Hatch e sedã ganham equipamentos e se alinham ao DNA visual da VW. Direção e ar quente, no entanto, continuam como opcionais.
Quem te viu, quem te vê, Gol.
A partir de agora o hatch traz de série, desde o modelo 1.0, itens que
até então, pela sua ausência, frustravam qualquer potencial comprador
dele. Vidros dianteiros e travas das portas com acionamento elétrico e
limpador do para-brisa com temporizador, outrora opcionais quase
obrigatórios, agora vêm sem o cliente pedir. Vidro traseiro sujo e
embaçado? Coisa do passado: lavador, limpador e desembaçador agora estão
sempre lá. Até aos vaidosos ele passou a dar atenção, com espelhos nos
dois para-sóis. E para completar, adeus painel sem conta-giros. E tudo
isso custando R$ 86 a mais que o antigo modelo.
Tanta generosidade, no entanto, tem motivo. Dois, aliás: Toyota Etios e Hyundai HB,
compactos que terão suas miras apontadas principalmente para o Gol
quando chegarem, em setembro e novembro, respectivamente.
“Alguns itens se tornaram equipamentos de série por conta do conteúdo que imaginamos que os futuros concorrentes vão oferecer”, admite Henrique Sampaio, gerente de marketing da VW. O executivo se refere aos modelos asiáticos, embora atualmente o Gol tenha 21 concorrentes, contra 11 em 2003, segundo levantamento da empresa.
Family faceAinda não se sabe ao certo como o
futuro compacto da Hyundai será esteticamente, mas, no que depender do
que têm exibido os últimos lançamentos da marca coreana, o até então
conhecido como HB deve ter linhas atraentes. E aqui o Gol deverá se
defender bem. A tal identidade visual da marca, que permeia quase toda a
gama da montadora, pode ser um tanto repetitiva – Fox e Gol agora são
praticamente iguais vistos de frente, embora a Volks insista que não –,
mas é preciso admitir sua competência. Há proporcionalidade entre os
elementos (grade e faróis encaixam perfeitamente) e harmonia entre
frente e traseira. Dá até pra confundi-lo com o Polo europeu, o que é um elogio. Já com o visual do Etios não há com o que o Gol se preocupar.
Embora tenham contornos diferentes, exibem exatamente a mesma distribuição: lanternas duplas (fixadas tanto na carroceria quanto na tampa do porta-malas) com a luz de ré acima da de freio, refletores nas extremidades inferiores do para-choque – que também abriga as placas – e uma proeminência na tampa do porta-malas, que discretamente insinua um aerofólio.
O G1 experimentou as versões Power do Gol e Bluemotion Technologies do Voyage, num percurso de 20 km com cada carro. O hatch, 1.6, era dotado de câmbio I-Motion, enquanto o sedã tinha motor 1.0.
Alguns pontos característicos da dirigibilidade do Voyage, no entanto, continuam lá: boa estabilidade, posição de guiar correta e câmbio com os melhores engates da categoria. E que ficaram melhores, graças à nova alavanca, importada do Jetta, mais ergonômica.
Quanto ao Gol 1.6 Power, as melhorias descritas pela Volks (menos atrito das peças) também passam quase imperceptíveis na prática. E o câmbio automatizado continua sendo o melhor entre seus pares, assim como igualmente continua menos divertido que o manual, com seus soluços a cada troca. As novas rodas de 16 polegadas melhoraram a estabilidade do carro, sem interferir tanto no conforto interno.
Frente é praticamente idêntica à do Fox (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
“Alguns itens se tornaram equipamentos de série por conta do conteúdo que imaginamos que os futuros concorrentes vão oferecer”, admite Henrique Sampaio, gerente de marketing da VW. O executivo se refere aos modelos asiáticos, embora atualmente o Gol tenha 21 concorrentes, contra 11 em 2003, segundo levantamento da empresa.
Iluminação das lanternas segue padrão mundial da VW (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
No caso do Voyage, o caminho é contrário: o dono de um Jetta
ter seu sedã confundido com o modelo menor (e mais barato). Nele, as
lanternas também têm o tal “L” deitado, para que seja sempre
reconhecível à noite. E também não será surpresa a confusão entre Voyage
e Grand Siena, vistos de trásEmbora tenham contornos diferentes, exibem exatamente a mesma distribuição: lanternas duplas (fixadas tanto na carroceria quanto na tampa do porta-malas) com a luz de ré acima da de freio, refletores nas extremidades inferiores do para-choque – que também abriga as placas – e uma proeminência na tampa do porta-malas, que discretamente insinua um aerofólio.
Mudanças na traseira do Voyage são sensíveis (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
InteriorAlgumas mudanças de praxe em
reestilizações de meia-idade não fogem do esperado: painel com nova
iluminação (branca substituindo a azul, no caso), novos tecidos para os
bancos e painéis das portas e saídas do ar-condicionado minimamente
diferentes. O novo rádio, este sim notável, traz um gráfico de
aproximação de obstáculos traseiros, quando equipa-se os modelo com
sensor de ré. Vale destacar também a nova posição do acionamento dos
faróis, que saiu da alavanca de seta para o lado esquerdo do painel,
como em carros de categorias superiores.
Interior não é espaçoso como o do Fox, mas é bem construído (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
Já o painel continua um lugar apertado para tantas informações. O
computador de bordo parece se espremer entre conta-giros e velocímetro, e
o resultado é ter que se aproximar do painel para ler os minúsculos
números da quilometragem, por exemplo.
Painel tem boa iluminação, mas requer esforço na leitura (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
Quase BluemotionSegundo explica a Volkswagen,
apesar da identificação Bluemotion na tampa do porta-malas, não se trata
especificamente de uma versão, como ocorre em Polo e Fox.
Gol e Voyage apenas trazem pneus com menos resistência à rolagem
(pretensiosamente chamados de “verdes”) e um indicador do painel que diz
ao condutor qual marcha usar (kit opcional que custa R$ 324).
VW Voyage Bluemotion Technologies (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
Para ser de fato “Bluemotion”, precisariam ter as relações das marchas
alongadas, pacote aerodinâmico e caracterização visual mais acentuada.
Enquanto o Fox Bluemotion promete 10% de economia de combustível, Gol e Voyage
Bluemotion Technologies podem chegar a 8%, de acordo com dados da
marca. Sem o kit, oferecido apenas nas versões 1.0, o consumo pode ser
até 4% menor.O G1 experimentou as versões Power do Gol e Bluemotion Technologies do Voyage, num percurso de 20 km com cada carro. O hatch, 1.6, era dotado de câmbio I-Motion, enquanto o sedã tinha motor 1.0.
Gol e Voyage ganharam o pacote Bluemotion Technologies (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
Embora os números de potência e torque não tenham mudado, foi possível
notar uma pequena melhora no Voyage 1.0, principalmente em baixas
rotações. O ganho de velocidade continua naturalmente lento, mas ao
menos não foi preciso reduzir a marcha. Nas curvas, os pneus “verdes” se
fazem presentes, cantando mais cedo que o natural; e suas medidas
(175/70) o fazem adornar mais facilmente.Alguns pontos característicos da dirigibilidade do Voyage, no entanto, continuam lá: boa estabilidade, posição de guiar correta e câmbio com os melhores engates da categoria. E que ficaram melhores, graças à nova alavanca, importada do Jetta, mais ergonômica.
Quanto ao Gol 1.6 Power, as melhorias descritas pela Volks (menos atrito das peças) também passam quase imperceptíveis na prática. E o câmbio automatizado continua sendo o melhor entre seus pares, assim como igualmente continua menos divertido que o manual, com seus soluços a cada troca. As novas rodas de 16 polegadas melhoraram a estabilidade do carro, sem interferir tanto no conforto interno.
VW Gol Power (Foto: Divulgação/Ricardo Hirae)
Gol e Voyage evoluíram na primeira intervenção desde o lançamento da 3ª
geração, em 2008. Não se sabe se é o bastante para enfrentar Etios e,
principalmente, HB; mas foram mudanças substanciais. E o incremento
entre os itens de série é um avanço perto da magreza que um dia já foi a
versão básica de ambos. Mas insistir em deixar direção hidráulica,
airbag duplo e até mesmo ar quente como opcionais definitivamente não é
uma estratégia espelhada na futura investida asiática.Fonte: G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros
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