12 de jul. de 2011

Dicas para ser um motorista ecológico

Confira como o seu carro pode poluir menos o meio ambiente

Camila Franco
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A manutenção frequente do automóvel é fundamental para mantê-lo amigo do meio-ambiente
Em São Paulo, a maior cidade do país, os automóveis são responsáveis por 90% da poluição do ar, e respirá-lo seria como fumar dois cigarros por dia, segundo reportagem exibida pelo Jornal Nacional em abril deste ano. Mas, e aí, motorista, o que fazer para reduzir esse índice? Deixar de dirigir é a única alternativa? Não! Depois de conversar com um mecânico, um instrutor de pilotos e especialistas, mostramos que é possível ser um motorista "ecologicamente consciente". E o melhor: economizando. Quer ser um deles?

Abastecimento
O que é melhor, etanol ou gasolina? Segundo Vanderlei Borsari, gerente de transporte sustentável e emissões veiculares da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o etanol é a melhor pedida. "É um combustível renovável e tem uma grande vantagem. A cana-de-açúcar, sua matéria-prima, capta dióxido de carbono [CO2] durante seu cultivo, o principal gás do efeito estufa e que é lançado pelos carros". De acordo com Borsari, os veículos flex produzidos a partir 2009, quando abastecidos com gasolina, em média, emitem 181 g/km de CO2 e fazem 12 km/l; com etanol, liberam 174 g/km de CO2 e rodam 8 km/l.
A procedência do combustível é outro fator importante. "Desconfie de preços baixos. O líquido pode estar adulterado e render menos. E evite andar na reserva para que a sujeira acumulada no fundo do tanque não seja sugada pelo motor, deteriorando-o. Quanto mais cheio o tanque, menor evaporação do combustível", aconselha Borsari. Por outro lado, Vinicius Losacco, mecânico e preparador de motores da Stock Car, alerta: "Não abasteça até a boca. Se encher muito o tanque, o retorno de combustível pode ser dificultado, forçar o conjunto e aumentar o consumo".
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Pneus alinhados e calibrados reduzem o consumo

Manutenção preventiva

"O perfeito funcionamento do motor é essencial para o consumo ideal e para evitar o aumento de emissões", explica Losacco, que dá dicas de manutenção do propulsor:

- Faça a regulagem do motor entre 10 mil e 15 mil quilômetros rodados. As velas e os filtros de ar, de combustível e de óleo devem ser trocados por outros originais para não prejudicar a queima de combustível;
- O óleo deve ser verificado semanalmente e substituído a cada 5 mil quilômetros ou de acordo com as indicações do fabricante do veículo;
- A limpeza de bicos da injeção do combustível deve ser feita nos motores com mais de 40 mil quilômetros para saber se estão pulverizando combustível na proporção correta;
O catalisador, que reduz a emissão de componentes nocivos dos gases de escapamento, dura normalmente 80 mil quilômetros, segundo o mecânico. "Isso se a manutenção do motor estiver em dia".

A calibração dos pneus deve ser feita semanalmente. "Se estiverem murchos, exigem uma força muito maior e mais combustível para movimentar o carro", explica Losacco. "Independentemente do veículo, se o seu pneu estiver calibrado com 5 psi a menos do que indicado pelo fabricante, vai consumir de 3% a 4% a mais", complementa Borsari.
O alinhamento da suspensão e o balanceamento das rodas também entram no check-list. "Rodas desalinhadas exigem mais força do motor e, claro, mais combustível", diz Losacco.

Oswaldo Palermo
Instrutor Roberto Manzini dá a dica, "evite acelerações bruscas"
Direção econômica
João Irineu Medeiros, diretor de Motores da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), contabiliza: "O consumo de combustível pode ser de 10% a 20% maior, dependendo do uso do carro. Se não fizer a manutenção correta do veículo, esse número pode aumentar". Mas como saber se você está dirigindo de forma econômica? Roberto Manzini, dono do centro de pilotagem que leva seu nome, trabalha na formação de pilotos e no aperfeiçoamento dos motoristas habilitados, e recomenda:
- Vá pela rota mais curta e, se possível, informe-se dos locais em que há congestionamento; fuja deles ou espere o trânsito melhorar. Toda vez que parar e retomar a velocidade, aumenta-se o consumo e as emissões;
- Em um engarrafamento, se o carro ficar parado por mais de um minuto, compensa desligá-lo;
- Evite acelerações bruscas, pois, para o motor não falhar, o sistema avança o ponto de ignição e aumenta o consumo para o carro ter mais força, o que polui mais;
- Troque as marchas sem "esticá-las" muito, de acordo com a média de torque do modelo, como indica o manual do proprietário.
- Não use o ponto morto com o carro em movimento. Compromete a segurança e não diminui a emissão, porque o automóvel continua consumindo. Nos carros com injeção eletrônica, com a marcha engrenada, basta tirar o pé do acelerador que o veículo consome menos;
- Não leve carga desnecessária. Peso maior, consumo maior.
- Evite transitar com vidros abertos quando estiver em alta velocidade, por exemplo em uma rodovia. A aerodinâmica do veículo é prejudicada, aumentando o consumo.
- Se possível, evite usar o ar-condicionado. Segundo o gerente da Cetesb, “depende do tamanho do motor, mas, em geral, carro com ar-condicionado ligado tem incremento de 10% a 20% no consumo de combustível”.
Manzini ainda revela: "Programas de 'Eco Drive' disponibilizados na Europa ensinam técnicas para redução do consumo de combustível e de emissão de poluentes. Os motoristas que passam por esse tipo de treinamento diminuem por volta de 13% as emissões do seu automóvel".


Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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