7 de mar. de 2013

PEDÁGIO POR TRECHO PERCORRIDO PODE SER EXPANDIDO PARA TODO O PAÍS

Tecnologia que democratiza o pagamento de pedágio utiliza sistema simples e que demanda pouca adaptação; motoristas paulistanos participam de testes

Pórtico do Sistema Ponto a Ponto (Foto: Artesp/Divulgação)
Há cerca de um ano, os motoristas paulistanos que transitam por determinados trechos de rodovias do estado podem fazer parte de um experimento inédito no país que busca democratizar o pagamento de pedágio.
Batizado de Sistema Ponto a Ponto, o projeto prevê a instalação de sensores ao longo das vias e em carros (nesse caso, chamados de tags) que se comunicam ao longo da viagem.
Tag do Sistema Ponto a Ponto (Foto: Artesp/Divulgação)
O objetivo da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) é se diferenciar da cobrança tradicional em cabines de pedágio para que os motoristas desembolsem apenas o valor referente ao percurso que utilizaram. “Esse foi um projeto muito pioneiro e evoluímos em tecnologia e funcionamento para oferecer novos serviços ao usuário”, afirma Giovanni Pengue, coordenador do Sistema Ponto a Ponto. Apesar de utilizar a mesma tecnologia de serviços como Sem Parar, Auto Expresso e Conect Car, o projeto se diferencia por ser pré-pago. “Naquela época não havia concorrência para o sistema e propusemos um novo tipo de cobrança. Apesar de o Brasil ser muito acostumado com o formato pré-pago, nas rodovias isso ainda não existia”, completa.
Inicialmente, o sistema foi instalado em um trecho da rodovia SP-075, que liga Campinas a Sorocaba. O percurso possui sete pontos de cobrança que totalizam R$ 12,40. O objetivo é testar o modelo atendendo a reivindicações de moradores de nove bairros que eram isolados das regiões centrais das cidades pela rodovia. Mesmo quando esses moradores precisavam percorrer trechos de pouco mais de 5 km, eram obrigados a pagar a mesma quantia cobrada por quem viaja dezenas de quilômetros. “A gente teve adesão superior ao esperado, o que é muito bom por se tratar de um projeto totalmente voluntário”, explica Pengue.
Rodovia SP075 km 55 Trecho Indaiatuba (Foto: Artesp/Divulgação)
Produzido para o Brasil
O sistema foi baseado em uma iniciativa que já está implantada em rodovias italianas, canadenses e australianas, porém passou por modificações para que atendesse melhor às características das vias brasileiras. “Na Itália, todos os acessos às rodovias são controlados e nesses casos é muito mais fácil implantar o projeto.”, conta Pengue. Como as rodovias brasileiras possuem muitas entradas, os sensores tiveram que ser estrategicamente posicionados ao longo do trecho.
Atualmente, o Sistema Ponto a Ponto foi ampliado para as rodovias SP-360 (entre Itatiba e Jundiaí) e SP-340 (entre Campinas e Mococa, município que faz divisa com Minas Gerais). O projeto adaptou as atuais cabines de pedágio para que elas possam atender tanto aos motoristas que aderiram ao sistema quanto aos que pagam da maneira tradicional.
O que é o SINIAV?
É um sistema de identificação automática de veículos que está em fase de implantação. Até 2014, todos os veículos da frota nacional serão obrigados a portar uma tag que contém informações necessárias para que o Governo Federal possa fiscalizar pagamentos de tributos, inspeções ambientais e evitar roubos e furtos de veículos e cargas.
 A tecnologia escolhida para equipar os sensores é baseada em padrões norte-americanos, mas desenvolvida completamente no Brasil e com baixos custos. As tags instaladas nos veículos são as mesmas que serão utilizadas pelo sistema SINIAV, que está sendo implantado pelo Governo Federal e servirá para monitorar informações como licenciamento, inspeção veicular e IPVA. Assim, os motoristas que possuírem a tag do SINIAV poderão utilizar o Sistema Ponto a Ponto com a mesma tecnologia, caso desejarem.
O Sistema Ponto a Ponto ainda pode resultar em benefícios ambientais, de segurança e conforto para os passageiros. Os motoristas que aderiram ao sistema podem passar pelos pontos de cobrança sem reduzir a velocidade para pagar. Como a retomada de giro do motor é menor, há também redução na emissão de gases. Além disso, a adesão tende a diminuir as significativas filas que se formam em dias de grande movimento nas cabines de pedágio. Por consequência, as chances de ser assaltado durante um engarrafamento na rodovia também diminuem.
Rodovia SP075 km 67 Trecho Campinas (Foto: Artesp/Divulgação)
O técnico da Artesp afirma que o sistema é seguro, mas deve passar por “evoluções gradativas” para evitar violações. Apesar de o projeto ainda estar em estudo e só estar disponível para quem mora próximo aos trechos com sensores, é possível que seja expandido para outros Estados por utilizar uma tecnologia que será padrão em todo o país. Para isso, no entanto, algumas atualizações precisam acontecer. “O sistema necessita de uma redução de custo e as operadoras devem incentivar os usuários a aderirem à arrecadação eletrônica”, afirma Pengue.
Assista ao vídeo abaixo que explica o Sistema Ponto a Ponto:

Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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