14 de mar. de 2012

Volvo C30 T5 R-Design: agressividade nórdica Por Renato Bellote



Há alguns meses o Leo teve a oportunidade de analisar o modelo sueco mais atrevido dos últimos tempos. Pois bem. Na semana passada recebi um telefonema da assessoria da marca com proposta semelhante. E não podia (e nem queria) recusá-la.

O C30 é um daqueles carros instigantes. À primeira vista ele traz um estilo bastante agressivo, que provavelmente deve ter chocado os executivos mais conseradores da marca. A linha de cintura é alta e a traseira traz um vidro desproporcional, mas que completa a idéia do desenho.

O comprador pode começar pela versão de 145 cv. Imagino que já deve ter um desempenho satisfatório. Em seguida vem o T5 que, como o nome sugere, traz uma turbina e 230 cv para acelerar o ritmo cardíaco.

O R-Design está no topo da linha. O motor é o mesmo do T5, mas com rodas de 18 polegadas, spoilers e pintura de todos os detalhes aerodinâmicos, incluindo os pára-choques. A cor preta já chama a atenção, mas o branco e o vermelho são ideais, em minha opinião, para um modelo esportivo como esse.
O acabamento mescla sobriedade com toques joviais. Entre eles se destacam os bancos bicolores revestidos em couro. Isso me lembrou na hora o Gol GTI 16V, que dava ao comprador essa possibilidade (mas é bem raro de ver). De fato, para o uso diário, o branco acaba manchando com facilidade.
O sistema de áudio conta com oito alto-falantes e som de primeira linha. Essa, na verdade, é uma qualidade dos modelos da Volvo há vários anos. A pureza é garantida. Mas confesso que ouvi rádio um ou dois dias, já que o som da turbina em alta rotação insistia em ocupar meus pensamentos.
Chave no contato e partida. O ronco grave dos escapamentos anuncia que ali debaixo tem algo acontecendo. Uma ou duas bombadas e a turbina começa a girar. Musica para os ouvidos. O sistema de escapamento termina com belas ponteiras cromadas, que se mexem com entusiasmo a cada acelerada.
Ganhamos a rua. O R-Design tem a opção de câmbio manual de seis marchas ou Geartronic de cinco. A primeira opção praticamente não existe no Brasil, portanto a unidade estava equipada com a caixa automática, que faz seu trabalho, mas que às vezes não se comunica da forma ideal com o motor. Falta ali um botão Sport para trocas em rotações elevadas e as providenciais borboletas.
Utilizei quase sempre o modo manual, deslocando a alavanca para a direita, já que no modo automático as mudanças são feitas em rotações mais baixas. Mas dá pra se divertir. Tendo o controle da máquina era fácil esticar a primeira até os cinco mil giros, tirar rapidamente o pé, e sapecar mais aceleração. Nesse caso o barulho da turbina cheia produz um som único, digno de carros mais potentes.
Confesso (novamente) que é irresistível não fazer isso a cada saída de semáforo. Conseguimos uma média razoável em um dia (7,1 km/l), mas no final o computador de bordo marcou entre 3,1 km/l e, a menor delas, assustadores 2,8 km/l (sorte que os postos estavam com as reservas cheias). O motorzinho de 2,5 litros e 230 cv tem 36,2 kgfm de torque e apetite voraz quando provocado.
Uma coisa que deve ser salientada diz respeito à tração dianteira. Mesmo com o controle de tração ligado o tempo todo, se o motorista sair com muita empolgação vai ficar no lugar queimando borracha. Eu fico imaginando o quão divertido deve ser o C30 preparado pela Polestar, com tração integral e 400 cv. Para encerrar o preço do brinquedo é de R$ 139,9 mil, com direito à diversão de sobra no fim de semana. Seus concorrentes custam mais caro e, em contrapartida, trazem mais recursos (tração integral, câmbio de dupla embreagem, etc). Mas a idéia de um sueco nervoso na garagem capaz de deixar muita gente comendo poeira é tentadora.
Fonte: jalopnik.
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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