O Subaru WRX está por aí desde 1990. Embora 50% da população mundial quisesse um WRX como carro de rali para usar no dia-a-dia (a outra metade são os fãs do Mitsubishi EVO), a Subaru fez dele um carro mais e mais feio a cada ano que passava. Até agora.
O WRX Concept é maravilhoso e veio para mudar essa história. Mas, antes que isso aconteça, vamos dar uma olhada no que deixamos para trás. Ou, dependendo do ponto de vista, nos deixou para trás, coberto de barro.
A história do WRX começa com o irmão mais velho do Impreza, o Legacy. Em 1989, a Subaru quebrou o recorde mundial de longa distância, cobrindo 100 mil km em 447 horas, 44 minutos e 9,887 (não 10!) segundos. Isto dá uma média de 223,33 km/h. Melhor ainda: no Japão era possível ter a versão RS, com câmbio manual de cinco marchas e o motor EJ20G de dois litros com turbo, 220 cv e 27,65 mkgf de torque. Com algumas modificações, o EJ20G se trornou o EJ20F4 e foi parar debaixo do capô do primeiro WRX.
O WRX foi apresentado em 1992, em versões sedã e perua. Ainda que tivesse um boxer 2.0 de 240 cv, os europeus tiveram que se contentar com 210 cv. Mas eles ainda ficaram melhor do que os americanos, que nunca tiveram o WRX de primeira geração. Também para o mercado doméstico japonês estava disponível a versão RA, depenada para quem quisesse construir um carro de corrida com vidros manuais, sem ABS, menos isolamento acústico, marchas mais curtas e volante Nardi.
O WRX ficou ainda mais extremo em fevereiro de 1994, quando a Subaru lançou o STI. A marca entrou no WRC com Colin McRae ao volante, que já havia provado sua habilidade ao volante de um Legacy. Os primeiros STI eram feitos a partir de WRX comuns na fábrica da Subaru. As modificações eram em sua maioria mecânicas. As modificações eram em sua maioria mecânicas — tinham 250 cv, transmissão reforçada, suspensão mais firme e, no caso da versão RA, diferencial eletromecânico.
Em 1996, o GC8D foi apresentado, com estilo atualizado e mais potência. Quando a Subaru lançou a segunda geração, até o WRX normal já tinha 240 cavalos nos carros JDM.
O visual do novo Impreza WRX, com faróis redondos — o chamado “bug eye” —, não foi unanimidade, mas com 250 cv saindo daquele boxer, os compradores esqueciam do visual rapidinho.
Outra reestilização foi feita em 2004. Como a Subaru havia vencido o WRC em 2001 e 2003, todo mundo queria Imprezas azuis com rodas douradas. O carro foi atualizado novamente em 2006, e provou mais uma vez que a Subaru tinha sérios problemas em seu departamento de estilo. O motor passou a ser o boxer 2.5, de código EJ255, com turbo, intercooler e 230 cv. O WRX agora usava rodas de 17 polegadas e ficou mais inchado.
Para 2008, a Subaru promoveu uma atualização radical no design, o deixando maior e mais alinhado com a concorrência. A marca também queria deixá-lo mais popular, com suspensão mais macia e estilo mais discreto. O carro ainda era muito rápido, com 227 cv, mas os fãs mais hardcore ficaram indignados. O STI — que causou controvérsia ao ser lançado apenas como hatchback — fez mais sucesso, embora fosse bem menos agressivo que seus antecessores.
Percebendo que um carro como o WRX, feito para lunáticos como nós, jamais deveria ser “popular”, a Subaru mexeu novamente na suspensão do modelo 2009. Eles também aumentaram a potência para 265 cv. Em 2011, a carroceria alargada do STI foi adotada também no WRX, e a marca voltou a oferecer o STI sedã.
E agora chegamos ao WRX Concept, que foi apresentado no Salão de Nova York. Pela primeira vez ele não é só um Impreza modificado. Se o modelo de produção for fiel ao conceito, ninguém mais vai poder acusar o WRX de ser manso demais.
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