14 de fev. de 2013

Teste: Honda Accord – Sem fugir à luta

Fotos: Divulgação
Teste: Honda Accord – Sem fugir à luta
Honda faz profundo facelift na linha 2013 do Accord para voltar a disputar o segmento dos sedãs médios-grandes

por Michael Figueredo
Auto Press
com Héctor Mañón
do AutoCosmos/México

A popularidade do Honda Accord no mercado global é inquestionável. Após 37 anos de produção, o sedã médio-grande é um dos que contam com maior história entre os carros ainda “vivos” no mundo. Porém, a concorrência ficou mais forte, o que elevou o nível do segmento. E o modelo precisou se modernizar.
A chamada nona geração, que deve vir também para o Brasil, na prática, é um profundo facelift realizado no modelo da oitava. Combina novos elementos estéticos e, apesar de uma pequena redução nas dimensões, oferece mais espaço interno. A fabricante japonesa também mexeu nos motores, que continuam os mesmos, mas reconfigurados para entregar um leve incremento de potência e devolver a competitividade do sedã.
 
O Accord 2013 mantém a mesma plataforma do antecessor. As transformações no carro, no entanto, permitem dizer que o sedã foi bastante renovado. O carro está mais curto e a altura também diminuiu, embora a largura tenha aumentado. O câmbio CVT – automático com relações continuamente variáveis –, substitui a transmissão automática de cinco velocidades. A versão testada no México foi a “top” EXL L4, equipada com um motor 2.4 litros – o primeiro Honda de quatro cilindros a receber injeção direta –, que entrega 185 cv e 25 kgfm de torque. Há ainda a opção de um motor V6 de 3.5 litros na variante mais equipada. A suspensão frontal passa a ser do tipo McPherson, que toma o lugar da Double Wishbone. A Honda jura que a decisão foi apenas para reduzir o peso do carro, mas é difícil não imaginar que a diminuição dos custos não pesou na escolha. Na traseira, o Accord usa multilink.
 
 
Entre os equipamentos de segurança, estão os airbags frontais, laterais e de cortina. O sedã conta ainda com os tradicionais ABS, controles de tração e estabilidade, sensores de estacionamento e câmara de ré, disponível apenas na versão topo da linha.
 
O interior do Accord está mais recheado. O console central apresenta uma grande tela de LCD de oito polegadas na parte superior. O monitor exibe algumas funções, como as do sistema de áudio, que inclui rádio, cd, usb e conexão via Bluetooth. Há ainda outro mostrador, pouco abaixo do maior, com tela sensível ao toque de cinco polegadas, que mostra funções do telefone e dados de navegação. Outros itens mais comuns, como trio elétrico e ajustes elétricos dos assentos, bem como teto solar e revestimento de couro para o volante também estão presentes.
 
O Accord nunca registrou grandes volumes de vendas no Brasil, mas a alta de até 30 pontos percentuais no IPI para importados, em vigor desde o final de 2011, prejudicou o desempenho do sedã médio-grande da Honda no mercado nacional. Trazido do Japão, o modelo deixou, em meados de 2012, de ser importado regularmente para ser trazido ao país apenas sob encomenda – tem alta cotação entre os altos executivos de multinacionais orientais. O carro chegou ao Brasil em 1992, em sua quarta geração, e, desde então, vendeu oficialmente pouco mais de 16 mil unidades do modelo por aqui. Apesar disso, a movimentação da concorrência, com renovados Chevrolet Malibu e Nissan Altima a caminho do Brasil e outros como o Volkswagen Passat e o Ford Fusion já disponíveis no mercado nacional, é de se esperar que o Accord volte ao país. Mesmo que o alto preço – no México, custa cerca de US$ 30 mil, o equivalente a R$ 60 mil – soe como uma “nota desafinada” para o consumidor local.
 
 
Primeiras impressões
 
Bela melodia

por Héctor Mañón
AutoCosmos/México
exclusivo para Auto Press
 
Cidade do México/México – Se há uma coisa que o Accord não perde é a performance dinâmica. O modelo 2013 é ágil, sólido e muito bem equilibrado. A alteração da suspensão dianteira não alterou a estabilidade do sedã da Honda, que continua impecável nas curvas e na absorção de impacto. O motor de quatro cilindros, acoplado ao câmbio CVT, transformou-se em uma agradável surpresa. O conjunto tem excelente capacidade de resposta e a transmissão é das melhores.
 
Conforto não falta. O Accord segue bem a premissa de que sedãs médio-grandes devem ser confortáveis. Três adultos não teriam problemas para viajar no banco traseiro. O interior mostra também coisas intrigantes, como a decisão da Honda de introduzir duas telas. Visualmente é agradável, mas do ponto de vista da ergonomia e da funcionalidade não tem absolutamente qualquer efeito benéfico. É um tanto confuso olhar para duas telas sem saber onde procurar o que se precisa.
 
O motor empurra tranquilamente os 1.529 kg do sedã, que ficou mais leve que o modelo anterior. Tanto que, mesmo se tratando de um carro familiar, o desempenho convida para uma condução menos comedida. São 185 cv de potência, que aliados aos 25 kgfm de torque, deixam o Accord forte o bastante para voltar a ser referência no segmento.
 


Ficha técnica
 
Honda Accord 2013 EXL 2.4
 
Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 2354 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e duplo comando do cabeçote. Injeção direta e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático do tipo CVT. Tração dianteira.
Potência máxima: 185 cv a 6.400 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 7,4 segundos.
Velocidade máxima: 209 km/h.
Torque máximo: 25 kgfm a 3.900 rpm.
Diâmetro e curso: 87,0 x 9,09 mm. Taxa de compressão: 9,7:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira do tipo multilink, com molas helicoidais e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 205/65 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. 
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,86 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,47 m de altura e 2,78 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.529 kg.
Capacidade do porta-malas: 447 litros.
Tanque de combustível: 78 litros.
Produção: Sayama, Japão.
Lançamento mundial da atual geração: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado automático, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, direção elétrica, trio elétrico, faróis de neblina, luzes diurnas em led, volante com regulagem de altura e profundidade, ESP, ABS, EBD, airbags frontais, laterais e de cortina, EBA, rádio/MP3/USB/iPod/AUX/Bluetooth, câmera de ré, controle de cruzeiro adaptativo, sensores de estacionamento traseiros. 
Preço: US$ 30 mil, o equivalente a R$ 60 mil
 






Fonte: Motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
Comente está postagem.

Nenhum comentário: