Por -Ubiratan Bizarro Costa
Tais componentes apareceram nos anos de 2003 e foram usados por equipes como a Ferrari, Toyota e principalmente pela Brawn GP, que ganhou o campeonato de 2009 com estes tipos de amortecedores traseiros.
Este modelo apareceu justamente por ser algo bem compacto e mais leve que um amortecedor convencional. Era montado embutido dentro da caixa de câmbio do F1. Sendo assim, evitava um grande volume de peças instaladas para fora do corpo da caixa de câmbio, como aconteciam com os tradicionais amortecedores lineares. Isso fazia com que a traseira do F1 ficasse mais estreita, favorecendo sua aerodinâmica.
Como era seu teórico funcionamento:
O dispositivo era constituído de uma caixa usinada em um monobloco metálico, com um reservatório tipo “copo”, que era preenchido com óleo até quase sua borda superior.
Dentro dessa caixa metálica era colocada uma palheta “T”, que ficava com sua aba lateral mergulhada dentro do óleo do reservatório, a qual se movia para os lados (setas vermelhas ), tendo seu eixo central acoplado junto à caixa de câmbio do F1. Tudo era fechado com sua tampa, lacrando o conjunto.
Na parte superior do amortecedor rotativo, existiam os links, onde eram instaladas as hastes das rodas da suspensão traseira, além da barra de torção e mola.
Quando as rodas e suspensão trabalhavam subindo e descendo nas ondulações da pista, as hastes da suspensão empurravam ou puxavam a caixa metálica do amortecedor rotativo (setas laranja), criando um movimento rotativo. Daí seu nome. Como as palhetas internas ficavam estáticas, presas ao carro, as mesmas empurravam e pressionavam o óleo contra as paredes da caixa metálica, criando assim o efeito de amortecimento da traseira do F1.
Assim como acontece com os amortecedores lineares, o eixo interno empurra e pressiona o óleo dentro do cilindro metálico, mais ou menos como uma bomba de encher pneu de bicicleta, só que, ao invés de ar escapando, existe óleo que trabalha dentro do cilindro, criando assim, juntamente com as molas, o mesmo efeito de amortecimento do movimento.
É um efeito simples, porém complexo em sua engenharia.
Então, este amortecedor foi algo muito revolucionário e cheio de detalhes técnicos, mas proporcionou ganhos às equipes que o usaram.
E por que não continuaram?
Alguns problemas surgiram no sistema de vedação deste modelo, o qual suportava grande carga de pressão, além da palheta interna, que acabava por dar maior manutenção em relação aos amortecedores lineares convencionais.
Além disso, hoje já se criaram caixas de câmbio bem menores que as de anos atrás, possibilitando assim o uso de amortecedores lineares convencionais, mantendo o mesmo volume total da traseira reduzido e aerodinâmico.
Esse amortecedor rotativo era estranho, mas bem interessante, não?
Mais uma das grandes invenções dos designers e engenheiros da F1.
Ubiratan Bizarro Costa (Bira) é designer industrial automobilístico. Criador, projetista e construtor de alguns estranhos veículos “experimentais”, protótipos, produtos, etc. Blogueiro pesquisador da aerodinâmica e tecnologia da F1 desde sempre. Criou dispositivos de segurança para a F1 como o projeto do PCP (na época do acidente de Massa), comentado por jornalistas em sites europeus. Mantém o blog Designer Bira.
Fonte: blog/telemetria
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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