10 de jan. de 2014

Classicos:Volkswagen Gol GTI 16V

Potente e arisco, ele ganhou coração alemão, não deixou herdeiro e até hoje é um dos melhores VW esportivos
Por Felipe Bitu | Fotos Marco de Bari 
 

Quando a segunda geração do Gol surgiu, em meados de 1994, o contraste com a anterior, de linhas retas, fez com que ganhasse o apelido de Bolinha. A ansiedade agora era saber como ficariam as versões nervosas, que desde 1988 disputavam o título de melhor esportivo nacional.
O GTS não veio, mas o GTI deu as caras em novembro: com 0,95 g de aceleração lateral, virou o campeão de estabilidade entre os nacionais, mas seu brilho foi ofuscado pelo novato Corsa GSi. Com um 1.6 16V importado da Hungria, o Chevrolet andava mais, gastava menos e freava melhor, gracas ao ABS.

Mas a VW preparava a resposta. O GTI 16V chegou no fim de 1995, com motor importado da Alemanha. A arquitetura era a do AP 2.0 de 109 cv, mas o bloco era mais alto para acomodar as bielas 15 mm maiores, que reduziam a aspereza em alto giro. Com 141 cv, o motor entregou muito mais potência e refinamento: era apoiado em coxins hidráulicos e o torque de 17,8 mkgf era contido por longarinas reforçadas e uma transmissão superdimensionada, vinda do Audi A4. A embreagem hidráulica colocava um fim no velho endurecimento progressivo do pedal.

Bom de giro, o motor alemão brilhava acima de 3 500 rpm e chegava ao limite de rotação sem muito esforço, bem diferente do GTI 8V, que apesar do generoso torque em baixas rotações apagava acima dos 5 000 rpm - não era fácil arrancar com o 16V sem deixar rastro de borracha no asfalto. O ganho no 0 a 100 km/h, no entanto, foi menor do que se esperava: 10,21 segundos, 1 segundo a menos que o 8V. Mas os 32 cv a mais fizeram a diferença na maxima, que saltou de 185 km/h para expressivos 203,2 km/h. Os freios eram a disco, mas o ABS ainda era opcional.
Confira a galeria de fotos




A suspensão recalibrada, as rodas aro 15 e o pneu de perfil 50 sacrifcavam o conforto, mas a barra estabilizadora atrás diminuia a aderência (0,93 g), em prol de um comportamento arisco. Era fácil provocar a saída de traseira para aplicar o contraesterço, acelerando fundo nas saídas de curva. Diversão pura. Por fora, o destaque eram os novos apêndices aerodinâmicos e a bolha no capô, indispensável para acomodar o motor mais alto. No interior, a novidade era a presença de um subwoofer, com opção de CD player e revestimento dos bancos de couro bicolor, como o GTI 16V das fotos, do empresário Fabricio Soares, que sonhou com o esportivo desde o lançamento: ''Levei dez anos para encontrar um igual ao publicado na QUATRO RODAS de setembro de 1995''.

Ele dava um banho de desempenho até no Golf, mas a importação da quarta geração do hatch médio alemão acabou com o reinado do brasileiro em 1998. O golpe de misericórdia veio na terceira geracao: o GTI 16V perdeu a bolha no capô e o acabamento esportivo era oferecido até com motor 1.0. Caro e sem personalidade, saiu de linha em 2000.
TESTE QUATRO RODAS SETEMBRO 1995

>> Confira o teste na edição

Aceleração 0 a 100km/h
10,21 s
Velocidade máxima 203,2 km/h
Retomada 40 a 100 km/h 21,06 segundos
Frenagem 80 a 0km/h 29,0 m
Consumo médio 8,35 km/l (cidade); 12,32 km/l (estrada, a 100 km/h)


PREÇO

Fevereiro de 1996

R$ 34 140

Atualizado
R$ 101 814
(IPC-A, IBGE)

Participe! Deixe aqui seu comentário. Muito Obrigado! Disponível no(a):http://quatrorodas.abril.com.br/

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