Os 3,6 mil trabalhadores fizeram contraproposta para a demissão de 400. Empresa alega crise, retração e adequações para corte de cargos.
Cerca de 400 trabalhadores podem perder o emprego diante de três principais problemas alegados pela Bosch: a crise na Europa, a adaptação ao novo motor Euro 5 e a retração do mercado de motores a diesel no Brasil.
A Bosch ofereceu um salário nominal para trabalhadores demitidos com um a dez anos de empresa, dois salários para quem possui de dez a 20 anos, e 10% do salário por ano trabalhado para quem excede 20 anos de trabalho. Esta proposta foi rejeitada pelos 3,6 mil metalúrgicos do primeiro e do segundo turno da fábrica.
Em contrapartida, os trabalhadores ofereceram uma proposta de dois salários-base para quem possui até 15 anos de empresa, 2,5 salários-base para os que possuem até 20 anos de trabalho e três salários para quem possui mais de 20 anos de empresa. Os metalúrgicos esperam uma resposta até terça-feira (21). “A partir desta data não aceitaremos mais Acordo para Demissão e iremos insistir em um Acordo para Manutenção dos Empregos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka.
Segundo o SMC, uma proposta semelhante a esta sugerida pelos metalúrgicos foi aprovada em 2009 após negociações entre Sindicato e empresa no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Na ocasião 826 funcionários foram demitidos. O SMC também sugere o “layoff” como um caminho alternativo à demissão em massa. Nesta modalidade, os trabalhadores ficam afastados, realizando curso de qualificação profissional e recebendo o seguro desemprego. A empresa complementa o restante do salário, com garantia de manutenção do emprego.
Em nota, a Bosch afirmou que a desvalorização do Real frente ao Dólar reduziu a competitividade da empresa no Brasil. Por essa razão, houve a necessidade de se reavaliar a estrutura atual.
A empresa afirmou que está negociando com o sindicato e que já recebeu a proposta feita pelos trabalhadores. Segundo a Bosch, o objetivo é focar na sustentabilidade dos negócios a longo prazo. Por fim, a empresa também afirmou que pretende dar continuidade às linhas de produção na América Latina.
A fábrica da Bosch em Curitiba possui 3,6 mil trabalhadores e produz bombas injetoras para sistemas a diesel. A empresa possui mais três plantas no Brasil: duas em Campinas (SP) e uma em Aratu (BA).
Fonte: G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros/
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