9 de jul. de 2012

Primeiras impressões: Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse


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Tradução: Paulo Lange
Todos nós sabemos que 1200 cv é uma loucura. Ter toda essa potência conectada ao seu pé direito deveria, com justiça, deixar o mundo completamente louco e fora de controle. Especialmente em um carro conversível, onde os constantes tornados do vento são um adicional ao resto do caos que arranca sua cara diretamente de seu crânio.

Então, me desculpe se parecer idiota, mas a coisa mais admirável e marcante sobre o Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse é que esses 1200 cv realmente não fritam seus miolos. A potência parece estar nos limites da sanidade. Bem, mais ou menos.
Sim, com certeza o preço – cerca de 6.425 milhões de reais dependendo da cor e acabamento – é absurdo. Assim como a velocidade máxima – 410km/h com o teto targa no lugar, e eletronicamente limitada (ha!) à 375 km/h com ele aberto. Para onde quer que se olhe, os números são fantasticamente enormes: oito litros, 16 cilindros, quatro turbos, pneus com 365 mm de largura. Onde quer que você toque e olhe, tudo é lindamente trabalhado, desde tramas de carbono cintilante, passando por metal martelado, até chegar a um couro tão perfeito que é capaz de ainda estar vivo.
O que importa, entretanto, é aquilo que você não vê e nem pode medir. É o requinte do desenvolvimento da engenharia que faz os 1200 cv serem praticamente amansados, ao invés de algo que o jogue sem pena até o nada.
A tração das quatro rodas é imensa. A direção é pura estabilidade, mantendo você em linha reta quando não estiver virando o volante. Mas quando estiver, ele esculpe um caminho preciso até a tangente. Você pode perguntar coisas ridículas aos freios e eles te darão uma resposta concisa e direta. O carro está sempre ajudando você. Ele transmite solidez e confiança.
Então, como você não precisa se preocupar ou distrair-se com a direção ou com a aderência, você pode fazer a festa com o motor. E, Santo Deus, que força do mal que ele é. Quando os turbos enchem, o mundo começa a rodar ao contrário em uma animação acelerada. Ele é, para todos os objetivos e propósitos, algo sem nenhum limite, mastigando as marchas trocadas instantaneamente no câmbio DSG de sete marchas. E só melhora. Até em velocidades que deixariam outros supercarros tossindo os pulmões por seus últimos km/h, o Veyron ainda está a passos largos.
É claro que no mundo real, você terá de tirar o pé bem antes de chegar ao limite. Você terá de ir para um lugar longe de estradas ou de pessoas. E no momento em que você soltar o pé do pedal será puro prazer. Com o teto retirado, as quatro válvulas de alívio vão soltar a pressão dentro dos seus ouvidos como se soltassem as Cataratas do Niágara.
Ele não é só um Veyron com um motor ainda mais rápido que os 1000 cv do Veyron original. Tem um som mais áspero, mais profundo e mais grave por natureza. Turbos maiores significam menor torque em baixas rotações e mais “lag” nas transições. O 0 a 100 km/h em 2,6 segundos (isso não é um erro de digitação) é 0,1 segundo mais lento que o Veyron “básico”. Você recebe um contraste mais brutal quando o pavio finalmente chega à pólvora e a pressão do turbo é acionada.
Já que estamos no assunto da comparação, é hora para um conselho para o um por cento do um por cento do um por cento dos compradores em potencial do Veyron. Qual Veyron você deve comprar? Bem, de certo modo não é difícil, afinal os Veyron hardtop e Veyron Supersport já foram todos vendidos. Mas ainda há a escolha entre o Grand Sport de 1000 cv e este Grand Sport Vitesse de 1200 cv.
Existe um forte argumento dizendo que o GSV é o melhor dos quatro. Novos amortecedores significam que a rodagem em baixas velocidades é menos incômoda (bem notável) e a aderência lateral máxima é ainda mais alta (digamos que não consegui notar essa). A direção é mais pesada ao virar do que é no Supersport, o que faz ele parece ainda mais estável. A falta de um teto fixo transparece uma pequena vibração em pisos ruins, mas ainda é menor que no GS original, porque a estrutura é mais forte e temos um amortecedor de vibração no volante. Certamente não chega a atrapalhar a dirigibilidade. Aliás, por ser um targa, você tem a opção de maximizar a sensação de velocidade com o teto aberto, ou usá-lo como um coupé caso você se sinta muito exposto em um caro tão astronomicamente caro.
Então, aqui está, é um hipercarro como nenhum outro. Mais rápido que o resto, mas menos intimidador também. Ainda assim, se você pensar em carros que deveriam te assustar, esse aqui ficará feliz em fazer isso também.
Só experimente deixar seu pé enfiado no acelerador por uma mísera fração de segundo além do que você tinha planejado…

Fonte: Top Gear BR
Disponível no(a): http://topgearbr.wordpress.com
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