17 de set. de 2013

Teste : Punto Blackmotion veste roupa do T-Jet, mas anda como Sporting

Punto Blackmotion (5)
A vida não anda fácil para o Punto. Não bastasse a própria concorrência interna criada pelo (crescidinho) novo Palio, ultimamente a coisa se complicou com a chegada de concorrentes como Peugeot 208 e Ford New Fiesta.
Diante de tantas ameaças, a Fiat resolveu que era hora de fazer barulho em cima do seu “compacto premium”. Criou então esta série especial Blackmotion e bolou uma propaganda que insinua diversos palavrões para dizer o quanto o carro é bacana. Mas será mesmo que ele é do “baralho”? Experimentamos para saber.
Já se vão mais de cinco anos desde o Punto estreou por aqui. No entanto, daquele carro para cá muita coisa mudou. Vieram os motores E-TorQ 16V 1.6 e 1.8, o Fire 1.4 ganhou comando variável, a carroceria foi reestilizada e o interior ganhou novo desenho e melhor acabamento. Não dá pra dizer que a Fiat largou o carro à própria sorte, como a VW fez com o Polo. E a real é que o Punto ainda vende bem, se mantendo na segunda colocação da categoria atrás somente do New Fiesta.
Punto Blackmotion (8)
As boas vendas não vêm à toa: peguei o Blackmotion logo depois de passar um tempo com o New Fiesta e o 208 – e não sinto que o Fiat esteja para trás como produto. Esta série especial é toda sobre visual, com um interior bem interessante, que traz forração do teto e colunas pretas para dar um toque esportivo. A faixa com material macio que atravessa o painel também é escura, complementando o ambiente “black”. Boa ideia é que os cintos passaram a ser cinzas, em oposição ao vermelho enjoativo da versão Sporting. O volante continua o mesmo (com ótimo apoio para as mãos) e a posição de dirigir segue como destaque do carro, com ênfase agora para os bancos de couro (opcionais) com o logotipo da série bordado.
Se por dentro ele é basicamente o Punto Sporting mais discreto, por fora a pegada veio do T-Jet, como podemos observar pelos para-choques de desenho mais agressivo (com tomadas de ar e extratores), para-lamas alargados, saias laterais e dupla luz de ré em posição central. As rodas são aro 16″ com pintura escura diamantada, enquanto os retrovisores e o spoiler recebem pintura preta fosca. Por fora, o Punto ainda é vistoso apesar dos anos de carreira. E esta versão chama atenção pela cara de mau.
Punto Blackmotion (4)
Os músculos sob o capô, porém, continuam reservados somente à versão T-Jet. Como todo Punto, o Blackmotion é bastante agradável de dirigir, com direção precisa, pedais macios, câmbio que não dá trabalho (ainda que tenha os engates um pouco longos) e uma suspensão muito bem calibrada entre conforto e estabilidade. No geral, ainda é o Fiat mais prazeroso ao volante – melhor que o próprio Bravo, na minha opinião. Pegue uma serrinha cheia de curvas e você entenderá o que estou dizendo.
O motor E-TorQ 1.8 16V cai bem no Punto. Não nega seu “temperamento 16V”, com respostas mais decididas em altas rotações, mas também não desaponta em giros mais tenros – situação em que a versão 1.6 16V deixa a desejar. Esse Punto acelera bem e retoma com agilidade, mas não espere um desempenho à altura do visual invocado. Mesmo com bons 132 cv e 18,9 kgfm de torque, nossos testes revelaram que o Blackmotion arranca tanto quanto um 208 1.6 16V (0 a 100 km/h em 11,5 s contra 11,6 s), alternando com o rival as vitórias nas retomadas – o Fiat é melhor de 80 a 120 km/h, enquanto o Peugeot abre vantagem de 40 a 100 km/h. Na estrada, oferece boa dose de conforto acústico (a 120 km/h são 3.200 rpm) e, ao mesmo tempo, um roquinho instigante nas faixas de giro mais elevadas. Já as frenagens são equilibradas e em curtos espaços para a categoria.
Punto Blackmotion (2)
Outra medição em que o Punto se mostrou parelho ao 208 foi na de consumo, com 7,4 km\l de etanol na cidade e 10,2 km\l na estrada – números praticamente iguais aos da versão Sporting Dualogic que avaliamos no ano passado. Mas nem pense na transmissão automatizada se você quer um pouco de emoção a bordo. Nesta série Blackmotion há oferta do sistema DNA de seleção de condução quando o carro vem equipado com o câmbio Dualogic, porém, nada que o faça andar junto com o manual.
Punto Blackmotion (6)
A unidade testada era completa, com direito ao teto solar skydome (que toma conta de toda a capota, abrindo na parte dianteira), sistema Blue&Me, bancos de couro, sensores de chuva e luz, airbags laterais e ar digital, chegando a mais de R$ 60 mil… Nesse caso, melhor ficar com a versão T-Jet 1.4 turbo (R$ 57.780) de uma vez. De série, o Blackmotion vem com rádio CD\MP3 com entrada USB, volante em couro com comando do som, sensor de estacionamento e vidros elétricos traseiros, por R$ 50.150. Nessa faixa de preço, entretanto, fica difícil não olhar para o 208 Griffe e o New Fiesta Titanium, por mais que esse Punto tente aparecer com roupa de esportivo.
Por Daniel Messeder
Fotos Divulgação

Ficha técnica – Fiat Punto Blackmotion
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.747 cm3, comando simples, flex; Potência: 130/132 cv a 5.250 rpm; Torque: 18,4/18,9 kgfm a 4.500 rpm; Transmissão: câmbio manual de cinco marchas, tração dianteira; Direção: hidráulica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: disco ventilados na dianteira, tambores na traseira, com ABS; Peso: 1.222 kg; Capacidades: porta-malas 280 litros, tanque 60 litros; Dimensões: comprimento 4.065 mm, largura 1.687 mm, altura 1.497 mm, entreeixos 2.510 mm
Medições CARPLACE
Aceleração
0 a 60 km/h: 5,0 s
0 a 80 km/h: 7,5 s
0 a 100 km/h: 11,5 s
Retomada
40 a 100 km/h em 3a: 11,3 s
80 a 120 km/h em 4a: 11,4 s
Frenagem
100 km/h a 0: 39,6 m
80 km/h a 0: 24,7 m
60 km/h a 0: 13,9 m
Consumo
Ciclo cidade: 7,4 km/l
Ciclo estrada: 10,2 km/l
Números do fabricante
Aceleração 0 a 100 km/h: 9,6 s
Consumo cidade: N/D
Consumo estrada: N/D
Velocidade máxima: 193 km/h

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