São cinco corridas na zona de pontuação em nove disputadas até agora, com um total de 18 pontos. Seu melhor resultado foi um sexto lugar no confuso GP da Malásia, disputado sob chuva no circuito de Sepang. Entretanto, ele ainda não conseguiu uma ida ao Q3, a última parte do treino classificatório, também conhecida como superpole.
Os números de Bruno Senna na Williams em sua primeira temporada completa em um carro decente na Fórmula 1 (seu primeiro ano na Hispania não é base de comparação) são animadores. Mas ele perde na comparação com o companheiro, o inconstante Pastor Maldonado, que venceu na Espanha, mas pontuou em só dois GPs. A melhora do brasileiro nos treinos é a chave. Mas como conseguir isso?
O segredo para evoluir está no relacionamento com os pneus Pirelli. O próprio brasileiro admite isso. É claro que a perda do primeiro treino livre em várias corridas neste ano atrapalha (por contrato, Bruno tem de ceder o lugar para o finlandês Valtteri Bottas, pupilo de Toto Wolff, sócio da equipe). Mas lidar com o comportamento da borracha nos treinos classificatórios é o que o piloto precisa melhorar mesmo com 90 minutos de pista a menos no fim de semana. Em seu segundo ano na categoria, Maldonado está mais bem adaptado que o brasileiro. Mas é o estilo de pilotagem do venezuelano que faz a diferença em uma volta lançada.
Por partes: os pneus Pirelli têm uma peculiaridade em relação aos Bridgestone que equiparam a Fórmula 1 até 2010. Os pilotos com estilo mais agressivo, como é o caso de Maldonado e também de Lewis Hamilton, conseguem economizar mais borracha. Um paradoxo? Sim, foi o que pensei em um primeiro momento. Mas até faz um certo sentido. Por frearem já virando o volante, estes pilotos conseguem fazer a curva o mais reto possível, minimizando a influência de forças laterais nos compostos. Isto faz com que os pneus se desgastem menos. Em contrapartida, quem tem um estilo mais limpo e mais suave, como Bruno Senna e Jenson Button, sofre primeiro com o aquecimento e, a longo prazo, com o desgaste. Está aí o problema do brasileiro.
Como resolver isso? É bem complicado. Bruno gosta de um carro mais neutro, isto é, sem sair de frente ou de traseira. Com os Bridgestone, isto funcionava. Mas com o Pirelli não. Um acerto do carro nesta direção destruiria os pneus na corrida. Além disso, forçar demais os compostos da Pirelli na classificação quando estão em altas temperaturas jogam o piloto para fora da janela de desempenho ideal. Então, o brasileiro precisa pensar em tudo isso enquanto está ao volante de seu Williams. E ter isso tudo na cabeça em uma volta lançada só serve para atrapalhar seu desempenho. O instinto do piloto acaba ficando longe do cockpit.
Ou seja, para andar rápido nos treinos classificatórios, Bruno Senna precisa reeducar seu estilo de pilotagem. E após tantos anos de carreira, esta tarefa não é das mais fáceis. E quando seu futuro está em jogo, com um contrato de apenas uma temporada com a Williams, é ainda pior. O brasileiro precisa ser muito eficiente no restante da temporada – faltam 11 GPs ainda – para renovar com a equipe inglesa ou chamar a atenção de outros times. E terminar o ano na frente do irregular Maldonado é essencial. A vitória do venezuelano em Barcelona distorceu tudo, mas para Senna ainda é possível. E tudo isso passa pela melhora nas classificações. Com os pneus desta temporada, isto é uma questão essencial para chegar na frente.
Fonte: voandobaixo
Disponível no(a):
http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/
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