21 de mar. de 2013

Teste: Fiat Strada Adventure - Morro acima

 Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
Teste: Fiat Strada Adventure - Morro acima Versão Adventure continua com boas vendas e ajuda a Fiat Strada liderar entre as picapes compactas

Na indústria automotiva, pioneirismo muitas vezes significa sucesso. A Fiat inaugurou em 2001 o conceito de picape compacta com roupagem aventureira e desde então colhe os frutos da ideia. Mesmo sem nunca ter recebido nova geração – apenas alguns “facelifts” –, a Strada Adventure continua sua excelente média de vendas. Em 2009 ela representava cerca de 40%. Hoje, a linha da picape é mais diversificada, mas mesmo assim a versão tem boa participação. São 25% das cerca de 10 mil unidades da picape vendidas pela Fiat mensalmente. E além de “bombar” as vendas da Strada, é uma versão que dá prestígio para a marca. Afinal, é um dos poucos compactos com apelo aventureiro que realmente tem um equipamento útil no fora-de-estrada – caso do bloqueio do diferencial dianteiro, batizado no modelo de Locker.

O momento atual da Strada, por sinal, não poderia ser melhor. Ela é líder entre os comerciais leves há seis anos e passa por um daqueles momentos de pura calmaria. Depois de uma leve reestilização no meio do ano passado, as vendas cresceram consideravelmente – o acréscimo foi de mais de 15%. Além disso, dois rivais, Peugeot Hoggar e Ford Courier, estão em vias de terem sua produção encerrada, enquanto o principal concorrente – a Volkswagen Saveiro – está às vésperas de sofrer um “facelift”, algo que geralmente significa uma queda nos emplacamentos antes da mudança. Muito por isso, hoje a Strada vende mais da metade do segmento de picapes compactas. Segundo a Fenabrave, o modelo da Fiat detém 50,5% do segmento. A Saveiro vem em segundo, com 29,9% de participação.



Isso mesmo com uma relativa falta de novidades na Strada. A Fiat até promoveu uma reestilização em junho de 2012, mas pouco mudou o aspecto geral da picape. A frente ganhou novos para-choques e faróis e o interior um novo rádio, volante e quadro de instrumentos. Nada realmente muito marcante. O destaque da versão Adventure continua no visual robusto, cheio de apliques plásticos que reforçam a imagem “lameira” da picape.

A parte mecânica acompanha isso. O motor é 1.8 16V, que desenvolve 132 cv a 5.250 rpm e 18,9 kgfm de torque a 4.500 giros. O destaque vai mesmo para o bloqueio do diferencial dianteiro, um opcional de R$ 1.507. Em situações de baixa aderência, ele transfere a força da roda que está patinando para outra que esteja com melhor contato no solo. A transmissão pode ser a manual de cinco velocidades ou a automatizada Dualogic Plus também de cinco marchas.

Por ser a versão top de linha dentro da gama Strada, a Adventure também vem bem equipada. Itens de conforto como ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo e trio elétrico são de série. Na parte de segurança, a picape sai de fábrica com airbag duplo, ABS e faróis de neblina. A Strada Adventure é vendida em duas configurações de carroceria: estendida e dupla. A primeira parte de R$ 48.330 e atinge R$ 55.601 quando equipada ao máximo. A mais espaçosa vale R$ 52.500 e atinge R$ 60.333 com os mesmos opcionais.



Impressões ao dirigir

Dura na queda

A Strada Adventure tem uma significativa diferença em relação à tantos outros carros com apelo aventureiro que entraram no mercado na última década: tem realmente atributos que a ajudam a se dar bem no fora-de-estrada. A suspensão é elevada e tem um ajuste mais rígido do que as outras versões da picape. Os pneus também são diferentes e aumentam a altura geral do carro. É claro que isso tudo altera o comportamento da Strada tanto na terra quanto no asfalto. Ao andar na picape, a impressão que fica é que ela se adapta muito mais ao primeiro ambiente.

A suspensão é claramente mais robusta do que a das outras versões. Mesmo que não permita uma maior capacidade de carga, muda consideravelmente a experiência na direção. Na cidade, as pancadas secas são mais comuns e, se não fosse o tamanho compacto, dá até para achar que se está a bordo de uma picape média – modelos tradicionalmente “avessos” aos pisos urbanos. O desempenho em curvas melhora com a maior rigidez do conjunto e as rolagens de carroceria são mais controladas.



Os pneus com perfil maior e a altura ao solo ajudam a superar alguns obstáculos no off-road. A Strada fica até divertida de ser guiada em terrenos de pouca aderência. Para aumentar ainda mais a aptidão “aventureira”, a picape ainda conta com o travamento do diferencial dianteiro como opcional. Nada que a transforme em um “jipe de guerra”, mas torna as idas aos sítios no fim de semana mais tranquilas.

O que não muda é o acabamento interno com muitos plásticos rígidos e pouco capricho. Volante, rádio e painel de instrumentos são novos, mas não conseguem maquiar a idade da cabine da Strada. Já o motor agrada em giros altos. A partir das 2.500 rotações, o 1.8 16V arranca bem e fornece torque em abundância para o baixo peso da picape. Abaixo desta marca, no entanto, a impressão é de um propulsor um tanto “sonado”.



Ficha técnica

Fiat Strada Adventure 1.8 16V

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.747 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira com bloqueio do diferencial com acionamento elétrico. Não oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 130 cv com gasolina e 132 cv com etanol a 5.250 rpm.
Torque máximo: 18,4 kgfm com gasolina e 18,9 kgfm com etanol a 4.500 rpm.
Diâmetro e curso:  80,5 mm X 85,8 mm. Taxa de compressão: 11,2:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com rodas independentes, com braços oscilantes inferiores e barra estabilizadora. Traseira com eixo rígido, com molas parabólicas longitudinais.
Pneus: 205/70 R15.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS de série.
Carroceria: Picape em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,45 metros de comprimento, 1,74 m de largura, 1,64 m de altura e 2,75 m de distância entre-eixos.
Peso: 1.168 kg.
Capacidade da caçamba: 830 litros.
Tanque de combustível: 58 litros.
Produção: Betim, Minas Gerais.
Itens de série: Ar-condicionado, bancos com detalhes da versão, bússola e inclinômetro, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de neblina, airbag duplo e ABS com EBD, rodas de liga leve de 15 polegadas, suspensão elevada, trio elétrico e volante com regulagem de altura.
Preço: R$ 48.330.
Opcionais: Banco do motorista com regulagem de altura, volante em couro com comandos do rádio, teto solar, sensor de chuva e luminosidade, rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth, bancos revestidos parcialmente em couro e bloqueio do diferencial dianteiro.
Preço completo: R$ 55.601.







Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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