508 SW, Laguna Break e Passat Variant se enfrentam em um comparativo acirrado entre os modelos mais populares do mercado europeu
por Bruno Castanheira
do AutoMotor/ Portugal
Equipados com motores diesel de baixa cilindrada com potências ligeiramente acima dos 100 cv e comercializados por pouco mais de 30 mil euros (R$ 69 mil), os modelos Peugeut 508 SW1.6 e-HDi, Renault Laguna Break 1.5 dCi e VW Passat Variant 1.6 TDI se enfrentam em um comparativo detalhado e bastante acirrado.
Quanto aos objetivos ambientais, a Peugeot e a VW recorrem ao sistema start/stop (função inerente aos conceitos e-HDi e BlueMotion) para chegarem a emissões de CO2 de 116 g/km; a Renault, com emissões de CO2 de 123 g/km, prefere obedecer ao programa eco2, que pressupõe três requisitos fundamentais: veículo produzido numa fábrica com certificação ISO 14001; emissões de CO2 inferiores a 140 g/km (ou, em alternativa, motor apto a funcionar com bioetanol E85 ou biodiesel B30); existência de, pelo menos, 5% de material plástico reciclado na composição do veículo.
Vale lembrar que tanto a versão 1.6 e-HDi do Peugeot 508 como a versão 1.6 TDI BlueMotion do VW Passat serão alvo de novas modificações, que lhes permitirão baixar as emissões de CO2 para 109 g/km nas carrocerias de quatro portas (110 g/km na 508 SW, não estando este valor confirmado na Passat Variant).
por Bruno Castanheira
do AutoMotor/ Portugal
Equipados com motores diesel de baixa cilindrada com potências ligeiramente acima dos 100 cv e comercializados por pouco mais de 30 mil euros (R$ 69 mil), os modelos Peugeut 508 SW1.6 e-HDi, Renault Laguna Break 1.5 dCi e VW Passat Variant 1.6 TDI se enfrentam em um comparativo detalhado e bastante acirrado.
Quanto aos objetivos ambientais, a Peugeot e a VW recorrem ao sistema start/stop (função inerente aos conceitos e-HDi e BlueMotion) para chegarem a emissões de CO2 de 116 g/km; a Renault, com emissões de CO2 de 123 g/km, prefere obedecer ao programa eco2, que pressupõe três requisitos fundamentais: veículo produzido numa fábrica com certificação ISO 14001; emissões de CO2 inferiores a 140 g/km (ou, em alternativa, motor apto a funcionar com bioetanol E85 ou biodiesel B30); existência de, pelo menos, 5% de material plástico reciclado na composição do veículo.
Vale lembrar que tanto a versão 1.6 e-HDi do Peugeot 508 como a versão 1.6 TDI BlueMotion do VW Passat serão alvo de novas modificações, que lhes permitirão baixar as emissões de CO2 para 109 g/km nas carrocerias de quatro portas (110 g/km na 508 SW, não estando este valor confirmado na Passat Variant).
Elegante, sedutor, sofisticado. Eis três adjetivos que se aplicam ao 508 SW, que é, sem dúvida, uma das peruas mais atrativas do mercado. A grelha composta por lâminas horizontais cromadas, o equilíbrio de todas as proporções da carroceria e o bom gosto evidenciado na elaboração dos faróis e lanternas são os elementos visuais que marcam o modelo.
A 508 SW propõe de série, na especificação Active, teto panorâmico em vidro com cortina elétrica, rodas aro 17 “Style 04” e barras cromadas no teto. Já os faróis bi-Xénon custam 850 euros (R$ 2 mil) e integram luzes diurnas LED com sete pontos luminosos. Quanto ao pacote visual que equipa esta unidade (rodas aro 17 “Style 09”; frisos cromados dos vidros; vidros laterais traseiros e lanternas escurecidas), pode ser requisitado em opção sem acréscimo de preço.
Estética, Construção, Segurança
O Laguna Break e o Passat Variant são menos atraentes do que o 508 SW . Quanto à Renault, equipada com opcionais rodas de 17 polegadas “Tenerife” (330 euros – R$ 750) e barras cromadas no teto (propostas de série), apresenta-se na nova edição Black Line, que lhe confere um toque mais esportivo, graças à adição de acessórios específicos: como máscara negra nos faróis dianteiros; molduras cromadas nos vidros; janelas laterais traseiras e lanterna traseira escurecida.
Já o Passat, que vem com rodas aro 16 “Perugia” e barras pretas no teto na versão Confortline, aposta em linhas reformuladas face ao modelo da anterior geração, merecendo destaque a tecnologia LED das lanternas traseiras (na frente surge integrada nas luzes diurnas quando utilizados os opcionais faróis bi-Xénon), os frisos cromados (pára-choques; portas; molduras dos vidros) e a grelha, que simboliza a nova identidade visual desta sétima geração.
Equipado com os melhores materiais, acabamentos muito bons e montagem isenta de falhas, o primeiro lugar no domínio da construção pertence ao 508 SW. Diante do Laguna Break e do Passat Variant, que ficam ambos em segundo, a Peugeot alcança níveis superiores pelos materiais mais agradáveis ao toque e pela seleção mais criteriosa na elaboração das superfícies menos visíveis. Já Renault e VW incluem algumas áreas menos nobres: ambas se situam acima da média, é um fato, mas se esperava mais das duas, principalmente da VW, tendo em conta o status que possuí e o nível que consegue exibir em outros produtos, como é o caso, por exemplo, do Golf.
Na segurança, a superioridade pertence, com inteira justiça, ao Passat Variant. Embora não tenha apoio de pé para o condutor, como tem a 508 SW, a Passat Variant é a única que dispõe de sistema de detecção de fadiga, que avalia os níveis de concentração do condutor com base em informações recolhidas sobre o ângulo do volante, o modo de atuação dos pedais e as acelerações transversais. E como este é um dispositivo de grande valor...
Se os níveis de concentração do condutor forem baixos, é emitido um sinal acústico durante cinco segundos, surgindo, em simultâneo, uma mensagem visual que aconselha o condutor a fazer uma pausa. Se esta pausa não for feita nos 15 minutos seguintes ao aviso, os sinais irão se repetir. Cabe dizer, no entanto, que este sistema não emite, contudo, sinais de aviso em caso de adormecimento ao volante, visto que só atua nos casos em que são detectadas as fases iniciais da falta de concentração.
Equipados, tal como o Passat Variant, com seis airbags, fixações Isofix, airbag do passageiro dianteiro desligável, trava elétrica, alertas da não colocação dos cintos dianteiros e traseiros, ABS com distribuição da força de frenagem/ assistência nas frenagens de emergência e ESP, 508 SW e Laguna Break situam-se em igualdade pontual no domínio da segurança.
Conforto, cabine e equipamentos
Embora tenham rodas aro 17 (propostas de série na Peugeot; opcionais na Renault), que contrastam com as aro 16 escolhidas para a VW, 508 SW e Laguna Break conseguem ser tão confortáveis quanto o Passat Variant. Qualquer destas três peruas oferece uma grande serenidade a bordo, lidando todas muito bem com os pisos em mau estado de conservação. As oscilações incômodas e as vibrações existem, claro, mas em níveis perfeitamente aceitáveis.
Ao anunciar a maior distância entre eixos, o 508 SW é a perua que oferece, de fato, o melhor conforto na traseira, sendo esta diferença mais notória para o Laguna Break do que para o Passat Variant. A arrumação e, sobretudo, o design, são outros fortes argumentos da Peugeot, tal como a mala, que não sendo tão ampla quanto a da VW, é bem mais expressiva do que a da Renault.
Curioso é o prático e inteligente sistema de rebatimento dos bancos traseiros, que é comum aos três: basta tocar em dois botões localizados na mala (na Renault existem também na base dos pilares C) para que os lugares posteriores dêem origem a uma zona de carga plana. Além das várias tomadas de 12 Volt, qualquer destas três peruas dispõe de hack para fixação de carga; quanto à rede de retenção de bagagem, é proposta de série apenas nas 508 SW e Passat Variant. Vejamos, então, como está ordenada a classificação nesta análise da cabine e mala: primeiro lugar ocupado, empatados, Peugeot e VW; segundo lugar para a Renault.
Na quantidade de equipamentos proposto de série, também não existem dúvidas: a mais expressiva é a Laguna Break. Ainda que não disponha de luzes de curva estáticas (VW), luzes diurnas (VW), teto panorâmico (Peugeot) e rede na mala (Peugeot e VW), a Renault é a única que oferece bancos esportivos em pele e tecido, sistema de acesso sem chave, Bluetooth, navegação Carminat TomTom Live, sensores de estacionamento traseiros e vidros escurecidos.
Entre a Peugeot e a VW verifica-se um empate, perfeitamente justificado pela proximidade das listas exibidas por ambas. Porém, enquanto o 508 SW dispõe de entrada USB e teto panorâmico, o Passat Variant contrapõe esses argumentos com Bluetooth, luzes de curva estáticas, luzes diurnas e freio de estacionamento elétrico.
Posição para dirigir, comportamento
Ao longo dos seis dias que durou este comparativo, não houve nenhuma posição de dirigir que tenha agradado particularmente mais do que outra. Aliás, todos elas são de muito bom nível. Com volantes de pegada agradável, comandos bem localizados, bancos com apoio lateral e lombar convincentes, pedais perfeitamente alinhados e boa amplitude de ajustes, 508 SW, Laguna Break e Passat Variant reúnem todas as condições para o condutor desempenhar com total competência a sua tarefa. Além do que a visibilidade é boa e os dispositivos de auxílio à condução são inúmeros. Hoje em dia, o difícil, mesmo, é dirigir mal…
Surpreendente é, também, a dinâmica do 508 SW. Seguro, previsível e fácil de controlar, é o que transmite maior envolvência, o que, para uma perua com 4,81 metros de comprimento e 1.430 kg de peso, não deixa de ser notável. Melhor só mesmo com um motor mais forte e, principalmente, com outra transmissão.
É que a caixa manual testada é lenta e nem sempre faz boas mudanças. Está longe de convencer. Mas quanto o desempenho do 508 SW agradou ainda a assistência da direção, do pisar sólido exibido pelo conjunto, da eficácia dos travões e da competência dos pneus Michelin Primacy HP, de medida 215/55R17.
Um degrau abaixo da Peugeot posicionam- -se, em igualdade pontual, Renault e VW. O Laguna Break faz tudo o que faz o 508 SW, só que de forma ligeiramente menos precisa e menos envolvente. Sobretudo, falta-lhe maior solidez, sendo esta característica bem notória quando se circula em pisos irregulares. Com a direção, aos freios, ao comando da caixa manual e aos opcionais pneus Continental ContiSportContact 3E, de medida 215/50R17, não há críticas a apontar. Não tendo um desempenho tão proveitoso como o do 508 SW, acaba por conseguir, também, uma boa relação entre eficácia e conforto.
Quanto ao Passat Variant, caracteriza-se pela habitual eficácia VW: nada de emoções, nada de reações intempestivas. Preciso e muito agradável de conduzir, agrada pelo pisar sólido, mas falta-lhe algum “tempero”. O fato de ser certinho e de poucas vezes perder a compostura, parece retirar-lhe alguma envolvência. Da assistência da direção, ao comando da caixa manual, à eficácia dos freios e ao desempenho dos pneus Bridgestone Turanza ER300, de medida 215/55R16, nada a apontar. Antes de passarmos à análise das prestações, refira-se que 508 SW e Passat Variant incorporam a função start/stop, que está particularmente bem afinada na Peugeot: é rápida ao atuar e quase não se percebe seu funcionamento no motor.
Desempenho e consumo
Equipadas com motores turbodiesel com injeção common-rail de baixa cilindrada e potências ligeiramente acima dos 100 cv, os desempenhos destas peruas são fracos. Ainda assim, são melhores as acelerações do que as retomadas.
Ainda assim, é bom que o condutor não tenha pressa… A pior neste quesito é a Peugeot. Não tanto pelo motor 1.6 e-HDi, mas pela caixa manual automatizada, que não prima pela rapidez e revela problemas nos engates. No modo manual a situação melhora, é um fato, mas nada que faça grande diferença.
Ligeiramente mais arredios do que o Peugeot são Renault e VW. Tudo porque as acelerações de ambas são mais fortes. Já nas retomadas, a comparação não é fácil, uma vez que Renault e VW recorrem aos desempenhos de caixas manuais e, como tal, os valores não têm correspondência direta (na 508 SW foram medidas com a alavanca da caixa na posição “A”).
No que toca os consumos, todas se equivalem, graças à proximidade das médias: 21,3 km/l na VW; 19,2 km/l na Renault; 18,9 km/l na Peugeot.
Conclusão
Com a versão SW 1.6 e-HDi. Por dois pontos de vantagem sobre VW Passat Variant 1.6 TDI e três pontos sobre Renault Laguna Break 1.5 dCi, o Peugeot 508 ganha o comparativo. As razões desta vitória? Design atraente; qualidade elevada; dinâmica envolvente; preço competitivo.
Entre os segundo e terceiro colocados, que é o mesmo que dizer entre a VW e a Renault, o que fez a diferença foi a presença do sistema de detecção de fadiga, que ditou a superioridade do Passat Variant sobre a Laguna Break na pontuação final. Até porque nas restantes dez áreas, a VW ganhou apenas na cabine e mala e a Renault levou a melhor unicamente no equipamento. Oito foi nada menos do que o número de empates registrados entre as duas…
Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br
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