2 de fev. de 2012

Musa - Com vocês, Helena Soares, a musa-piloto que promete vencer o Rally dos Sertões



Ela foi criada à base de carros. Aos 15 anos, voltou para casa dirigindo um ônibus. Aos 25, começou a participar de ralis. Hoje disputa competições de velocidade e cross-country, deixando muito marmanjo constrangido para trás. E como você já deve ter percebido, é uma gata de nível pantera que faz suar frio qualquer um que entende do assunto. Que assunto? Os ralis. Ou as mulheres. Talvez os dois. Nossa, fiquei confuso…

Helena Soares não tem como passar despercebida. Em meio a pilotos, navegadores e mecânicos barbudos cheirando a testosterona, essa morena de cabelos lisos com 1,70 de altura, 109 de quadril e 68 de cintura exibe as curvas mais desafiadoras da história do automobilismo brasileiro. E por incrível que pareça, ninguém se engraça com ela: durante anos acompanhou o marido como navegadora. Separada (mas já comprometida), assumiu o volante de um Mitsubishi L200 RS na última edição do Rally dos Sertões.

Completou a missão depois de quase 5.000 km entre Goiânia e Fortaleza, e agora quer mais. Quer se tornar a primeira mulher a vencer o maior rali das Américas. No que depender da torcida, ela já tem a nossa. Em peso. Uma torcida uniformizada do Jalopnik para acompanhar e apoiar a musa, cuidando de tudo o que ela precisar, que tal?
Jalonik: Desde quando você gosta de carros?
Helena Soares: Sempre gostei de carrinho, não gostava muito de boneca. Minha brincadeira era ficar dentro da garagem fingindo dirigir, mudando a marcha. Meu pai me ensinou a dirigir desde muito cedo. Lembro de uma surra que levei aos 15 anos. Eu morava numa fazenda, e tinha um ônibus que fazia o transporte. Um dia pedi para o motorista me deixar dirigir [e como negar?]. Cheguei em casa dirigindo o ônibus!
E como você começou a competir em ralis?
Como navegadora do meu ex-marido, em 2006. Antes disso, saí de casa muito cedo, me dediquei à minha família, meus filhos [são três], meus estudos e minha carreira. O rali continuou a ser meu hobby. Já disputei cinco vezes o Rali dos Sertões, e no ano passado pela primeira vez como piloto.

Hoje você tem um navegador ou navegadora?
Uma navegadora. É a Gislaine Tortelli, de Curitiba, bastante experiente e que entende de mecânica também. Ficamos em quinto lugar na última competição que disputamos, o Rali dos Amigos, uma prova bem dura e técnica. É o que eu falo: durante o rali, nós somos assexuadas, não tem gênero, competimos de igual para igual.
E como os caras reagem?
O público adora, torce pela gente, pelas mulheres se propondo a um grande desafio. Em relação aos competidores, nunca tive nenhum problema, sempre fui muito bem tratada. A única coisa que me incomoda são as piadinhas que fazem com que chega atrás de mim. E o pessoal arranja desculpa. Se eu chego em quinto lugar, parece que todo mundo depois do quinto teve algum problema no motor, furou o pneu, não conseguiu andar direito…

Qual carro você vai pilotar no próximo Rally dos Sertões?
Ainda estou estudando o que fazer. Tenho algumas propostas. A princípio correria na SuperProduction [categoria de bólidos derivados dos modelos de rua, um pouco menos avançados que os protótipos]. Só preciso de mais investidores, para fechar patrocínios.
Pode contar com a gente para conseguir mais patrocínios. Leitores, mobilizem-se em prol da mulher! Mas voltando à entrevista: é verdade que você vai desfilar no Carnaval de São Paulo?
Sim, pela X9. A escola vai usar o Rally dos Sertões como fonte de inspiração para o enredo. Não vai falar sobre a competição em si, mas sobre a descoberta de um Brasil que muita gente não sabe que existe, um outro lado da cultura, do folclore e das paisagens que só quem faz os Sertões conhece. Vou desfilar no chão, na frente do último carro.
Como é para uma mulher encarar a dureza dos Sertões?
Minha única preocupação durante o rali é tomar muita água e passar protetor solar. Eu entro em transe ao dirigir. Não dá para perder tempo com unha, batom, cabelo… o máximo que faço é prender o cabelo. Tem dia nos Sertões que não tem banho, só pó. E eu nunca trabalhei como modelo. Agora fiz fotos com um lado sensual, para incorporar esse papel de musa, meio dondoca, mas na verdade sou muito desencanada com isso.

Pelas fotos do ensaio, que estão ótimas, dá para perceber que você malha bastante. Rola um treinamento específico para as competições?
Sim. Malho bastante, faço musculação, tenho alimentação super regrada e acompanhamento profissional. Treino escalada, porque trabalha bastante os músculos do braço. Preciso muito ter força e resistência no antebraço.
E… você é turbinada?
[risos] Eu acho que meu carro é o único no rali que vem com airbags.
Por falar nisso, qual carro você usa no dia a dia?
Um [Hyundai] Santa Fé. Gosto de carro grande.
Prefere câmbio manual ou automático?
Câmbio manual, é mais emocionante. Você pode reduzir, trabalhar do jeito que quiser, pode controlar o ritmo.
Sei. E quais as características que um bom piloto precisa ter para TE conduzir?
Tem que ser bom de curva, e ter uma pegada forte. E precisa saber tudo, ser rápido quando preciso, ou mais constante se necessário. Dependendo da situação, tem que aguentar provas de longa duração, ou então fazer uma corrida mais rápida [risos]. Nossa, estou ficando vermelha…

Relaxa, as respostas estão ótimas. Você gosta de motos também?
Adoro! Amo! Passei a adolescência na oficina de motos do meu tio. É o próximo brinquedinho que quero comprar. Uma speed grandona, tipo uma [Suzuki] Hayabusa.
Ok Helena, vamos parar por aqui, antes que a gente te peça em casamento…

ATENÇÃO SENHORES: comentários deselegantes serão imediatamente apagados.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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