21 de fev. de 2013

Teste: Iveco Stralis - Carga pesada

 Fotos: Michael Figueredo/Carta Z Notícias
Teste: Iveco Stralis - Carga pesada Na estrada, Stralis mostra seus atributos para crescer no mix de vendas da Iveco

por Michael Figueredo
Auto Press


Quando a Iveco apresentou a nova geração do Stralis, no ano passado, deixou claro que a relação custo/benefício do caminhão seria o principal argumento de vendas.
O modelo chegou ao mercado sete meses após a entrada em vigor do Proconve P7 – norma que definiu o atual patamar de emissões de poluentes –, quando a maioria dos concorrentes entre os pesados já havia sido renovada. Ainda assim, a aposta na equação “preço competitivo com baixo custo operacional” acabou dando certo. O Stralis é o segundo modelo mais importante de toda a gama Iveco, responsável por 21% das vendas totais da fabricante – dois pontos percentuais acima da versão anterior –, abaixo apenas da linha Daily, de comerciais leves. Segundo dados da empresa, o pesado teve 3.215 unidades comercializadas, o que garante ao cavalo mecânico uma participação de 9% no segmento onde atua, dos pesados.

A renovação do Stralis foi apenas com relação aos motores. A “embalagem” continuou a mesma, mas a gama recebeu novas opções. O modelo brasileiro foi o primeiro no mundo a usar o Cursor 9, motor da FTP com 9.0 litros. A divisão da Fiat que fornece propulsores para a Iveco configurou a unidade de força para gerar 330 cv e 360 cv, e com tração 4X2 ou 6X2. Os dois níveis de potência equipam as versões de entrada. As demais são movidas pelo Cursor 13, com 410 cv, 440 cv ou 480 cv, nas configurações 4X2, 6X2 e 6X4.



O modelo avaliado foi o de 410 cv, com tração 6X2. A transmissão é automatizada e tem 16 marchas. É de série em todas as versões com motor de 13 litros. O controle não requer o uso de alavanca. Os comandos são feitos por botões no painel do cavalo mecânico. Outros itens, como os freios ABS, com ajustador de folga automático e sensor de desgaste das lonas em todos os eixos, e tanque de combustível em alumínio são de série a partir desta configuração.

Por dentro, o Stralis não tem requinte. Inclusive, segundo a própria Iveco, luxo não é o foco do modelo. Ainda assim, as vidas do motorista e de um eventual auxiliar são melhoradas com alguns itens de conforto oferecidos de série a partir da versão de 410 cv. Na lista, estão o ar-condicionado, banco do motorista pneumático com ajuste lombar, vidros elétricos, e coluna de direção ajustável também com sistema pneumático.

Para 2013, a Iveco espera que o Stralis alcance o patamar de 27% das vendas totais da marca. A julgar pelo desempenho do mês de janeiro, a fabricante pode aguardar bons resultados no ano. Foram 107 unidades contra 67 em dezembro de 2012. No segmento em que o cavalo mecânico disputa, a Iveco pretende alcançar ousados 20% de participação neste ano. Uma pesada carga de responsabilidade para o Stralis.



Cortando o estradão

Itanhaem/SP - Entrar a bordo de um caminhão é uma experiência, no mínimo, instigante. Ao menos para quem sobe à boleia pela primeira vez. Embora a Iveco tenha instalado escadas com amplos degraus e alças para ajudar durante a subida, entrar no Stralis exige certa prática. Lá dentro, a quantidade de botões não é surpresa, mas assusta inicialmente. São muitos, incluindo os do câmbio automatizado, que não possui alavanca. Os tradicionais modos D N e R – drive, neutro e ré – são acionados por teclas no console central. No entanto, após uma breve explicação, dirigir o caminhão não parece uma missão tão complicada.

Dentro da cabine há espaço de sobra para o motorista e um passageiro. Além disso, o teto elevado permite que um adulto com estatura de 1,80 m fique de pé com tranquilidade. Um ponto que merece destaque é a facilidade de ajustes dos assentos. O motorista conta ainda com diversas configurações para o posicionamento do volante. Com tudo pronto, hora de pegar a estrada. A viagem tem início em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, com destino a Peruíbe, Litoral Sul do estado, ao longo das rodovias Anchieta, Imigrantes e Padre Manuel da Nóbrega. Mesmo com um implemento carregado com 25 toneladas de minério de ferro acoplado ao cavalo mecânico, os 410 cv do motor parecem não se esforçar para ganhar velocidade.

O ajuste da suspensão também segura a cabine, que quase não balança, mesmo nos sinuosos trechos da Serra do Mar – até no uso fora da estrada, aplicação para o qual o Stralis não é indicado, a cabine se mantém equilibrada. O câmbio possui a opção de transmissão semiautomática. Desta forma, a marcha fica reduzida e, na descida, o freio motor entra em ação. “Quando usamos o freio motor, todo o sistema de frenagem é economizado, principalmente as lonas. É possível descer toda a serra em pisar no freio uma única vez”, explica o instrutor técnico e piloto de testes da Iveco, Tarcísio Filippetto. E o Stralis confirmou a afirmação ao cumprir todo o trecho de descida utilizando o mecanismo – fator que contribui na redução do custo operacional do caminhão.








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