10 de mar. de 2012

Impressões ao dirigir: Compass é o Jeep que você não vai querer tirar da cidade



O evento da Jeep que apresentou o Wrangler 2012 teve um produto talvez até mais importante para as pretensões da marca no país, em um filão que não para de crescer, o dos SUVs na casa dos 100 mil reais. O Compass quer trazer um público muito maior para a Jeep, mas do que ele abre mão para correr atrás disso?

O Compass é um veículo digamos que ousado para uma marca que construiu sua reputação bem longe das estradas. Com tração dianteira, motor quatro cilindros 2.0, receita que até destoa um pouco do visual angular, talvez parrudo, a marca o posiciona para quem quer “versatilidade” e “urbanidade”, eufemismos para arrebanhar um público novo para quem SUV significa acima de tudo posição elevada ao dirigir e bastante espaço para a criançada.

O visual do modelo lembra vários outros carros do grupo Chrysler, incluindo o Cherokee, o Dodge Journey e até o Dodge Caliber – o Compass compartilha a plataforma com os dois últimos modelos. Talvez por isso, o veículo não pareceu chamar tanta atenção, diferente do efeito conseguido em um comboio de Wranglers.
Rodando com o veículo na cidade e na estrada, o conforto é bom. Com a receita de suspensão McPherson à frente e multilink na traseira, o carro se comporta como esperado, e os poucos solavancos encontrados no percurso passam longe de incomodar. As curvas são feitas de forma estável e segura. O que destoa aqui é o ruído do motor.

Para retomadas mais fortes ou mesmo na hora de enfrentar uma subida, o Compass mostra que falta força. Os 156 cavalos e 19,4 kgfm do quatro cilindros 2.0 VVT não parecem suficientes para empurrar pouco mais de uma tonelada e meia do modelo com dois ocupantes. O resultado é pé embaixo em situações corriqueiras que geralmente não exigiriam rotações tão altas. Se tivermos como referência o passeio no Journey R/T com o Pentastar V6 de 280 cavalos e 34,9 kgfm, a escassez se acentua ainda mais.
Do lado bom, o carro apresenta os mimos que fazem sucesso na categoria: sistema de som com controle de voz, entrada USB e conexão Bluetooth, piso removível no porta-malas, teto solar elétrico, controle automático de temperatura, bancos rebatíveis e reclináveis na fileira de trás e banco de passageiro rebatível. Conta ainda, claro, com o sistema de fixação de cadeiras Isofix, controle de estabilidade, freios ABS e fixador de velocidade de cruzeiro. Pais de família responsáveis e zelosos não terão do que reclamar.
É difícil duvidar que a marca alcance a previsão de 2.000 unidades vendidas, mas pelos R$ 97.900/99.900 (respectivamente no Norte/Nordeste/Centro Oeste/Espírito Santo e Sul/MG/RJ/SP), chefes de família em busca de um carro novo no grupo Chrysler talvez devam fazer antes um test-drive no já citado Journey, que tem preços sugeridos semelhantes, equipamentos equivalentes e motorização muito mais forte. Suas únicas desvantagens seriam o tamanho mais avantajado e o design caretão.

Se pelo menos o Compass tivesse a opção do Pentastar, seria uma combinação interessante com o câmbio CVT do modelo. Com o conjunto mecânico atual, fica a sensação de que o modelo e seus consumidores mereciam mais. Mas como lá nos EUA o crossover também é oferecido com motor 2.4 de 16V, comando variável, 174 cavalos e 22,8 kgfm, não será surpresa se a Chrysler resolver adotar o update em terras latinas. Tudo depende da resposta do público. No caso dos leitores do Jalopnik, não temos dúvida de qual seria a opção mais desejada.
Crédito das fotos: Chrysler, Pedro Bicudo/divulgação.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
Comente está postagem.

Nenhum comentário: