16 de jun. de 2011
Mosca branca: Fiat Coupé Limited Edition à venda
Existem alguns nomes que me deixam desconfiado logo de cara. É um trauma, causado pela mania dos fabricantes brasileiros em dar nomes especiais a carros que não são especiais: SS em Meriva, R em Palio, Extreme em Fox… e por aí vai. O Fiat Coupé não é brasileiro, mas como a marca tem tradição por aqui, é natural que alguns – bem, estou tentando me justificar, na verdade – olhem com certo desdém ao tal “Limited Edition” do cupê italiano.
Mas é aí que está o engano. Esse bicho é um T.
O motor dele tem dois litros – e tudo parece normal. Tem um turbo, a conversa começa a ficar interessante. Cinco cilindros? Mas como assim, com essa litragem? Hum, agora a conversa ficou séria. E quando você descobre que o bichinho rende 220 cv, acelera de 0 a 100 em 6,5s e que não é difícil extrair muito mais potência com remapeamento, trabalho de fluxo e alguns truques no turbo; bem, aí o papo fica oficialmente tentador.
Que beleza de… ronco!
Mas o Limited Edition tem mais: pinças Brembo na dianteira (as traseiras são as mesmas, apenas pintadas de vermelho), partida por botão start-stop, câmbio de seis marchas, barras estruturais para aumentar a rigidez à torção e bancos Recaro com acabamento vermelho. Como toque final, um discreto body kit, arrematado por uma polêmica plaqueta numerada – originalmente, apenas 300 unidades foram produzidas, mas a Fiat mudou de idéia e deu continuidade à produção (imagine a cara de quem pagou os olhos da cara pelos primeiros 300…). O carro à venda do post, por exemplo, é a unidade número 1195. Edição limitada, mas com um limite beeeem generoso…
Não sei se gosto dessa vermelhidão na cabine. OBS: este não é o carro à venda.
De qualquer jeito, eu nunca vi um Coupé LE no Brasil. Muito menos à venda – até agora. Detalhe: de acordo com o vendedor, o carro tem 36 mil quilômetros rodados – o que dá a média de mais ou menos OITO quilômetros por semana. Talvez por isso, o preço seja um estupro: 165 mil reais. Dá pra comprar praticamente qualquer esportivo usado com essa soma: 911 dos anos 80, Mustang, BMW M3, Toyota Supra… mas o dono já avisa que o preço tem boa margem de negociação. Então, será que ele aceita uma troca por um Golzinho?
Limited Edition à parte, o Coupé é um tesão de carro. Poucas vezes vi um design que conseguisse ser conceitual e atemporal ao mesmo tempo – é um equilíbrio muito difícil. Pense no Citroen XM, como ficou velho. Não é a toa: você vê o emblema Pininfarina, e pensa que o estúdio projetou o carro todo – quando na verdade, eles desenharam o interior e cuidaram do processo de montagem. A maior parte das linhas da carroceria foi assinada por um cara chamado Chris Bangle, ouviu falar? Aaaah, agora os cortes retos nos para lamas parecem familiares…
O Coupé não é exatamente leve (entre 1250 e 1320 quilos), não é um fenômeno de velocidade (ainda que seu comportamento dinâmico seja bastante elogiado – para um tração dianteira), mas é um ícone cool e desde já é um carro colecionável. Um belo fruto de um investimento de relativo alto risco que a Fiat fez. Eu sempre digo que compensa. O Coupé é meu álibi.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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