21 de jul. de 2012

o que você precisa saber sobre o GP da Alemanha

GP da Alemanha marca o fim da primeira metade da temporada de 2012 da F1
Largada para o GP da Alemanha de 2010, o último em Hockenheim (GEPA)Largada para o GP da Alemanha de 2010, o último em Hockenheim (GEPA)
 
O GP da Alemanha de 2012 marca o aniversário de dez anos da reforma que mudou a cara do circuito de Hockenheim, situado no sudoeste do país. A pista, que contava com longas retas floresta adentro, conta agora com um traçado no qual as velocidades médias giram em torno dos 220 km/h. E, como nos demais anos pares, a pista entra no lugar de Nurburgring como sede do evento.

É neste cenário que Fernando Alonso tenta se manter na liderança do campeonato, tendo de conter a ascensão da Red Bull, vencedora do último GP disputado, em Silverstone, com Mark Webber. Além disso, Sebastian Vettel tenta quebrar o tabu e vencer pela primeira vez em casa, enquanto a McLaren quer se recuperar de um fim de semana apagado em Silverstone.

Características do circuito


O atual traçado, de 4,574 km de extensão, pode não ter o mesmo charme da pista antiga, mas ainda assim proporciona corridas movimentadas. O principal ponto de ultrapassagem fica logo ao fim da maior reta no circuito, no grampo, chamado de Spitzkehre. Ainda há um número considerável de curvas de médias e baixas velocidades, o que exige boa tração dos carros na entrada das retas. Único ponto remanescente da pista antiga, o trecho do Estádio requer atenção por parte dos pilotos, já que é fácil de cometer erros na sequência de curvas estreitas. Mesmo que as ultrapassagens sejam possíveis, todos os vencedores neste traçado partiram das três primeiras posições no grid.

Pontos críticos

Curva Spitzkehre (6): É considerado o principal ponto de ultrapassagem, e também a curva mais lenta do circuito. Fica logo após o setor onde os carros atingem suas maiores velocidades finais, acima dos 320 km/h. Nesta reta será permitido o uso do DRS durante a prova, sendo que o ponto de detecção está situado na saída da curva 4.
Curva Mobil 1 (12): Ponto que liga o novo traçado ao Estádio, onde ficam situadas as maiores arquibancadas da pista. Ali, onde a trajetória envolve a exploração excessiva da zebra, é fácil de ver os pilotos cometendo pequenos erros, o que pode comprometer o tempo de volta no treino classificatório.

Pneus

Como a prova de 2011 foi realizada em Nurburgring, esta é a primeira vez em que os pneus Pirelli serão utilizados em Hockenheim. Para isso, a empresa escolheu os compostos macios e médios, a mesma combinação vista nas provas da Austrália, China, Bahrein e Valência.
“Ir a um novo circuito sempre representa um desafio diferente, já que não temos dados para fazer comparações. Mas o progresso que fizemos nos simuladores é incrível – hoje em dia, podemos aprender sobre o comportamento dos pneus mesmo sem ir até lá”, afirmou Paul Hembery, diretor esportivo da Pirelli.
Além disso, as equipes terão a chance de testar um novo composto duro nos treinos livres da sexta-feira, o que não aconteceu em Silverstone por conta da chuva.

Previsão do tempo

Sexta-feira: pancadas de chuva (mín: 11º C; máx: 22º C)
Sábado: pancadas de chuva (mín: 11º C; máx: 20º C)
Domingo: céu nublado (mín: 11º C; máx: 22º C)

Fique de olho

A Red Bull, que apresentou rendimento de destaque em especial nas últimas duas etapas, pode ser apontada como a favorita a ditar o ritmo em Hockenheim. Mas, para isso, terá de lutar contra um retrospecto apagado no circuito – o melhor resultado foi um terceiro lugar de Sebastian Vettel em 2010, após largar da pole position. É verdade que, desde que se tornou equipe de ponta, a F1 disputou somente uma prova no local, mas, ainda assim, seu histórico é discreto, com pontos somente em 2005, com o sétimo lugar de David Coulthard, e no ano seguinte, quando Christian Klien foi oitavo.
Enquanto busca se recuperar de uma sequência de resultados ruins, Lewis Hamilton volta ao palco de performances importantes em sua carreira. Em 2008, o inglês superou um erro de estratégia da McLaren durante o safety car e fez várias ultrapassagens no final da prova para vencer pela quarta vez na temporada e se estabelecer como principal candidato ao título. Além disso, o piloto se destacou na GP2, quando acumulou dois pódios, e na F3 Europeia, com três vitórias em quatro provas disputadas no local.

Retrospecto brasileiro

Há pouco mais de duas décadas, não seria exagero afirmar que Hockenheim era um território brasileiro na Alemanha. Juntos, Nelson Piquet e Ayrton Senna conquistaram cinco vitórias no circuito de forma consecutiva (Piquet em 1986 e 1987 e Senna entre 1988 e 1990), tendo os dois dividido o pódio em duas oportunidades.

Piquet parte para cima de Salazar após acidente em 1982
Piquet também já havia vencido antes mesmo da estreia de seu compatriota mais jovem, em 1981. No ano seguinte, tentava repetir o feito, mas, em vez de erguer o troféu mais importante do dia, acabou por protagonizar uma das maiores cenas “pastelão” da história da F1. Quando liderava a prova com 26s de vantagem, ultrapassou o retardatário Eliseo Salazar, que não percebeu a presença do piloto da Brabham. Com isso, ambos se tocaram e abandonaram a disputa. Furioso, Piquet deixou seu carro aos berros, e, quando se deparou com o chileno, disparou socos e pontapés desajeitados. Bom para Patrick Tambay, da Ferrari, que conquistava, ali, sua primeira vitória.

Ficou para a história


Barrichello venceu o GP da Alemanha de 2000 largando em 18º
Depois da vitória de Senna na edição de 1990, houve um hiato de dez anos de triunfos brasileiros em Hockenheim. E o fim do jejum aconteceu de forma dramática, com direito a acidentes, chuva e até mesmo uma invasão de pista.
Em sua temporada de estreia pela Ferrari, Rubens Barrichello parecia cada vez mais próximo de vencer pela primeira vez na F1. Somente naquele ano, tinha subido seis vezes ao pódio, número equivalente ao obtido em seus sete anos anteriores na categoria. Porém, a alternância de segundos e terceiros lugares incomodava, especialmente em um campeonato no qual Michael Schumacher, seu mais novo companheiro de equipe, era tido como a principal força.
Nos treinos, tudo indicava que não seria dessa vez que o brasileiro subiria ao topo do pódio. Uma falha eletrônica em seu carro permitiu-lhe classificar somente em 18º no grid, enquanto as McLaren de David Coulthard e Mika Hakkinen, além do próprio Schumacher, ocupavam as principais posições na tabela de tempos. “Talvez tenha sido o pior dia do ano para mim”, lamentou Barrichello.
Com pouco a perder, o brasileiro começou a prova de maneira alucinada. Na volta 15, já era o terceiro colocado, perdendo uma posição, para Jarno Trulli, da Jordan, após seu primeiro pitstop. Mesmo que a situação estivesse satisfatória para quem havia largado do fundo do grid, a vitória ainda estava distante – mais precisamente a 34s, que era a desvantagem que tinha em relação a Hakkinen na primeira posição. Além disso, a estratégia de Barrichello previa uma parada a mais nos boxes dificultando ainda mais a sua vida.
Porém, tudo mudou quando um ex-funcionário da Mercedes, recém-demitido, protestou contra a marca alemã invadindo a pista em plena corrida de F1. Tal situação atípica provocou a entrada do safety car, o que, consequentemente, fez evaporar a vantagem da McLaren na primeira colocação. Isso colocou Barrichello de volta ao jogo, principalmente pelo fato de Schumacher estar fora da disputa, já havia se envolvido em um acidente com Giancarlo Fisichella, da Benetton, nos metros iniciais.
Ainda assim, não seria suficiente – a McLaren parecia soberana e destinada a uma dobradinha no berço das Flechas de Prata. Foi quando que, pouco após a relargada, o fator climático voltou a interferir na disputa em Hockenheim, deixando à tona uma das principais peculiaridades do longo e antigo traçado: chovia em determinados pontos da pista, enquanto, em outros, o asfalto estava totalmente seco. Isso fez com que a McLaren, cautelosa, se dirigisse aos boxes a fim de colocar pneus de chuva, o que deu a ponta do pelotão a Barrichello.
Líder da prova e a poucas voltas para o fim, a vitória ainda estava longe de estar garantida. Com pneus de seco em asfalto molhado, qualquer errinho poderia custar caro, sendo que um aumento da chuva colocaria tudo a perder. Mas Barrichello, com perícia e inteligência, cruzou a linha de chegada em primeiro, indo ao topo do pódio depois de 124 largadas.
Barrichello celebra a sua primeira vitória na F1
Felipe Massa teve uma chance real de se juntar ao grupo de brasileiros vencedores em Hockenheim em 2010, quando sustentava a liderança da prova, conquistada de forma perspicaz na largada. Uma vitória exatamente um ano após seu terrível acidente na Hungria encerraria o jejum que durava desde o fatídico GP do Brasil de 2008, montando o cenário perfeito para selar o retorno de Felipe Massa aos holofotes.
Mas nada disso aconteceu. Na volta 49, Massa ouviu, via rádio, a frase que ficaria eternizada: “Fernando is faster than you” (em português, “Fernando está mais rápido que você”). Foi dessa forma que o brasileiro entendeu o recado e cedeu a primeira posição a Alonso, iniciando a recuperação que colocaria o espanhol na luta pelo título.
Alonso estava, de fato, mais rápido que Massa?
Volta Felipe Massa Fernando Alonso
44 1min17s462 1min17s261
45 1min17s346 1min17s436
46 1min17s560 1min17s660
47 1min17s166 1min17s012
48 1min17s329 1min17s279
49 Cede a posição Assume a liderança
Foi em Hockenheim que dois pilotos brasileiros dividiram um pódio pela última vez. Nelsinho Piquet se beneficiou do safety car, causado pelo acidente de Timo Glock, da Toyota, e terminou na segunda posição, logo à frente de Massa.
Outro brasileiro da F1 em 2012, Bruno Senna tem apenas uma participação no GP da Alemanha, pela HRT, há dois anos, largando em 20º e recebendo a bandeirada uma posição à frente.

Veja as expectativas dos pilotos para o GP da Alemanha

Comissário convidado:

Derek Warwick (ING)
Data de nascimento: 27 de agosto de 1954 (57 anos)
GPs na F1: 146 (162 participações)
Equipes: Toleman (1981-1983), Renault (1984-1985), Brabham (1986), Arrows (1987-1989), Lotus (1990), Footwork (1993)
Melhor resultado: 2º (GP da Grã Bretanha-1984, GP da Bélgica-1984)
Voltas mais rápidas: 2
Pódios: 4
Pontos marcados: 71

Relembre as edições anteriores:*

2010
2008
*Contando apenas as corridas em Hockenheim. Nos anos ímpares, a prova foi realizada em Nurburgring.

Programação*

Sexta-feira:
05h00 – 06h30: Primeiro treino livre
09h00 – 10h30: Segundo treino livre
Sábado:
06h00 – 07h00: Terceiro treino livre
09h00 – 10h00: Treino classificatório (Rede Globo)
Domingo:
09h00: Corrida – 67 voltas (Rede Globo)
*Horários de Brasília
Fonte: tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/
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