26 de jun. de 2013

Teste: Chery Tiggo 2013 - No front oriental

Fotos: Raphael Panaro/Carta Z Notícias
Teste: Chery Tiggo 2013 - No front oriental

Competir no segmento de utilitários compactos no Brasil é difícil para qualquer marca. Com o mercado dividido entre Ford EcoSport e Renault Duster, o resto briga por uma pequena parcela dos consumidores. E, dentro dessa fatia reduzida, outras polarizações e duelos particulares se configuram.
Como o que confronta a chinesa Chery e sua compatriota Lifan. A primeira acaba de lançar no Brasil o renovado Tiggo e assumidamente “declarou guerra” ao recém-lançado Lifan X60. O Tiggo chega em versão única por R$ 51.990 – contra R$ 52.777 do concorrente. Ambos os modelos chineses vêm do Uruguai, onde são montados em sistema de CKD. Apesar de renovado, a Chery reduziu o preço do carro em R$ 1 mil  exatamente como um “aditivo” para tentar seduzir os eventuais clientes do seu principal rival.

A fabricante espera comercializar 350 unidades por mês do utilitário e, além de atrapalhar a vida da Lifan, quer tentar fisgar alguns clientes que almejam veículos superiores, mas estão na dúvida entre uma versão de entrada ou um carro chinês completo. E para isso, como não poderia deixar de ser, a Chery aposta no preço e na vasta lista de equipamentos de série para atrair consumidores. A meta estipulada representaria um crescimento na ordem de 75% em relação ao modelo antigo, que vendeu apenas 2.052 unidades em 2012. O objetivo ainda se mostra pouco otimista, já que a Lifan promete vender 400 veículos X60 por mês em 2013. O novo Tiggo ainda vai conviver por um tempo com seu antecessor, que teve o valor alterado para R$ 47.990, até durar o estoque.



Modelo de estreia da Chery no mercado brasileiro – foi lançado em 2009 –, o Tiggo passou pela primeira plástica. E, como em todo o facelift de meia vida, a grande mudança estética se concentrou na parte dianteira. As medidas são as mesmas, mas para dar mais robustez ao SUV o capô ficou mais curto e o para-choque foi ampliado, fundindo-se à carroceria e contornando o conjunto ótico. A nova grade frontal mostra a nova identidade visual que os futuros lançamentos da Chery vão adotar. Os faróis alongados – e que poderiam ser um pouco maiores – agora trazem luzes diurnas de leds. A traseira segue as linhas adotadas na frente, mas em menor escala. As lanternas também ganharam leds, a capa do estepe foi redesenhada e ganhou o logo Chery, e o brake light agora está as extremidades do para-choque, em formato retangular.

O interior do Tiggo evoluiu, mas ainda fica muito distante dos rivais produzidos no Brasil. A cabine manteve o mesmo espaço e os materiais usados ainda pecam na qualidade. A profusão de plásticos toma conta do habitáculo com alguns detalhes metálicos. O estofamento mudou para um tom de cinza e preto, mas continua sem ar de requinte. O painel é totalmente novo, assim como o console central, volante e manopla de câmbio. O volante, agora multifuncional, recebeu detalhes em plástico com uma espécie de brilho, que também toma conta dos acabamentos das saídas de ar, alto-falantes e comandos do ar condicionado.



O Tiggo redesenhado segue o padrão de equipamentos dos carros da Chery. O SUV tem uma lista a de dispositivos de série que inclui freios ABS com EBD, airbag duplo, luzes de neblina dianteiras e traseiras, sistema de som rádio/CD/MP3/USB, rodas de liga leve de 16 polegadas, ajuste elétrico da altura dos faróis e sensores de estacionamento com indicador de distância em metros no painel. Itens como ar-condicionado, trio elétrico, direção hidráulica, volante com comandos do som e rack no teto também estão inclusos. A novidade fica por conta do espelho retrovisor, que projeta informações como bússola, altitude e pressão atmosférica –  que ajudam a estimular o “fetiche off-road” de quem compra esse tipo de veículo. Estranhamente, a Chery deixou o Bluetooth de fora.

Para mover os 1.375 kg do Tiggo, o motor mesmo 2.0 litros 16V somente a gasolina ganhou potência e agora entrega 138 cv  a 5.750 rpm – 3 cv a mais que o antecessor. Um propulsor bicombustível está em desenvolvimento, mas não é prioridade da matriz chinesa. O torque permanece de 18,2 kgfm a 4.300 rpm. Completa o conjunto a transmissão manual de cinco velocidades, que faz o Tiggo acelerar até os 100 km/h em 15 segundos e atingir 170 km/h de velocidade máxima.



Primeiras impressões

Fora de contexto

Itu/SP
– O kartódromo de Itu, no interior paulista, foi o local escolhido pela Chery para a avaliação. O motivo alegado para o teste em local tão inadequeado foi a falta de tempo para o emplacamento dos veículos que, consequentemente, não puderam sair às ruas. Ao volante, o novo Tiggo se mostrou confortável e espaçoso. É fácil achar uma melhor posição para dirigir graças aos ajustes de banco e volante. Os ocupantes dos bancos traseiros também gozam de bom espaço.

Os materiais utilizados no acabamento interno não são dos mais requintados e há um excesso de plásticos de aspecto um tanto tosco. O motorista porém, não poderá reclamar da falta de porta-trecos. Há inúmeros espalhados pelo interior do veículo.



No asfalto liso da pista de kart, a suspensão não foi muito exigida. A Chery até fez um pequeno percurso com buracos e o componente mostrou ser o ponto forte do Tiggo. Em curvas sinuosas, o carro tem estabilidade e a carroceria rola pouco.

Já na parte mecânica, o propulsor 2.0 de 138 cv se revela um tanto “preguiçoso”. Só “acorda” depois das 3 mil rpm e sofre para tirar o pesado Tiggo da inércia. Os engates do câmbio não são muito precisos. O isolamento acústico poderia ser melhor já que até em baixas rotações o ruído do motor invade a cabine e som do rádio fica em segundo plano.



Ficha Técnica

Chery Tiggo 2013

Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.971 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote. Injeção multiponto eletrônica sequencial.
Transmissão:
Manual com cinco velocidades à frente e uma a ré.
Potência máxima: 138 cv a 5.750 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 15 segundos.
Velocidade máxima: 170 km/h.
Torque máximo: 18,2 kgfm a 4.300 rotações.
Diâmetro e curso: 83,5 mm X 90 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Independente tipo McPherson, molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Independente, multilink, molas helicoidais, amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora
Pneus: 235/60 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS e EBD.
Carroceria: SUV em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,39 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,70 metro de altura e 2,51 metros de distância entre-eixos.
Peso: 1.375 kg.
Capacidade do porta-malas: 435 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Montevidéu, Uruguai.
Lançamento: 2013.
Itens de Série: Ar-condicionado, vidros e travas elétricas, direção hidráulica, travamento das portas a distância, airbags frontais, freios ABS com EBD, faróis de neblina dianteiro e traseiro, sensores de estacionamento com indicador de distância em metros no painel, sistema de som rádio/CD/MP3/USB, vidros traseiros elétricos, rodas de liga leve de 16 polegadas, ajustes do banco de motorista, de altura do farol e de posição da coluna de direção, bancos traseiros rebatíveis e indicador de consumo de combustível.
Preço: R$ 51.990.

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