A Nissan é a marca japonesa mais latina da indústria de automóveis. Não exatamente pela forte presença com fábricas no continente – até porque Honda e Toyota também têm indústrias na região –, mas por causa dos produtos oferecidos, em sua maioria voltados para os segmentos de entrada, que tem grande demanda na América Latina.
Apesar de já ter entrado em sua segunda geração, o Note não é um carro propriamente conhecido. O primeiro, feito entre 2004 e 2012, foi oferecido apenas no Japão e na Europa. E em ambos os mercados, não foi um grande sucesso de vendas. O novo é mais ambicioso. Vai ser feito também em Aguascalientes, no México, e destinado ao mercado norte-americano. A eventual produção brasileira aconteceria apenas em 2015, depois da apresentação do modelo no Salão de São Paulo de 2014.
Em termos de proposta, o Note se assemelha muito com o Honda Fit – que, não por acaso, é visto pela Nissan como o seu principal rival. Isto significa que, embora seja um carro de dimensões “contidas”, oferece uma habitabilidade muito boa, e pode inclusive receber adultos de mais de 1,90 metro nos assentos traseiros sem quaisquer problemas.
Assim como March e Versa, o Note usa a plataforma V. Por isso, não de se estranhar que todos os três compartilhem o mesmo motor 1.6 de 111 cv e 15,1 kgfm de torque. Uma diferença importante é a presença do câmbio automático do tipo CVT, com relações infinitas. Também é interessante notar que o Note é o compacto mais atraente que a Nissan desenhou em muito tempo. Detalhes como os faróis em forma de bumerangue e os vincos nas laterais dão uma bonita aparência ao monovolume.
O Note será oferecido no México em duas versões. A de entrada é a Sense e já traz ar-condicionado, trio e direção elétrica, rádio/CD/MP3/Aux/Bluetooth com tela de 4,3 polegadas, botão de partida com chave inteligente, câmara de ré, airbag duplo, ABS com EBD e BAS. Nesta, o preço é de 209.700 pesos mexicanos, equivalente a R$ 37 mil, ou 223.300 pesos mexicanos, cerca de R$ 40 mil, com câmbio CVT. A top é a Advance que adiciona bancos traseiros rebatíveis, faróis de neblina, rodas de alumínio de 16 polegadas e rádio com GPS e tela de 5,8 polegadas. Nela, o valor sobe para 231.800 e 245.300 pesos mexicanos com e sem o CVT, respectivamente. O equivalente a R$ 41 mil e R$ 43 mil.
Primeiras impressões
Sensação interior
Tijuana/México – O lançamento do Nissan Note foi na agradável estrada que liga Tijuana a Ensenada, bem próximo à fronteira com os Estados Unidos. Como era esperado, o Note é um carro que privilegia claramente o conforto, com suspensão bem macia. Mesmo assim, o monovolume se dá bem em velocidades médias, quando a direção leve ajuda nas manobras. Em altas, falta um pouco de desenvoltura ao modelo, além do isolamento acústico não ser dos mais eficientes.
A versão testada estava equipada com o câmbio CVT. As suas vantagens em termos de economia de combustível e conforto são claras, já que ele sempre busca trabalhar em rotações baixas. O problema é que este tipo de transmissão rouba muito da experiência e emoção de direção. Não é uma característica exclusiva do Note, mas não deixa de ser uma falha do Nissan.
Na cabine, destaca-se o ótimo espaço interno. Atrás, mesmo os adultos mais altos não têm problemas de se acomodar. A qualidade de montagem do painel é boa. Porém, os materiais escolhidos em si devem a outros compactos do mesmo segmento, como o Ford New Fiesta, Honda Fit e Volkswagen Polo. O volante é o mesmo utilizado pelo Sentra, e oferece boa pegada com os comandos do rádio embutidos, além de dar um aspecto mais refinado ao interior. Algo que os comandos de ar-condicionado, com aspecto pobre, parecem eliminar. Um ponto que pode ser resolvido quando a Nissan decidir redesenhar o interior de todos os modelos da plataforma V.
Ficha técnica
Nissan Note
Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio automático do tipo CVT com infinitas relações. Tração dianteira.
Potência máxima: 111 cv a 5.600 rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 15,1 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 78 mm X 83,6 mm. Taxa de compressão: 9,8:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção com barra estabilizadora e molas helicoidais.
Pneus: 195/55 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD na versão SL.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,45 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,51 m de altura e 2,60 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.120 kg.
Capacidade do porta-malas: 272 litros.
Tanque de combustível: 41 litros.
Produção: Aguascalientes, México.
Itens de série:
Versão Sense: Ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, trio elétrico, apoios de braço, volante com revestimento de couro, direção elétrica, rádio/CD/MP3/Aux/Bluetooth com tela de 4,3 polegadas, botão de partida com chave inteligente, câmara de ré, airbag duplo, ABS com EBD e BAS.
Preço: 209.700 pesos mexicanos, equivalente a R$ 37 mil (223.300 pesos mexicanos, cerca de R$ 40 mil, com câmbio CVT).
Versão Advance: Adiciona bancos traseiros rebatíveis, faróis de neblina, rodas de alumínio de 16 polegadas e rádio com GPS e tela de 5,8 polegadas.
Preço: 231.800 pesos mexicanos, cerca de R$ 41 mil (245.300 pesos mexicanos, próximo de R$ 43 mil, com o CVT).
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