Nova seção avalia novidades até o ponteiro do marcador de combustível chegar na reserva
Hairton Ponciano Voz
Chevrolet Omega Fittipaldi: edição limitada em apenas 600 unidades equipadas com motor V6 de 292 cavalos e injeção direta de gasolina |
Na linha 2011, o Omega autraliano está disponível apenas na série Fittipaldi e custa R$ 128.600. Tudo o que está no carro é de série, o que inclui controle de estabilidade, som com teclas no volante, tela touch screen com comandos de som, ar-condicionado, bancos de couro com ajustes elétricos, etc.
Peguei o sedã da Chevrolet em um final de quinta-feira, com o computador de bordo apontando 65 litros de gasolina no tanque (de um total de 73 l). Zerei o computador, para poder monitorar o consumo, e fui embora. Ainda sobre equipamentos, achei que os quatro airbags (dois frontais e dois laterais) são pouco para essa categoria de carros. Só para citar um exemplo, o Renault Fluence (que pertence a um segmento inferior) está chegando com seis air bags de série.
Estilo sobrio está à espera da nova geração do modelo e não condiz com o desempenho empolgante |
Estilo sobrio está à espera da nova geração do modelo e não condiz com o desempenho empolgante
Concordo com o redator-chefe, Glauco Lucena, que disse que na maioria das situações o modo esportivo nem é necessário. Mas, se eu fosse bicampeão do mundo, como Fittipaldi, o mínimo que eu pediria se quisessem pôr meu nome em um carro seriam alavancas no volante, para troca de marchas no estilo “Fórmula 1”.
A marca Fittipaldi remete a esportividade, certo? |
Bom, como eu não sou o Emerson, vamos voltar ao Omega. O fato é que, mesmo não sendo o mais rápido da linha, o modelo 3.6 ganhou uma bela injeção de ânimo com a injeção direta e o câmbio de seis marchas. Na pista, fez 0 a 100 km/h em 7,4 segundos. Cruzou os primeiros 1.000 metros a 194 km/h e também foi ágil nas retomadas. Nada mau para um carro de executivo, com visual já meio cansado (o modelo atual é de 2006). O estilo está tão ligado ao mundo masculino, digamos, “de mais idade”, que a repórter Carina Mazarotto se sentiu uma estranha no ninho: “Parecia que as pessoas estavam se perguntando: ‘o que essazinha está fazendo nesse carro?’”
Interior vem com tela do tipo "touch screen" , mas há falhas de ergonomia, como os botões dos vidros entre os bancos |
A questão é que o Omega tem estilo bem conservador. A traseira é o melhor ângulo do carro, principalmente pelo aspecto esportivo, conferido pelas duas grandes saídas de escape. De lado, há poucos atrativos visuais: a inscrição “Fittipaldi” não ameniza o jeitão circunspecto de carro de diretoria. De frente, apesar da máscara negra dos faróis, também não há nada empolgante. E existe uma falha: a entrada de ar no para-choque não é protegida por grade (como no modelo anterior). Por isso, cheguei em casa e tive de tirar um saco plástico que havia se alojado na frente do radiador. Numa situação mais extrema, poderia ter causado superaquecimento.
Apesar de reclamar do visual “da década de 90”, Carina elogiou o motor (“divertido”), o câmbio de trocas rápidas e até a suspensão, que garante bom comportamento nas curvas. Mas reclamou um pouco da alavanca de freio de mão, de funcionamento pouco suave. Concordo com ela. Aliás, eta redação sintonizada! Eu achava que só eu havia percebido que o retrovisor é pequeno e desproporcional ao carro, mas tanto ela como o Glauco perceberam a mesma coisa: os espelhos poderiam ser um pouco mais altos, para melhorar a visibilidade e a harmonia do estilo.
Câmera ajuda nas manobras de estacionamento |
Também concordo com o Glauco sobre os comandos do ar-condicionado: eles são pouco intuitivos. Por outro lado, os controles de som agradam. Além de poder mexer nos botões existentes no volante, há a tela touch screen, nesse caso bem intuitivos. A Carina elogiou a reprodução na tela da lista de músicas e artistas do iPod, além de também ter gostado da entrada USB dentro do console: “Assim o aparelho não fica à mostra.” O acabamento também é muito bom, e a tonalidade prata fosca deixa o interior elegante.
Na cidade, o carro apontou média de 5,8 km/l, número que saltou para 9,2 km/l no fim de semana, em uma esticada até Santos. Para um V6 potente como esse, até que não está tão mau. Mérito da injeção direta (e das seis marchas).
Rodas tentam dar um ar de esportividade ao carro |
A viagem pela rodovia dos Imigrantes e seus vários túneis revelou outra deficiência: os faróis automáticos demoram um pouco para acender quando você entra na escuridão, falha notada também pela Carina. Outro problema é que não há sensor de chuva (outra ausência que beira o inaceitável num veículo desse nível). Em um sistema bem calibrado, as luzes devem se acender assim que o veículo entra no túnel, ou em algum local mais escuro.
O acabamento de couro bege claro é impecável, embora o Glauco tenha feito a ressalva de que a sujeira tende a aparecer com mais facilidade. No total, a GM vai oferecer 600 unidades da versão Fittipaldi, a uma média estimada de 50 por mês. Dessa forma, o estoque deve ser suficiente para um ano de vendas. Depois, provavelmente virá um Omega novo. Cá entre nós, a série poderia se chamar tanto Fittipaldi como Final Edition – ou Collection.
Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/
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