidade de aderência em curvas de média e alta, quem estava ao volante nunca tinha certeza exata do limite – que era tênue como um fio dental. A pilotagem também mudou: as derrapagens controladas foram sumindo conforme aumentou-se a necessidade de o carro rolar o mínimo e penetrar o ar sempre com os ângulos corretos. Para isso, as suspensões tiveram de assumir carga simplesmente insanas – a 240 km/h, a rolagem de carroceria mal atingia 2 graus. Em 1980, quando as saias retráteis foram proibidas, a Williams chegou ao absurdo de testar um carro sem suspensão – totalmente travado. Veja o vídeo abaixo:

A proporção entre a aderência mecânica (gerada pelos pneus em conjunto com a suspensão) e a aderência aerodinâmica nunca mais foi a mesma: por bem ou por mal, a revolução causada pelos Lotus 78/79 selaram de vez a Fórmula 1 essencialmente aerodinâmica como conhecemos hoje.
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Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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