Versão Essence é a que melhor exemplifica a nova fase mais racional do Fiat Punto
por Rodrigo Machado
Auto Press
Pode-se dizer que o Punto andou em direção à racionalidade de um ano para cá. O modelo da Fiat sempre brigou no segmento de compactos superiores, que reúne modelos bem acabados e com bom nível de equipamentos, mas sem apresentar um custo/benefício muito atraente.
Mas,
desde a reestilização que a linha sofreu no meio do ano passado, o
hatch se tornou uma compra muito mais sensata. E a versão Essence é a
que melhor evidencia isso. Em 2011 custava R$ 47.350 e atingia R$ 62.180
quando completa. Hoje é mais equipada de fábrica, mas parte de R$
42.590 e chega a R$ 55.712 quando “armada” ao máximo.por Rodrigo Machado
Auto Press
Pode-se dizer que o Punto andou em direção à racionalidade de um ano para cá. O modelo da Fiat sempre brigou no segmento de compactos superiores, que reúne modelos bem acabados e com bom nível de equipamentos, mas sem apresentar um custo/benefício muito atraente.
O melhor custo/benefício do Punto foi rapidamente reconhecido e absorvido pelo mercado. Tanto é que as vendas saltaram depois do face-lift. Se antes ficavam na média de 2.700 exemplares mensais, hoje já batem quase nas 5 mil unidades. Desas forma, o modelo da Fiat lidera com folgas o seu segmento, à frente de Citroën C3, Ford New Fiesta, Chevrolet Sonic e do veterano Volkswagen Polo – que, em 2002, inaugurou o nicho de compactos superiores nacionais.
Mas as alterações realizadas pela Fiat no ano passado não se restringiram à rearrumação dos preços. As versões também foram atualizadas. A Essence 1.8 desapareceu. Agora, a linha está bem mais organizada. A de entrada é a Attractive 1.4, a intermediária é a Essence 1.6, a “esportivada” é a Sporting 1.8 e o real esportivo é o T-Jet 1.4 Turbo. Ou seja, cada motor com uma versão. Mais simples, impossível.
Em termos de alterações estéticas, as principais foram destinadas ao interior. A cabine ganhou apliques de plástico emborrachado semelhantes aos usados no Bravo. O painel de instrumentos também é novo e é rodeado por dois círculos pronunciados que parecem copos. Do lado de fora, as mudanças foram mais pontuais. Na frente, o hatch ganhou a identidade da Fiat por aqui com direito ao “bigodinho” do 500. O para-choque também é novo e conta com um grande aplique de plástico preto que abriga as luzes de direção nas extremidades. De lado, tudo igual – apenas as rodas são diferentes. Atrás, mais sutilezas. As lanternas ganharam luzes de led e o para-choque combina com o da frente, com um grande pedaço sem pintura, com revestimento em plástico preto. O visual, por sinal, é derivado do Punto Evo, vendido na Europa entre 2009 e 2012, mas que não agradou muito por lá.
Em termos mecânicos, a única mudança foi no câmbio automatizado Dualogic. Ele ganhou a atualização mais recente e ainda recebeu a alcunha “Plus”. Na prática, ele adicionou duas funções importantes. A primeira é a “creeping”, que faz o carro andar assim que se tira o pé do freio – como nos modelos com câmbio automático. A outra, o impronunciável “auto-up shift abort”, serve para impedir que o sistema troque de marcha quando o motorista está acelerando o máximo possível. No resto, o motor 1.6 16V continua a desenvolver 115/117 cv a 5.500 rpm e torque máximo de 16,2/16,8 kgfm a 4.500 giros. Conjunto capaz de levar o carro de zero a 100 km/h em 10,3 segundos e à velocidade máxima de 184 km/h.
Em termos de equipamentos, o Punto também está melhor recheado. O Essence já vem de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, faróis de neblina, chave canivete com telecomando, airbag duplo e freios com ABS. A lista de opcionais adiciona itens como rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth, sensor de estacionamento traseiro e teto solar elétrico. Tudo isso por R$ 42.590. O câmbio automatizado Dualogic Plus adiciona R$ 2.285 à conta – e ainda mais R$ 292 pelas charmosas borboletas para trocas de marcha manuais no volante.
Ponto a ponto
Desempenho – Existe potência e torque suficientes no motor 1.6 16V para dar um comportamento interessante ao Punto Essence. O problema é que a força do propulsor parece só surgir em giros médios. Abaixo de 2.500 giros o desempenho é muito “murcho” e realmente deixa a desejar. Só quando se passa dessa marca que o carro responde com mais vitalidade e entrega o desempenho esperado de um compacto com motor 1.6. O câmbio Dualogic teve evoluções notáveis desde a sua primeira aparição, mas ainda dá trancos demais nas trocas de marcha. Nota 7.
Estabilidade – O Punto é um dos carros mais equilibrados de sua categoria. A plataforma deixa o compacto bem assentado no chão e a suspensão com calibração intermediária controla as adernações da carroceria. Os pneus não são os mais indicados para uma tocada mais ousada, mas dão conta do recado. Nota 8.
Interatividade – A versão testada contava inclusive com borboletas atrás do volante para trocas de marcha. Além disso, o Dualogic Plus se mostrou um câmbio muito mais amigável, principalmente na hora de estacionar graças à função “creeping”. No resto, destaque para o excelente volante de couro que, além de bem acabado, tem ótima pegada. O rádio também é interessante, cheio de funções, mas com funcionamento simples. Nota 8.
Consumo – O InMetro só testou uma versão do Punto, o Attractive 1.4. O computador de bordo do Essence marcou média de 7,9 km/l de etanol em consumo misto. Nota 7.
Tecnologia – O motor do Punto é recente, mas oferece desempenho apenas satisfatório. A transmissão automatizada ganhou atualizações e melhorou, mas ainda não está ideal. A versão Essence vem bem equipada de fábrica, com direito a airbag duplo, ABS, ar-condicionado, direção hidráulica e trio elétrico. Nota 7.
Conforto – Espaço interno não é o forte de nenhum compacto. E o Punto não foge a regra. Há lugar para quatro adultos com conforto, mas nada muito além disso. Os bancos não tem revestimento de couro, mas contam com uma espuma com densidade correta que segura bem os corpos nas curvas. A suspensão é competente na tarefa de suavizar a buraqueira das cidades. Nota 7.
Habitabilidade – Os projetistas do painel do Punto não são muito chegados a porta-objetos. Existe apenas um porta-copos na frente da alavanca de câmbio que pode receber itens pessoais. O compartimento acima das saídas de ar é pouco prático. O porta-malas leva 280 litros, bem de acordo com o segmento. Nota 6.
Acabamento – É a principal evolução do Punto na reestilização do meio do ano passado. O painel ganhou um grande aplique de material emborrachado na parte central e melhorou drasticamente o aspecto geral do interior do compacto. O volante com revestimento em couro – item opcional – também se destaca. Nota 8.
Design – O face-lift de 2012 foi discreto no exterior do Punto. Mudaram para-choques dianteiro e traseiro, lanterna e outros pequenos detalhes. Foi uma espécie de rejuvenescida ligeira em um visual que já agradava. Nota 7.
Custo/beneficio – A versão Essence é a com o melhor custo/benefício da gama do Punto. Agrega um motor 1.6 com desempenho interessante a uma lista de equipamentos completa, por um preço de R$ 42.590. Na lista de opcionais, itens como sistema de entretenimento e sensor de estacionamento traseiro são os mais importantes. O câmbio Dualogic aumenta R$ 2.285 à conta inicial de R$ 42.590 e adiciona uma dose de conforto. Na concorrência de compactos superiores, os únicos que tem transmissão automática ou automatizada são o Chevrolet Sonic, o Citroën C3 e o Volkswagen Polo I-Motion, ambos consideravelmente mais caros que o Punto. Nota 8.
Total – O Fiat Punto Essence Dualogic Plus somou 73 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Sedução em detalhes
É preciso um par de olhos treinados para notar as diferenças externas do novo Punto em relação ao anterior. As modificações realmente foram pequenas, apenas o suficiente para dar algum ar de novidade ao carro. O mesmo não se pode dizer do interior. O trabalho da Fiat no acabamento de seu compacto é realmente notável. O aplique de plástico emborrachado na parte central do painel lembra muito o do Bravo, modelo maior na linha da fabricante italiana. O resto acompanha a boa sensação – inclusive o belo volante que tem ótima pegada. A cabine bonita e bem acabada é importante em um segmento que a percepção de qualidade impera.
Em movimento, é fácil perceber que a Fiat praticamente não alterou a mecânica do Punto. O que significa que o comportamento dinâmico se manteve – para o bom e para o mal. O motor 1.6 16V continua “preguiçoso” em rotações baixas. É preciso paciência para levá-lo a giros médios e altos quando ele, de fato, mostra um desempenho animador.
Já o equilíbrio em curvas se manteve. O Punto sempre foi um carro bem acertado em termos de suspensão e a reestilização não mudou isso. É claro que não chega a ser um esportivo, mas está longe de ser um carro “molenga”, avesso às estradas sinuosas. O conforto ao rodar também foi preservado O conjunto de suspensão absorve com bastante competência as imperfeições das estradas.

A grande mudança ficou restrita ao câmbio automatizado Dualogic. E a adição do “Plus” ao fim do nome realmente se justifica. Não é que ele se tornou uma transmissão agradável de ser utilizada no dia-a-dia, mas quando se compara com as primeiras gerações do Dualogic, é uma evolução e tanto. As trocas continuam bruscas, com trancos, mas ficaram minimamente mais suaves. O uso em baixas velocidades, na hora de estacionar, por exemplo, está bem melhor. A função “creeping” conserta uma falha clássica dos carros equipados com a transmissão, que eram difíceis de estacionar – principalmente em ladeiras. Nas estradas, quando a opção é por uma tocada mais ousada, as borboletas atrás do volante ajudam e conseguem imprimir uma sensação maior de esportividade ao hatch.
Ficha técnica
Fiat Punto Essence 1.6 16V Dualogic Plus
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando simples de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automatizado de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 115 cv com gasolina e 117 cv com etanol a 5.500 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 10,5 segundos com gasolina 10,3 s com etanol.
Velocidade máxima: 181 km/h com gasolina e 184 km/h com etanol.
Torque máximo: 16,2 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol a 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 77 mm X 85,8 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços oscilantes fixados em subchassi, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados e barra estabilizadora. Traseira com rodas semi-independentes, com barra de torção, barra estabilizadora integrada e amortecedores hidráulicos pressurizados. Não oferece controle de estabilidade.
Pneus: 195/55 R15.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS com EDB.
Carroceria: Hatch em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,06 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,49 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.210 kg.
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Betim, Brasil.
Lançamento no Brasil da versão: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado, apoios de cabeça com regulavem de altura, banco do motorista com regulagem de altura, chave canivete com telecomando, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de neblina, airbag duplo, freios com ABS e EBD e trio elétrico.
Preço: R$ 42.590.
Opcionais: Banco traseiro bipartido, câmbio Dualogic Plus, rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth, sensor de estacionamento traseiro, teto solar, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de chuva e luminosidade, borboletas para trocas manuais de marcha atrás do volante, cruise control e volante de couro com comandos do rádio.
Preço completo: R$ 55.712.
Fonte: Motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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Um comentário:
Excelente reportagem, o carro está notavelmente melhor e mais bem acabado e o dualogic plus está realmente melhor. Em relação custo x beneficio é a melhor opção entre a categoria de automático x automatizado sem dúvidas.
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