Considero a tarefa de fazer voltas rápidas (as chamadas
flying laps) nos treinos classificatórios já com o cronômetro zerado uma arte. Ayrton Senna era um mestre neste quesito, quase sempre desbancando seus principais adversários se usando deste artifício. Não à toa, o brasileiro marcou 65 poles na carreira. Só que, a julgar pelas temporadas 2009, 2010 e 2011, Sebastian Vettel pintou como um herdeiro à altura do tricampeão da Fórmula 1 neste aspecto.
É impressionante a facilidade que o alemão da RBR tem para fazer mágica em condições adversas, sem perder a calma ou demonstrar nervosismo. Foi o caso neste sábado, em Suzuka.
Vettel já tem 35,53% de aproveitamento de poles na carreira (27 em 76 GPs – disputará o 77º neste domingo). Senna tem 40,37% (65 em 161 GPs). Mas o que espanta mesmo é a facilidade do alemão em conseguir velocidade mesmo quando tudo parece dar errado. Neste sábado, a McLaren de Lewis Hamilton passou todo o treino classificatório para o GP do Japão na primeira posição. Até o minuto final. O alemão da RBR entrou na pista determinado a tirar a pole do inglês. Com uma volta perfeita, sem erros, o líder do campeonato conseguiu. Com 1m30s466, ele superou Jenson Button, também da equipe inglesa, por apenas NOVE milésimos. Ah, e Hamilton? Este demorou muito a abrir uma volta no fim e não conseguiu sua última tentativa. Acabou ficando apenas em terceiro, com cara de pouquíssimos amigos e mais uma encrenca, desta vez com Schumacher.

Ah, o alemão da RBR recebeu uma nova asa dianteira a apenas 20 minutos do início do treino. Parece ter dado bem certo, por sinal. Ainda sobre Vettel, mais alguns números interessantes: foi a 12ª pole em 2011 (a RBR tem todas as 15) e a 27ª da carreira. Ele está a apenas duas de igualar a marca de 14 em uma temporada, maior da história da Fórmula 1, estabelecida pelo “Leão” Nigel Mansell na temporada 1992 com a Williams. Marcas impressionantes. Para a corrida deste domingo, ele precisa apenas de um ponto. Ou seja, uma décima posição. Com o maior aproveitamento de pontos da categoria, alguém duvida que isso vai acontecer em Suzuka?
Felipe Massa foi o melhor brasileiro, em quarto. De quebra, ainda superou pela terceira vez em 15 GPs no ano Fernando Alonso, seu companheiro de Ferrari. O espanhol sai em quinto, logo à frente de Mark Webber, da RBR, o sexto. O australiano chegou a fazer o melhor primeiro setor em sua última tentativa, mas não conseguiu melhorar. Aliás, o desempenho do companheiro de Vettel mostra o valor da condução do alemão: foram quase sete décimos de diferença. Mesmo com a nova asa usada pelo líder do campeonato, a vantagem é grande demais. Mostra o toque especial do piloto que pode ser o bicampeão mais jovem da história.

Em sua quarta corrida na Renault-Lotus, Bruno Senna sai em nono após quase não conseguir entrar na pista na primeira parte por causa de um forte acidente, que danificou a suspensão dianteira esquerda, no último treino livre. Ele não ter marcou tempo na superpole, assim como o companheiro russo Vitaly Petrov, o décimo. Os dois optaram por poupar pneus para a corrida. Apesar da posição no grid não ter sido das melhores, o resultado foi muito bom para mostrar o poder de recuperação do sobrinho de Ayrton Senna após um acidente que quase o tirou da classificação. Na Williams, Rubens Barrichello esteve longe da superpole e ficou na 13ª posição, uma à frente do venezuelano Pastor Maldonado, seu colega no time inglês.
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