15 de mai. de 2012

Os sedãs compactos estão ganhando espaço - literalmente. Qual é o melhor?

Fotos: Carta Z Notícias e Divulgação
Os sedãs compactos estão ganhando espaço - literalmente. Qual é o melhor?


Nem mesmo os economistas chegaram a um consenso sobre o que seria a “nova classe C” que surgiu no Brasil nos últimos anos. Dados do governo federal indicam que, entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas ascenderam à categoria de classes médias (A, B e C) e 19,3 milhões saíram da pobreza. A chamada nova classe média brasileira seria composta por 94,9 milhões de brasileiros – quase metade da população do país. Essas famílias com renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.561 possuem algo em comum: querem consumir cada vez mais. De olho nesse filão, as montadoras de carros passaram a dedicar especial atenção a este público.


O segmento dos sedãs compactos, por exemplo, segue uma tendência generalizada de lançamentos de modelos “grandinhos”, com dimensões mais imponentes que os veteranos três volumes com motorização 1.0 litro. Em geral, os carros que compõem esse filão são equipados com motores de 1.4 ou 1.6 litros, e apresentam lista de equipamentos com mais itens de segurança e conforto, além de recursos tecnológicos. Com faixa de preço que fica entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, esses sedãs compactos maiores e mais equipados são voltados para os brasileiros que melhoraram de vida e não se contentam mais com modelos “pelados”, com motores discretos e acabamento espartano.




Chevrolet Cobalt

A receptividade do público ao sedã desenvolvido no Brasil foi tão positiva que as vendas do modelo em janeiro – mais de 5.900 unidades – contribuíram para a Chevrolet terminar o primeiro mês do ano na liderança do mercado nacional. A Fiat retomou a liderança depois, mas o Cobalt continua figurando como um dos destaques da nova fase da marca da gravata dourada no país. O carro é líder do segmento de sedãs compactos maiores e acumula 20.735 vendas de janeiro a abril, figurando na 10º posição dos automóveis mais vendidos. Equipado com motor 1.4 flex de 102 cv (etanol), o três volumes foi concebido a partir de uma filosofia global, e o projeto criado no Centro Tecnológico da GM América do Sul, em São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, poderá chegar a mais de 40 países ao redor do mundo. Os preços ficam entre R$ 39.980 e R$ 46.480.



Fiat Grand Siena


Ao contrário do antigo Siena, que nada mais é do que uma versão com porta-malas do velho Palio, a nova geração do modelo ganhou identidade própria, sem relação com o novo Palio, lançado em novembro do ano passado. Como resultado, o sedã também ganhou alcunha inédita e passou a se chamar Grand Siena. O prenome é justificado pelas dimensões maiores: é 13,4 centímetros mais comprido, 6,1 cm mais largo e 5,3 cm mais alto. A proposta também é diferente: os motores são 1.4 e 1.6 flex, com potências entre 88 cv e 117 cv (etanol). O interior, apesar de simples, é mais próximo ao das versões mais completas do Palio. Apesar do nome diferente, o Grand Siena é contabilizado junto do velho Siena na Fenabrave. A novidade da Fiat foi responsável por revigorar as vendas do modelo, que terminou os quatro primeiros meses do ano em 12º lugar entre os automóveis, com 16.866 unidades. Os preços vão de R$ 38.710 a R$ 48.210.


Ford New Fiesta sedã

A inclusão do “New” no nome do modelo foi a alternativa encontrada pela Ford para diferenciar o sedã de sua geração anterior, ainda à venda no Brasil como Fiesta Rocam. Na Europa, o New Fiesta apenas substituiu a versão antiga. Por aqui, assumiu a vocação de carro mais completo e confortável. A versão hatch foi lançada na Europa em outubro de 2008 e se tornou o carro-chefe da Ford no Velho Continente. Já a carroceria três volumes foi projetada de olho em mercados como China e Estados Unidos. O modelo vendido no Brasil é trazido do México, assim como a versão hatchback. Certamente o maior destaque do carro é seu design arrojado e cheio de curvas, como propõe o estilo “kinetic”. A motorização fica por conta do 1.6 flex, com 115 cv. O preço parte de R$ 47.950. Por causa do valor mais salgado em relação aos concorrentes, o New Fiesta sedã ainda não decolou no Brasil – junto com a versão hatch, emplacou apenas 3.189 unidades de janeiro a abril.



Honda City

Renovado recentemente, o City pode ser tratado como um híbrido de “mini-Civic” e “Fit sedã”. Apesar das dimensões compactas, o modelo da Honda joga em uma categoria de preços mais elevados, que começa em R$ 53.620 e chega a R$ 72.625 – mais caro, inclusive, que a versão de entrada do irmão maior. O sedã andou prejudicado pelo tsunami no Japão e pelas inundações na Tailândia, que comprometeram o abastecimento de peças para a linha de produção em Sumaré, no estado de São Paulo. Além do motor 1.5 flex de 116 cv (etanol), o City apela para conjunto mecânico moderno e resistente para tentar justificar os preços menos competitivos. Ainda se recuperando das catástrofes ambientais que causaram prejuízos para a Honda em todo o mundo, o modelo emplacou 5.943 unidades nos quatro primeiros meses do ano e aparece atrás de Civic e Fit na lista de mais vendidos da marca japonesa.



Kia Cerato


Com design moderno, lista de equipamentos recheada e preço competitivo, o Cerato chegou a dar trabalho para sedãs de segmentos superiores, como os médios Toyota Corolla e Honda Civic. Com o aumento do IPI para veículos importados, no entanto, o modelo coreano precisou ficar mais caro e acabou perdendo em competitividade. A Kia percebeu que estava perdendo espaço e resolveu voltar atrás, reduzindo o preço de R$ 57.400 para R$ 53.635. A diferença de 6,6% surtiu efeito: enquanto amargou 322 unidades em janeiro e 333 em fevereiro, o sedã teve certa recuperação em março e abril, com 664 e 855 emplacamentos, respectivamente. Ainda assim, está longe da média do ano passado, quando registrava 1.724 unidades mensais. O sedã trazido da Coreia do Sul é equipado com motor 1.6 de 126 cv.


Nissan Versa

Trazido do México, o Versa foi lançado no Brasil em outubro do ano passado, para simbolizar a nova fase da Nissan no mercado nacional. Junto do hatch March, o sedã compacto se tornou o novo carro-chefe da marca nipônica por aqui e será inclusive produzido em território nacional quando a fábrica que será erguida em Resende, no Sul Fluminense, ficar pronta, em 2014. Apesar do design que divide opiniões, o modelo traz como grande destaque o aspecto de carro maior, com espaço comparável ao de sedãs médios. Além disso, compete na faixa de preço dos compactos mais acessíveis, chegando a custar 60% menos que o Honda City, em algumas versões. Equipado com motor 1.6 flex que rende 111 cv – também disponível no March –, o Versa tem preços entre R$ 35.490 e R$ 43.390.


Peugeot 207 Passion


Ofuscada pelo destaque maior que a marca francesa dispensa ao hatch, a variante sedã do 207 foi pensada para enfrentar diretamente modelos mais básicos, como Volkswagen Voyage, Fiat Siena e Chevrolet Prisma. Mas a ausência da motorização 1.0 litro e a faixa de preços superior colocam o Passion na mira dos sedãs compactos mais completos. Desde a versão de entrada, por R$ 36.990, o modelo já traz ar-condicionado, direção hidráulica e vidros dianteiros elétricos. A mais completa, por R$ 48.590, agrega itens como transmissão automática, freios ABS, rodas de liga leve de 15 polegadas e computador de bordo. O sedã é equipado com motor 1.4 flex de 82 cv ou 1.6 flex de 113 cv (com etanol).


Renault Symbol


O Symbol é um caso emblemático de fracasso no Brasil. Trazido da Argentina e lançado em 2009 no Brasil, o sedã causou desconfiança do público por utilizar um projeto antigo – o do Clio Sedan – para tentar impor a imagem de carro moderno. Bastante popular em países como Turquia, Argélia e Romênia, o Symbol nunca conseguiu se impor no mercado nacional. O desenvolvimento do sedã contou com a participação de engenheiros russos e romenos, que contribuíram com a equipe francesa da marca. A ideia de sedã compacto para mercados emergentes, porém, não emplacou por aqui. O modelo é equipado com motor 1.6 flex de 115 cv (com etanol) e tem preços entre R$ 39.900 e R$ 45.200. Em todo o ano passado, o Symbol conseguiu anotar apenas 6.155 unidades no mercado brasileiro.


Volkswagen Polo sedã

O Polo sedã é outro exemplo de projeto antigo que já não suscita mais tanto interesse dos consumidores brasileiros. Apesar da mecânica elogiada, a variante três volumes do Polo já sente o peso da idade e não consegue mais emplacar quantidades significativas em vendas. Nem mesmo as reestilizações pontuais propostas pela Volkswagen concedem novo frescor ao modelo. Em 2011, foram 12.939 unidades comercializadas – mesmo mais caro, o Honda City registrou quase o dobro, com 24.637 vendas. Os preços começam em R$ 50.250, com motor 1.6 flex de 104 cv, e chegam a R$ 55.960 na versão top, equipada com um 2.0 flex de 120 cv (com etanol). 
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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