2 de set. de 2011

Esperado e merecido por Rafael Lopes

Bruno Senna em Spa
Como já era esperado desde o GP da Bélgica, a Renault-Lotus anunciou, nesta sexta-feira, a rescisão amigável com Nick Heidfeld e confirmou Bruno Senna ao volante do carro número 9 até o fim da temporada 2011.
A equipe anglo-francesa planejava anunciar o brasileiro como substituto permanente do alemão de 34 anos já em Spa-Francorchamps, mas uma ação na Justiça inglesa atrapalhou o processo. Contudo, no comunicado oficial emitido na quinta-feira anterior à corrida, o time deixava claro que o veterano não voltaria ao cockpit neste ano. E a solução acabou sendo merecida para os dois pilotos, que contribuíram para esta situação.
Vamos por partes, então. Primeiro, Nick Heidfeld. Contratado às pressas no início da temporada após o acidente de Robert Kubica no rali Ronde di Andora, o alemão deixou a desejar em 2011. “Ah, mas ele estava à frente do Petrov no campeonato”, disseram alguns. Sim, mas apenas dois pontos e uma posição. Muito pouco para a Renault-Lotus, que esperava um papel de liderança do veterano, conhecido por ser bom acertador de carros. Ele até desenvolveu o R31, mas seus resultados na pista foram muito ruins. Não por ter conseguido apenas um pódio, mas por alguns erros primários, que poderiam ter sido cometido facilmente por novatos. O time demonstrou sua insatisfação várias vezes na imprensa e Heidfeld nada fez para mudar o quadro.
Por outro lado, Bruno Senna mostrou potencial no primeiro contato que teve com o carro, nos testes de pré-temporada em Jerez de la Frontera. Com muito menos experiência, marcou tempos muito próximos do alemão (relembre aqui). Ele ainda fez dois testes aerodinâmicos e andou na sexta-feira de treinos livres para o GP da Hungria. E arrancou elogios dos engenheiros da Renault-Lotus em todas estas oportunidades. Com pouca coisa a fazer no campeonato, a não ser manter a quinta posição no Mundial de Construtores, era natural que o time apostasse em um de seus reservas mais novos. E a chance caiu no colo do brasileiro antes de Spa.
Bruno Senna em Spa
Em seu primeiro fim de semana no time, Bruno teve um desempenho excepcional. Se cometeu um erro na largada da corrida, quando foi otimista demais, perdeu o ponto de freada e acertou Jaime Alguersuari, andou muito bem justamente no ponto fraco de Heidfeld: o treino classificatório, que teve condições atípicas de tempo, o que complicou mais ainda o trabalho do brasileiro. De quebra, ainda levou dois novos patrocinadores para a Renault-Lotus – a petrolífera OGX de Eike Batista, oitavo homem mais rico do mundo, e a Gillette (clique aqui e leia a matéria no GLOBOESPORTE.COM). Além do sobrenome forte, ele mostrou talento em uma pista difícil logo no primeiro contato para valer com um carro decente (a Hispania é tão ruim que sequer pode ser chamada de carro). Agora é aproveitar todas essas boas condições e não cometer erros bobos no fim da temporada.
E Heidfeld? Bem, esse pode dar como encerrada sua carreira na Fórmula 1. Além do desempenho abaixo do esperado, ainda processou uma equipe, pecado mortal na categoria. Seu destino deve ser mesmo a equipe oficial da BMW no Alemão de Turismo (DTM). A marca estreia no campeonato em 2012. Já Bruno Senna precisa mostrar serviço – andar bem próximo aos tempos do russo Vitaly Petrov – neste fim de temporada para ter chances de fechar com uma boa vaga em 2012. Apoios fortes de empresas brasileiras ele já conseguiu. Agora é mostrar na pista seu potencial. E o treino classificatório em Spa-Francorchamps foi um aperitivo dele.

Fonte: voandobaixo/
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/

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