Novo Lexus LS 460 L chega ao Brasil em novembro com novo visual e o melhor da tecnologia mundial
Novidade é valor. Entre os automóveis, quanto mais sofisticado é o
segmento de atuação, maior é a necessidade de novos recursos. O Lexus LS
460 L é um exemplo emblemático disso. O modelo acaba de ganhar o estilo
L-Finesse, caracterizado pela enorme grade em formato de ampulheta e
que progressivamente vem sendo adotado pelos modelos da marca japonesa.
Em um outro caso, a alteração poderia até ser classificada como um
simples “face-lift”, já que em relação ao modelo lançado em 2006, foram
mantidas características fundamentais, como trem de força, plataforma,
portas e vidros. Mas em um nicho como o de sedãs grandes de luxo, as
coisas não são tão simples.
Mais que ter o visual externo “sacudido”, o sedã japonês foi totalmente reformulado por dentro e recebeu inúmeras alterações e melhoramentos. Das 6 mil peças do modelo, nada menos que 3 mil foram mudadas – contabilizando-se, claro, cada parafuso. O fato é que o novo sedã LS 460 L, que vai passar a ser vendido no Brasil em novembro próximo, embarcou o nível de tecnologia e sofisticação exigido nos melhores sedãs de luxo do mundo. Há um evidente abuso na introdução de recursos eletrônicos no modelo topo de linha da Lexus, divisão de carros de luxo da Toyota. Principalmente em relação aos itens de segurança, como o sistema que compensa de alterações de trajetória e o monitor de detecção pré-colisão, que pode até acionar os freios em casos extremos. Este sistema é capaz de evitar colisões ou atropelamentos em velocidades até 40 km/h. Ele também “prepara” o LS para a iminência de um impacto traseiro, como aprontar o apoio de cabeça para evitar o efeito chicote na coluna do ocupante.
Outros recursos de monitoramento do entorno do veículo também foram bastante evoluídos. Caso do sistema que detecta aproximações transversais, úteis em saídas de vaga sem visibilidade. Ou os sensores de ponto cego nos retrovisores e o sofisticado sistema de visão noturna. A partir de câmaras estéreo instaladas no para-brisa, um radar detecta e alerta para a presença de pessoas além dos limites de alcance dos faróis. A iluminação também recebeu um criativo e interessante recurso, batizado de Adaptative High Beam, em que um conjunto de palhetas dentro do canhão de luz cria uma área de sombra que evita que o carro em sentido contrário seja atingido pelo facho do farol.
Pelo lado da tecnologia mais “bruta”, o sedã de grandes proporções – são 5,18 metros de comprimento – traz sob o capô uma verdadeira usina de força. O motor 4.6 litros V8 com quatro válvulas por cilindro rende 347 cv de potência e 46,4 kgfm de torque. Ele tem duplo comando no cabeçote variável na admissão e escape. O propulsor é gerenciado por um câmbio automático de oito velocidades com modo sequencial. Em algumas versões, ele pode trazer borboletas no volante. No caso da que vem para o Brasil, que tem entre-eixos alongado, as mudanças devem ser feitas diretamente na alavanca de câmbio.
A versão que a Lexus do Brasil decidiu importar deixa outros recursos interessantes de fora, em nome de um preço mais palatável. Ou, no mínimo, menos assustador. Caso da suspensão a ar. Quando vem com o sistema pneumático, o LS passa a dispor de cinco diferentes configurações para direção, suspensão e resposta do motor: Eco, Comfort, Normal, Sport S e Sport S+. Já a suspensão mecânica dispõe apenas dos modos Snow, Normal e Power, que alteram somente a resposta do motor e o peso da direção.
Como em qualquer limusine, uma atenção especial é dedicada ao sujeito sentado no banco de trás. O entre-eixos de 3,09 metros é aproveitado para criar um espaço privilegiado. Através de comandos elétricos no console entre as duas poltronas traseiras, o ocupante do banco do lado direito pode reclinar o encosto, elevar um apoio de pernas e avançar o banco à frente para criar um espaço comparável ao de uma classe executiva de avião. Além disso, o interior do sedã da Lexus dispõe dos confortos e refinamentos comuns aos modelos da classe, como ar-condicionado de quatro zonas, acabamento em couro e em madeira, teto solar e som de alta fidelidade, entre muitos e muitos outros recursos.
O modelo que virá para o Brasil ainda não está totalmente configurado. É certo, porém, que será o modelo longo, com os recursos no banco traseiro para se tornar um típico carro conduzido por motorista e utilizado por altos executivos. Não é à toa que a Lexus não tem grandes expectativas de vendas em relação ao modelo. A média esperada é em torno de quatro unidades por mês para o modelo e 20 para todos os modelos da marca. Por enquanto, as vendas serão feitas na única concessionária da marca, localizada na Zona Sul de São Paulo. Próximo do maior centro financeiro do país e onde há maiores possibilidade de encontrar consumidores dispostos a pagar os R$ 615 mil previstos por um LS 460 L sem opcionais.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor V8 empurra as quase duas toneladas do LS 460 L com bastante facilidade. E o câmbio de oito marchas sempre encontra o regime de giros que melhor disponibiliza o bom torque com mudanças quase imperceptíveis, já que as relações são muito próximas. Arrancadas, acelerações e retomadas são realizadas com extrema naturalidade e sem esforço aparente. A Lexus decidiu adotar um padrão de comportamento mais agressivo em seus modelos. Por isso, as respostas ganharam em velocidade sem, no entanto, deixar o carro muito reativo para evitar desconfortos. O modelo testado, um Lexus LS 460 L vendido no mercado norte-americano, cumpre o zero a 100 km/h em 5,7 segundos e tem máxima limitada eletronicamente a 130 milhas/h, algo próximo de 210 km/h. Números satisfatórios, mas não impressionantes. Nota 9.
Estabilidade – O
comportamento do Lexus é absolutamente equilibrado. A suspensão padrão,
com amortecedores e molas, neutraliza bem os efeitos da aceleração
lateral. A rolagem é minimizada ainda pelo uso de materiais mais leves
na suspensão, como braços e travessas em alumínio. A grande distância
entre-eixos, de 3,09 metros, dá enorme competência ao sedã para desenhar
curvas de raio longo. Nas mais fechadas, a ajuda vem da nova
configuração do conjunto, mais rígido. Como se trata de um sedã de luxo,
a ideia é evitar os sustos e desconfortos. Por isso, o trabalho em
conjunto dos sistemas eletrônicos do carro – controle de tração,
controle de estabilidade e gerenciador dinâmico integrado – é manter
sempre as reações do modelo sob controle. Nota 9.
Interatividade – No
interior foi onde ocorreram a maiores transformações no LS. E o maior
ganho foi mesma na interatividade. O motorista tem ajustes de banco e
volante elétricos e todos os comandos ao alcance das mãos. Seja através
do volante multifuncional, seja pelo prático sistema Remote Touch
Interface, uma espécie de mouse que facilita a navegação pela tela
superwide de 12,3 polegadas instalada na parte central do tablier. A
lógica de manipulação não é inicialmente simples e exige certa
familiaridade, mas logo se torna uma extensão da mão do motorista. Não
havia no modelo avaliado o sistema de trocas no volante, que seria
desejável em um câmbio de oito marchas com modo sequencial. Nota 8.
Consumo – A Lexus
garante que o LS 460 L consegue alcançar um consumo de 9,5 km/l,
enquanto seus rivais equivalentes – Mercedes-Benz Classe S, BMW Série 7,
Audi A8 e Cadillac XTS – cumprem uma média em torno de 8,5 km/l.
Durante o teste, basicamente feito em ciclo rodoviário, em que o LS foi
razoavelmente exigido, o computador de bordo apontou a média de 8,6
km/l. O InMetro não tem medição oficial para o modelo. Nota 7.
Conforto – Atingir a
excelência neste quesito é um dos principais objetivos de modelos de
luxo de grande porte. Por isso, cada pequeno detalhe é pensado. Por
exemplo: as rodas de liga leve com câmaras internas. Elas se comunicam
com o interior do pneu e funcionam como reservatório de expansão. Quando
a roda atinge alguma irregularidade do solo, a pressão é aliviada
através de pequenas passagens, o que reduz a reação na roda e aumenta o
conforto acústico. Mais que engenhosidade, porém, o Lexus recorre mesmo
às “commodities” do luxo e da tecnologia. O interior tem quatro lugares
muito bem definidos e traz ar digital de quatro zonas, bancos
climatizados – com aquecimento e resfriamento – com leitura de
temperatura na pele dos ocupantes, isolamento acústico e sistema de som
de primeira linha, teto solar, cortinas elétricas, bancos com ajustes
elétricos, etc. Nota 10.
Tecnologia – O novo
LS 460 L recebeu uma série de recursos que buscam atualizá-lo diante da
feroz concorrência de sedãs de luxo. As principais novidades foram em
itens de segurança. Casos do Advanced Pre-Crash Safety, sistema de
prevenção de colisões capaz de acionar os freios de forma autônoma, e do
Lane-Keeping, que compensa situações que provocariam desvios de
trajetória, como inclinações na pista ou ventos laterais. Mas estão lá
os airbags frontais, laterais dianteiros e traseiros, de cortina e até
um antimergulho, sob o assento traseiro direito, para evitar que o corpo
do ocupante escorregue, caso o banco esteja reclinado. Também há os
sistemas de monitoramento do entorno do veículo e até um sistema Night
Vision, comum nos rivais. Mas talvez o recurso mais original seja o
sistema Adaptative High Beam, que “recorta” a luz em torno de um carro
que venha em sentido contrário. Isso evita o ofuscamento do motorista do
outro veículo ao mesmo tempo em que mantém iluminada toda a área
restante. Em relação à estrutura e ao trem de força, porém, o LS se
manteve idêntico ao modelo antecessor. Nota 9.
Habitabilidade – Há
dois lugares nobres no interior do LS 460 L. O primeiro, óbvio, é atrás
do volante. O outro é no assento traseiro do lado direito. Lá o
tratamento é de classe executiva, pelo reclinamento do encosto e
elevação de um apoio para as pernas – o ângulo final é em torno de 120º.
Através de comandos instalados no console entre os bancos, o ocupante
pode acionar o massageador de costas, controlar som e telefone, fechar
as cortinas laterais e traseira e até movimentar o banco dianteiro
direito para ampliar o conforto. Uma bandeja escamoteável pode servir de
apoio, caso a intenção seja aproveitar o tempo de locomoção para
trabalhar. O interior é desenhado para quatro pessoas no máximo. Mas em
um trajeto mais longo, o melhor é que sejam apenas dois, um em cada
fileira. Nota 10.
Acabamento – Pode-se
discordar do estilo, mas não do conteúdo. Apliques de madeira,
revestimento em couro e detalhes em metal compõem um interior luxuoso
para o Lexus. Os encaixes são perfeitos e parecem feitos para durar mais
que um típico proprietário do modelo, que geralmente atrai consumidores
mais maduros. Apenas alguns detalhes destoam da qualidade generalizada
do habitáculo, como um painel em plástico rígido na porta ou a forração
do teto, semelhante ao de qualquer carro comum. Nota 9.
Design – O chamado
estilo L-Finesse deu uma pitada de agressividade à normalmente
conservadora Lexus. Além da enorme grade em forma de ampulheta, que
engloba a parte central do para-choque, o modelo adicionou um novo
conjunto ótico, com um “L” estilizado em led na base, e o capô recebeu
um ressalto na parte central. Na traseira, as lanternas ficaram pontudas
na parte interna e o para-choque foi redesenhado, com a parte inferior
em preto, de onde brotam as duas saídas de escapamento. Ainda é um sedã
clássico, mas agora tem um ar rejuvenescido. Nota 8.
Custo/Benefício – O
conceito de “bom negócio” não é muito aplicável na altitude da pirâmide
sócio-econômica para a qual este modelo é destinado. Ainda assim é
difícil encontrar argumentos para justificar os R$ 615 mil pedidos pelo
Lexus LS 460 L lançado em maio no Brasil – preço que deve ser mantido no
modelo renovado. Afinal, a marca ainda não é conhecida. Além disso, os
rivais famosos e diretos com plataforma alongada são mais potentes.
Pior: nos casos da BMW e Mercedes, com o 750L e S500L, custam em torno
de R$ 80 mil a menos. Só o Audi A8, que tem um boçal W12 sob o capô e
custa R$ 650 mil, é mais um pouco mais caro. Nota 4.
Total – O Lexus LS 460 L somou 83 dos 100 pontos possíveis.
Primeiras impressões
Irrealidades do topo
Palo Alto, Califórnia/EUA – Ficar um dia no comando de um Lexus LS 460 é comparável a visitar um parque temático. É divertido, mas muito distante da realidade. Há botões e telas em profusão, sensores eletrônicos para cada movimento e assistências eletrônicas que empurram os limites do carro para longe. O sedã de 5,18 metros tem uma relação peso/potência de apenas 5,6 kg/cv, que o torna capaz de acelerações improváveis. Os sistemas dinâmicos e o baixo peso na suspensão o fazem desafiar a lógica quando encara curvas. E não se percebe sequer o movimento de tomada de fôlego, mesmo quando se pisa de forma abrupta e profunda no acelerador. Todas as ações do LS são silenciosas e suaves, mas vigorosas.
Irrealidades do topo
Palo Alto, Califórnia/EUA – Ficar um dia no comando de um Lexus LS 460 é comparável a visitar um parque temático. É divertido, mas muito distante da realidade. Há botões e telas em profusão, sensores eletrônicos para cada movimento e assistências eletrônicas que empurram os limites do carro para longe. O sedã de 5,18 metros tem uma relação peso/potência de apenas 5,6 kg/cv, que o torna capaz de acelerações improváveis. Os sistemas dinâmicos e o baixo peso na suspensão o fazem desafiar a lógica quando encara curvas. E não se percebe sequer o movimento de tomada de fôlego, mesmo quando se pisa de forma abrupta e profunda no acelerador. Todas as ações do LS são silenciosas e suaves, mas vigorosas.
As acelerações são daquelas que pressionam o corpo contra o encosto. O som do motor não consegue invadir o habitáculo, mesmo em regimes de giros mais altos. Para ouvir o ronco do motor, é preciso diminuir o som e prestar atenção. O comando Remote Touch Interface, uma espécie de joystick que permite navegar pela tela multimídia, requer um pequeno treino para ser bem explorado. Mas logo se torna mais amistosa do que, por exemplo, o sistema iDrive da BMW, precursor nesse gênero de interação. A neutralidade do modelo resistiu mesmo a uma sequência de curvas fechadas. O LS alongado é grandalhão, mas não é desajeitado. De qualquer forma, se sente mais à vontade em rodovias e em curvas de alta.
O câmbio sequencial de oito marchas é outra boa qualidade desse Lexus. Também é preciso ficar atento para notar as passagens de marcha. No modo manual sequencial, pode-se explorar um pouco mais a esportividade do modelo, mas o excesso de marchas acaba tornando o trabalho enfadonho e meio inútil, já que no modo automático o computador do carro geralmente acerta o ponto de troca, pois ele interpreta a intenção do motorista pela pressão que ele exerce sobre o acelerador.
Apesar de a posição ao volante ser muito interessante, não é esse cliente que a Lexus pretende agradar. O público-alvo senta atrás. Ele pode trabalhar, usando o apoio do console, ou se espichar na poltrona e relaxar – há dois tipos de massagens oferecidos pelo encosto: shiatsu e stretch. Essas poltronas têm controle individual de temperatura. Através de sensores que medem a temperatura na pele, o sistema regula o ar-condicionado para promover o conforto térmico do ocupante. – se uma pessoa entra no carro em um dia quente, o ar aumenta a potência para equalizá-la com o ambiente. São detalhes que se as pessoas não forem avisadas talvez nem percebam, mas que tornam a convivência com o carro mais agradável. As coisas são assim no andar de cima.
Ficha técnica
Lexus LS460L
Motor: Gasolina, dianteiro, longitudinal, 4.608 cm³, oito cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote, comando duplo variável e bloco e cabeçote feitos em alumínio. Injeção direta de combustível. Acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com oito marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 347 cv a 6.400 rpm.
Torque máximo: 46,4 kgfm a 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 94,0 mm X 83,0 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.
Suspensão: Dianteira
e traseira do tipo multilink com braços e suportes de alumínio e barra
estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade e controle
dinâmico integrado.
Pneus: 235/50 R18.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD e assistente de frenagem de emergência.
Carroceria: Sedã em
monobloco com quatro portas e quatro lugares. Com 5,18 metros de
comprimento, 1,87 m de largura, 1,47 m de altura e 3,09 m de
entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais dianteiros e traseiros,
de cortina, de joelho para o motorista e passageiro e sob o assento da
poltrona reclinável.
Peso: 1.965 kg.
Capacidade do porta-malas: 510 litros.
Tanque de combustível: 84 litros.
Produção: Tahara, Japão.
Itens de série: Ar-condicionado
automático de quatro zonas, vidros e travas elétricas, direção
hidráulica, travamento das portas por controle remoto, rodas de
liga-leve de 18 polegadas com câmaras internas, airbags frontais,
laterais, traseiros e de cortina, antimergulho e para os joelhos de
motorista e passageiro, freios ABS, sistema de som
rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth/Aux, bancos em couro, bancos dianteiros com
ajustes elétricos, massageador e climatizador, controlador de velocidade
de cruzeiro, câmara de ré, assistente de estacionamento, leds de
iluminação diurna, Lane Assist, sistema de visão noturna, teto solar,
controle de tração e estabilidade, volante multifuncional, sistema de
entretenimento a bordo com tela de 12,3 polegadas, sistema adaptativo de
farol alto e sistema que prepara o carro para eventuais colisões.
Preço estimado: R$ 615 mil.
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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