6 de jul. de 2012

Jovem premiado por projeto sobre carros elétricos testa veículos

Marcos Santos experimentou o Fluence Z.E. e o Twizy, da Renault. Veículos transportaram autoridades durante a Rio+20.

Foi a primeira vez que Marcos Pacheco experimentou veículos elétricos (Foto: Samuel Nunes/G1)
Foi a primeira vez que Marcos Pacheco experimentou veículos elétricos (Foto: Samuel Nunes/G1)
Embora tenha sido premiado com um projeto para promover o desenvolvimento de veículos elétricos, o estudante de Engenharia Industrial Elétrica, Marcos Sérgio Pacheco dos Santos Júnior, de 22 anos, nunca havia guiado um veículo movido apenas a eletricidade.
Na quarta-feira (4), o G1 levou o estudante ao Parque Barigui, em Curitiba, para experimentar dois modelos que foram utilizados para transportar autoridades durante a Rio+20, no Rio de Janeiro.
Os dois carros são produzidos pela montadora Renault e vendidos na Europa. A empresa disponibilizou para os testes o Fluence Z.E, sedã cuja versão com motor a combustão é vendida no Brasil, e o supercompacto Twizzy. A empresa ainda não tem planos imediatos de comercializá-los no país. A primeira impressão de Marcos foi de que os veículos são, sim, viáveis para o uso urbano.

O estudante pôde acelerar ambos os carros. No caso do Fluence, o motor elétrico que desenvolve o equivalente a 92 cavalos chamou a atenção. "O carro responde bem", afirma.
Segundo a Renault, um dos motivos para isso é que o motor elétrico deixa o torque máximo, de 22,6 kgmf, sempre disponível ao motorista. Nesse tipo de propulsor, a rotação está sempre no limite máximo, enquanto, no motor a combustão, o carro demora um pouco mais para atingir a rotação que lhe dá o maior torque possível.
A montadora informa que o veículo pode atingir até 150 km/h, mas, no parque, a velocidade máxima atingida foi de 70km/h. "As retomadas são bastante fortes", diz Marcos.
Carro urbano
Devido ao fato de o Twizy ainda estar com placas francesas, o test-drive com o pequeno carro para dois ocupantes precisou ser feito apenas dentro do estacionamento do centro de convenções do Parque Barigui. Mesmo assim, Marcos gostou do que viu. "É um carro pequeno, bom para se manobrar e fugir do trânsito pesado", avaliou o estudante.
A Renault explica que o Twizy, com apenas dois lugares, foi desenvolvido para o uso urbano. A bateria do motor elétrico tem autonomia de até 80 km. Na Europa, o carro é vendido a partir de 6.990 euros, o equivalente a R$ 17,8 mil. Segundo a Renault, esse valor inclui todos os impostos cobrados por lá.
O Fluence elétrico traz todos os equipamentos das versões vistas no Brasil, do GPS à direção elétrica assistida. Conforme a montadora, o carro com motor elétrico pode andar até 150 km, sem que as baterias sejam recarregadas. Visualmente, ele também é quase igual ao modelo "comum". Os únicos detalhes que diferem são o acabamento de algumas partes - em tons de azul - e o comprimento do veículo, que aumentou 14 cm para acomodar as baterias, sem comprometer o espaço interno do carro.
A diferença de preços entre o Fluence a combustão e o elétrico, também é pequena, na Europa. Na França, o modelo com motor a diesel, custa a partir de 22,5 mil euros, enquanto o elétrico sai a partir de 26,9 mil euros.
Montadora afirma que pode vender carros no Brasil, desde que impostos sejam menores (Foto: Rodolfo Buhrer/Divulgação)Montadora afirma que pode vender carros no Brasil, desde que impostos sejam reduzidos pelo governo
(Foto: Rodolfo Buhrer/Divulgação)
Problemas de autonomia
Uma das vantagens dos veículos elétricos é que os donos não precisam mais se preocupar com alguns itens de manutenção, como a troca de óleo. Outra característica comum dos carros elétricos é falta de barulho. Quem está no lado de fora ouve apenas um leve ruído quando os motores são ligados. A partir daí, o barulho mais alto que eles emitem é do contato dos pneus com o asfalto.
Agora que já existe o carro elétrico, só falta o sistema nas ruas"
Marcos Sérgio Pacheco dos Santos Júnior, estudante de Engenharia
As baterias de ambos os carros têm garantia de dez anos. Porém, a pouca autonomia é ainda uma dos principais preocupações relacionadas a esses carros. Os modelos testados podem rodar entre 120 km e 200 km, mas isso depende da forma como o motorista guia o veículo. Para aumentar a autonomia em alguns quilômetros, os veículos trazem um sistema que recarrega as baterias quando o motorista tira o pé do acelerador e usa o chamado freio-motor.
Marcos explica que o projeto que desenvolveu busca aumentar ainda mais quilometragem que esses carros podem percorrer. A ideia, premiada recentemente por uma empresa multinacional, é de criar um veículo que possa ser carregado a partir de uma espécie de indução elétrica. "Fica uma placa elétrica na via e outra no assoalho do carro", explica. Com o sistema, as baterias do carro poderiam ser carregadas à medida que ele passasse pela estrada. A corrente elétrica gerada é a responsável pela recarga.
Após o primeiro teste, o estudante já conseguia vislumbrar o projeto premiado como uma realidade. "Agora que já existe o carro elétrico, só falta o sistema nas ruas", conta.
Mercado no Brasil
De acordo com a Renault, a mesma fábrica francesa que faz o Fluence movido a combustão é a responsável pela montagem da versão elétrica. Assim, não seriam necessárias muitas adaptações na planta argentina que faz o veículo vendido no Brasil. Mas, caso os dois modelos viessem a ser comercializados no país, as primeiras remessas dos carros provavelmente seriam importadas.
Um entrave que a montadora aponta é a falta de locais para "reabastecer" esse tipo de veículo. Em países como Portugal e Espanha já existe uma grande rede de pontos onde o motorista pode estacionar o carro e deixá-lo carregando, em plena rua.
Carros elétricos (Foto: Editoria de Arte/G1)

Fonte: G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com
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