12 de set. de 2011

Entrevista: Para Luiz Tambor, da Chrysler do Brasil, marca passa por momento decisivo após incorporação pela Fiat

Foto: Divulgação
Entrevista: Para Luiz Tambor, da Chrysler do Brasil, marca passa por momento decisivo após incorporação pela Fiat Luiz Tambor, Diretor de Vendas e Marketing da Chrysler do Brasil, acha que incorporação pela Fiat gera boas oportunidades

por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press


O engenheiro mecânico paulistano Luiz Tambor, de 51 anos, chegou ao cargo de Diretor de Vendas e Marketing da Chrysler do Brasil há quatro meses, em meio a um ano singular na história do fabricante de automóveis norte-americano. Depois de um processo de incorporação iniciado em 2009, em julho desse ano o Grupo Fiat atingiu o total de 53,5% das ações e consolidou o controle acionário da empresa automotiva fundada em 1925 no estado do Michigan e que produz veículos das marcas Chrysler, Dodge, Jeep e Ram. Como o Brasil é onde a marca italiana mais vende no mundo, o país ganhou destaque também no planejamento global da Chrysler, que estuda inclusive desenvolver um modelo para o mercado local. O novo veículo – cogita-se um utilitário esportivo – poderá ser produzido até 2014 na unidade industrial que a Fiat irá construir na cidade pernambucana de Goiana, com possibilidades também para México e Argentina. “Os estudos estão em andamento. Teremos definições no ano que vem”, tergiversa Tambor.

Formado em 1984 pela antiga Universidade Paulista – atual Unip –, Tambor tem um histórico de 18 anos na indústria automobilística. Teve passagens pela Peugeot, nas áreas comercial e técnica, passou pela Chrysler, depois foi para o grupo de marcas premium da Ford ¬– Land Rover, Jaguar e Volvo – e atuou nas três marcas na área comercial, de desenvolvimento da rede de concessionárias e marketing. Em 2004, tornou-se diretor de vendas e marketing da Land Rover até que, em maio desse ano, assumiu a mesma função na Chrysler, onde vai encarar uma agenda de lançamentos apertada para os próximos meses. “Temos muitos produtos que não foram aproveitados no Brasil. Há um grande potencial de crescimento”, acredita Tambor.

Quais serão os próximos produtos das marcas da Chrysler para o mercado brasileiro?


Ainda esse ano haverá a chegada da picape Ram, que ficou fora do mercado por uns tempos e volta em versão renovada. Ela conta com muitos admiradores e é um produto único. Um veículo para trabalho e para lazer sem distinção, que reúne robustez e conforto. Na linha Chrysler, teremos a volta do sedã 300C, que também vem renovado e com nova motorização. Será uma opção muito interessante no segmento de sedãs, da maneira como será posicionado no mercado nacional. Na linha Jeep, teremos até dezembro a chegada do Compass, um SUV médio que nunca havia sido comercializado no Brasil. Quanto ao Dodge Journey, em breve vai receber um “facelift”, um interior totalmente redesenhado e uma nova motorização.

O lançamento do Freemont, a “versão Fiat” do Journey, não poderá confundir o consumidor?

Em termos de posicionamento, até coerentemente com o posicionamento das marcas Fiat e Chrysler, não haverá nenhum problema. A nível de equipamentos, os dois modelos irão se diferenciar ainda mais. E o Journey vai receber o novo motor 3.6 litros V6 Pentastar de 280 cv, que representa uma grande evolução em relação ao atual 2.7 litros V6 de 185 cv. É um motor bastante moderno e elástico. Já o Freemont é equipado com motor Chrysler 2.4 litros de quatro cilindros com 172 cv de potência. No lançamento do Freemont, houve uma estratégia inteligente. A Fiat trabalha em uma linha bem mais racional com essa plataforma e a Dodge permanece com o posicionamento “premium” que já tinha – e em breve oferecendo ainda mais potência.

E quanto às futuras plataformas partilhadas pelas duas empresas? Como será o posicionamento no mercado nacional?

A Chrysler ficará mais focada no segmento “premium” do mercado. Hoje há uma linha bem definida para cada marca. Não é à toa que a Fiat é líder no Brasil. Ela tem um posicionamento muito claro e com sua linha de produtos e um segmento de consumidores que ela compreende bem e onde é bem recebida com seus modelos. E as marcas da Chrysler, nesses últimos anos, também se firmaram no segmento “premium”. O objetivo é manter a posição onde a Chrysler é forte. Não existe nenhum conflito e vamos trabalhar com muita cooperação, como já vem sendo feito.

Já é vendido no Brasil o Freemont, o primeiro modelo Fiat derivado de um Chrysler. Quando existirá no mercado nacional um Chrysler derivado de um Fiat?

Sem dúvida, a junção de marcas tão importantes abre oportunidades para vários desenvolvimentos. Todos os projetos que trabalhamos para futuro acabam sendo analisados em ambas as empresas, para que se possa aproveitar ao máximo, como é de praxe na indústria automobilística, as plataformas que estão sendo desenvolvidas daqui para a frente. Quanto a novos produtos para o mercado brasileiro, os estudos estão em andamento.

E quanto à nova Town & Country importada do Canadá, o último lançamento da Chrysler no Brasil? O que mais chamou sua atenção nela?

A evolução é notável. Apesar de ser uma carroceria muito semelhante, com algumas modificações, houve uma brutal evolução nos materiais. Não se toca em nada que dê a impressão de ser um plástico de má qualidade. No Brasil, apenas a versão “top” Limited está disponível por enquanto – posteriormente, pretendemos trazer uma versão menos equipada, por um preço menor. A meta é vender 200 unidades em 2011 e, para 2012, a expectativa é de comercializar 800 unidades. O mercado de minivans é pouco explorado no Brasil, mas tem potencial para crescer. E o número de revendas da Chrysler deve saltar das 30 atuais para 42 em 2012, o que também vai ajudar bastante.

Fonte: motordream
Disponível no(a)http://motordream.uol.com.br

Nenhum comentário: