11 de ago. de 2012

Teste: O céu é o limite para o novo Citroën C3

Teste: O céu é o limite para o novo Citroën C3
Com para-brisas panorâmico, novo Citroën C3 amplia os parâmetros de visibilidade entre os compactos

Novo design alinhado com as mais recentes tendências estilísticas da marca. Motores mais modernos, potentes e econômicos. Espaço interno ampliado. Sistemas de conectividade e entretenimento mais sofisticados.
Para ir além das novidades previsíveis na renovação de qualquer modelo automotivo, a Citroën resolveu propor algo diferente para a nova geração do hatch compacto C3, lançado na Europa em 2009 e que agora chega ao Brasil. Além das alterações esperadas, o novo C3 introduz no segmento de compactos o para-brisas Zenith. O vidro dianteiro panorâmico já era oferecido no monovolume médio C4 Picasso e alonga o para-brisa até acima da cabeça do motorista, o que amplia consideravelmente o campo de visão. O novo para-brisa – que tem 1,35 metro de comprimento, contra 99 cm do vidro dianteiro normal – não está disponível na versão básica Origine, mas é de série na intermediária Tendance e na “top” Exclusive.

A nova geração do C3 produzida na fábrica da PSA Peugeot Citroën na cidade de Porto Real, no Sul do estado do Rio de Janeiro, traz sutis diferenças em relação ao C3 europeu. Na frente, a inspiração dos designers brasileiros veio do C4 Picasso. Os faróis são em forma de bumerangue e, na versão nacional, tocam a grade central onde está o indefectível “double chevron” dos modelos Citroën. O para-choque foi redesenhado, a entrada de ar inferior ficou mais avantajada e foram incorporadas luzes diurnas com leds nas versões Tendance e Exclusive. No perfil, a diferença em relação ao C3 europeu está no desenho das rodas, desenvolvido no centro de estilo paulistano da marca. Na traseira, nada mudou e lá estão as mesmas lanternas avantajadas, também em forma de bumerangue, mas em posição invertida em relação aos faróis. Comparado ao modelo antigo, o novo compacto está 9,4 cm mais longo e 4,1 cm mais largo – a altura cresceu insignificantes dois milímetros e o entre-eixos permaneceu o mesmo. O peso foi reduzido em 10 quilos na versão mais básica, mas cresceu 25 quilos na versão Exclusive automática, a mais completa.


Por dentro, o novo design reforça a sensação de espaço. O estilo é elegante e contemporâneo, com texturas e tecidos bem equilibrados e um aspecto bem jovial. Chama a atenção é o generoso porta-luvas, tão grande que poderia ser chamado de “porta-bolsas” ou “porta-mochilas”. Talvez para atender às preocupações de consumidores temerosos de deixar seus pertences expostos no banco do carona, o que funciona como um verdadeiro chamariz de ladrões em muitas grandes cidades.

Para se mover com desembaraço, o novo C3 traz duas opções de motorização. O 1.5 litro de 8 válvulas, destinado às versões Origine e Tendance, entrega 89 cv e 13,5 kgfm com gasolina e 93 cv e 14,2 kgfm com etanol. Recebeu a classificação A nos testes de consumo realizados pelo InMetro. Já a versão “top” Exclusive roda com o motor VTi 120 Flex Start, um 1.6 litro de 16 válvulas que atinge 115 cv e 15,5 kgfm com gasolina e 122 cv e 16,4 kgfm com etanol. Esse motor conta com comando de válvulas variável e dispensa o anacrônico “tanquinho” de etanol habitual nos veículos flex. Pode funcionar com o mesmo câmbio manual de cinco marchas da versão 1.5 ou com um câmbio automático de quatro marchas, com “paddle shift” para acionamento manual no volante.


Embora tenha lançado no Brasil o conceito de compacto premium – modelos com acabamento mais requintado que os então chamados “populares”, mais equipamentos e motores maiores que 1.0 litro –, nos últimos tempos o C3, em final de linha, era oferecido por preços bem abaixo dos habituais. Com o status de novidade, os valores pedidos são obviamente menos generosos. Começam em R$ 39.900 na versão básica Origine, que vem com rodas de aço e traz duplo airbag, ABS com EBD, direção elétrica, ar-condicionado manual, banco traseiro bipartido, computador de bordo, porta-luvas com refrigeração, volante com regulagem de altura e profundidade, além de retrovisores, vidros dianteiros e travas elétricos. Rádio/CD/MP3 e as rodas de liga leve são opcionais e o badalado para-brisas panorâmico não é oferecido. Este passa a ser de série na versão intermediária Tendance, que parte de R$ 43.990 e incorpora também rodas de liga leve, vidros traseiros elétricos, faróis de neblina, Rádio/CD/MP3 Bluetooth com seis alto-falantes e comando na coluna de direção,

No topo da linha está a versão Exclusive, que começa em R$ 49.990 com câmbio mecânico e atinge R$ 53.990 com a transmissão automática de quatro velocidades e “paddle shift” – basicamente o mesmo preço do similar europeu, que custa 19.750 euros. Vem com rodas de liga leve modelo Oka aro 16, faróis com acendimento automático, apoios de braço nos bancos dianteiros, maçanetas cromadas, alarme anti-intrusão, pedais com acabamento em alumínio, ponteira do escapamento cromada, limpadores de para-brisa com sensor de chuva e volante em couro com apliques de metal. Os bancos de couro, airbags laterais e detector de obstáculos traseiro são opcionais na versão Exclusive e o kit de navegação com GPS é opcional nas versões Tendance e Exclusive. A garantia é de três anos em todas as versões.

Ao novo C3, caberá a dura missão de devolver a Citroën à briga pela liderança brasileira entre os hatches compactos bem equipados. Que se tornou o mais competitivo nos últimos anos e onde já batalham modelos como Fiat Punto, Volkswagen Polo, Chevrolet Sonic, Ford New Fiesta e Honda Fit. E não param de surgir novidades.


Primeiras impressões

Questão de ponto de vista

Brasília/DF
- Todo o marketing de lançamento e as peças publicitárias do novo C3 são baseados na visibilidade extra proporcionada pelo para-brisa panorâmico – o que transforma a versão básica Origine, a única do novo C3 que vem sem ele, numa espécie de “pária” da linha. A previsão da Citroën é que o vidro dianteiro ampliado esteja em 70% dos C3 vendidos no Brasil. Mas a versão Origine tem a função mercadológica de disputar o segmento de vendas diretas a frotistas, que é um objetivo declarado da Citroën. E, de quebra, atender as pessoas que possam se sentir inibidas diante de tamanha área envidraçada. Para sossegar os temerosos pelos eventuais custos de reparação de um para-brisa tão avantajado, a marca avisa que sua substituição custará os mesmos R$ 1.465 que custa o vidro dianteiro do C3 no modelo antigo.

Ao sentar ao volante de um carro, uma das primeiras coisas que qualquer motorista faz é olhar para frente para constatar o campo de visão frontal. Por isso, dirigir o novo Citroën C3 com o para-brisas Zenith é uma experiência inusitada em termos de visibilidade no segmento de compactos. Nem os conversíveis oferecem a mesma possibilidade visual porque, apesar da ausência do teto, a moldura dos para-brisas dos cabriolets é no lugar convencional e “quebra” o campo de visão. Na prática, o campo de visão ampliado proporcionado pelo teto panorâmico aumenta consideravelmente a sensação de interação com o ambiente e amplia a sensação de espaço no habitáculo. Quando, por excesso de sol ou outro fator, a interação extra com o ambiente não for desejável, é fácil puxar o ocultador, que fecha a “porção extra” de para-brisas e deixa o C3 com uma visibilidade convencional. Mas, independentemente do vidro Zenith, a sensação é que o espaço interno ficou realmente maior que o do C3 antigo.


A versão avaliada nas retilíneas avenidas da Capital Federal foi a “top” Exclusive, dotada de motor 120 VTi Flex Start e câmbio automático com “paddle shift” no volante, além dos opcionais bancos de couro, airbags laterais e detector de obstáculos traseiro. A engenharia da marca francesa certamente imaginou que o recurso de acionamento manual das marchas no volante ajudará a encarar os concorrentes automatizados – que possuem embreagem automática em vez de um conversor de torque –, muitos dos quais oferecem a possibilidade de acionamento das marchas no volante.

Lamentavelmente, a Citroën optou por manter no compacto um câmbio automático de apenas quatro marchas. O resultado é que, quando há necessidade de exigir um pouco mais do motor, ele se ressente da ausência de uma quinta marcha e “rosna” de forma pouco amistosa para explicitar seu incômodo. O barulho chega a perturbar o conforto acústico. A utilização das “borboletas” para acionamento manual das marchas até atenua um pouco o problema, mas não resolve a falta que faz a quinta marcha.

Segundo a Citroën, 80% do torque dessa versão estão disponíveis a partir de 1.500 rpm, o que ajuda a explicar as retomadas bem dispostas. Fora os eventuais desentendimentos entre o câmbio automático de quatro marchas e o motor, de resto o novo C3 na versão Exclusive automática se comportou de forma exemplar nas vias brasilienses, infestadas de radares que sequer permitiam experimentar retomadas de velocidade mais agressivas. Mas foi possível perceber que a suspensão é bem equilibrada e transmite boa sensação de segurança nas curvas e frenagens. Exatamente como se espera de um Citroën que faça jus às tradições da marca que ostenta.


Ficha técnica

Citroën C3

Motor 1.5: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.449 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Motor 1.6: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.587 cm³, quatro cilindros em linha, comando simples no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece opção de câmbio automático de quatro marchas com acionamento manual Tiptronic no volante na versão Exclusive.
Potência máximaMotor 1.5: 89 cv e 93 cv com gasolina e etanol a 5.500 rpm. Motor 1.6: 115 cv e 122 cv com gasolina e etanol a 6 mil rpm.
Torque máximo Motor 1.5: 13,5 kgfm e 14,2 kgfm com gasolina e etanol a 3 mil rpm. Motor 1.6: 15,5 kgfm e 16,4 kgfm com gasolina e etanol a 4 mil rpm.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira com travessa deformável, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora.
Pneus – Origine e Tendance: 195/60 R15. Exclusive: 195/55 R16.
Freios: Discos sólidos na frente nas versões Origine e Tendance, discos ventilados de série na versão Exclusive, tambores atrás e ABS com EBD de série em todas as versões.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,94 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,52 m de altura e 2,46 m de distância entre-eixos. Airbags frontais de série. Airbags laterais opcionais.
Peso: Versão Origine: 1.081 kg. Versão Tendance: 1.100 kg. Versão Exclusive automática: 1.202 kg.
Capacidade do porta-malas: 300 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Porto Real, Rio de Janeiro.
Itens de série
Versão Origine: Airbag duplo, ABS com EBD, travamento central das portas, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, direção elétrica, trio elétrico e volante com regulagem de altura e profundidade.
Preço: R$ 39.990
Versão Tendance: Adiciona faróis de neblina, lanternas diurnas, para-brisa panorâmico, rádio/CD/MP3/Bluetooth, maçanetas na cor da carroceria e rodas de liga leve de 15 polegadas.
Preço: R$ 43.990
Versão Exclusive: Adiciona faróis com acionamento automático, retrovisor eletrocrômico, ar-condicionado automático, cruise control, sensor de chuva, pedais com acabamento em alumínio, ponteira de escapamento cromada, volante em couro e rodas de liga leve de 16 polegadas.
Preço: R$ 49.990
Versão Exclusive automática: Adiciona câmbio automático de quatro velocidades com opção de acionamento manual sequencial das marchas através de “paddle shift” no volante
Preço: R$ 53.990


Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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